Psicóloga muda de carreira aos 50, dá ‘novo gás’ aos 60 e diz: “não vai ter emprego para todos”

Após décadas com carteira assinada, Nara França, 63, larga emprego, vira coach e se especializa em transição de carreira

Suzana Liskauskas

Nara França, 63

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Neste 8 de março, o InfoMoney dá voz a cinco mulheres, de diferentes estratos da sociedade. Todas elas enfrentam percalços para manter a renda em um Brasil que, sob a pandemia, é impactado pelo desemprego e pela inflação.

Conheça os desafios de Nara, 63, de São Paulo.

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Depois de mais de três décadas em cargos corporativos na área de Recursos Humanos, a psicóloga Nara França, 63, decidiu há 11 anos que havia chegado a hora de se preparar para dar adeus ao conforto de receber um contracheque todo mês.

“Se, aos 40 anos, alguém me contasse que eu seria empreendedora após os 50 anos, certamente eu iria ri e dizer que a pessoa estava maluca. Eu achava que iria me aposentar e viver da minha aposentadoria até o fim dos meus dias”, diz.

Nara não apenas se tornou empreendedora aos 50 anos, como continua arriscando novos voos na carreira, inclusive aos 60 anos. Após assistir a uma mudança na cultura organizacional das empresas, entre as décadas de 1990 e 2010, e ter a percepção de que as pessoas estavam “adoecendo” ao seu redor, ela decidiu buscar a cura para seus próprios medos.

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Incluindo o mais cruel deles: o medo de ficar sem renda. “As pessoas precisam aprender a enfrentar os seus medos e a encontrar realmente o que as fazem felizes. Encontrar um trabalho que lhe traga aquela sensação de que o talento está em ação. Se estou produtiva, nem vejo a hora passar, então eu ganho fazendo o que eu gosto. Aí é a melhor parte da vida, quando se consegue conciliar isso. Mas eu já não estava muito feliz”, conta.

Profissional de Recursos Humanos, Nara foi testemunha, por diversas vezes, da resistência das empresas em contratar pessoas mais experientes, sobretudo, quando são mulheres. Ela lembra que era preciso buscar uma outra carreira. “Todos os profissionais hoje devem pensar nisso. Não dá mais para viver só no mundo corporativo, porque não vai ter emprego para todo mundo”, diz.

Com o filho adulto e formado, sem as responsabilidades de arcar com a educação dele, aos 52 anos, Nara começou um planejamento para dar uma virada profissional. Na época, ela trabalhava na Atento, em um alto cargo de gestão de RH, mas não tinha mais brilho nos olhos.

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Começou a investir na formação de coach. Foram seis formações e certificações, entre 2011 e 2019. E ela não pretende parar por aqui.

A formação em Coaching Integrado e Life, pelo “Integrated Coaching Institute”, em 2011, foi apenas o ponto de partida. Logo percebeu que precisava de mais conteúdo e se encontrou na formação do Instituto EcoSocial, em 2014, mesmo ano em que foi demitida da Atento.

Em 2016, abriu a própria empresa de consultoria. Aos 62 anos, pouco antes do início da pandemia, era associada em uma consultoria de carreira e novamente não estava feliz. Acionou seu network, construído ao longo dos anos, e partiu para o mercado.

Desde março de 2020, além de trabalhar como coach, é consultora especializada em transição de carreira. Em poucos minutos de conversa com Nara, percebe-se que ela não se intimida com as viradas de capítulo na vida.

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