‘De frita’ na vida ao próprio negócio: costureira lucra na pandemia, cria ateliê e planeja casamento aos 51

Costurando máscaras, Marinalva Serra vê chance de ampliar microempresa, mas com planejamento e estudo de mercado

Suzana Liskauskas

Marinalva Serra, 51

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Neste 8 de março, o InfoMoney dá voz a cinco mulheres, de diferentes estratos da sociedade. Todas elas enfrentam percalços para manter a renda em um Brasil que, sob a pandemia, é impactado pelo desemprego e pela inflação.

Conheça os desafios de Marinalva, 51, de São Luís, a capital do Maranhão.

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Nos últimos dois anos, muitas brasileiras perderam emprego, viram despencar a renda familiar e desaparecer a esperança de equilibrar as finanças devido à pandemia de Covid-19.

Hoje moradora de São Luís (MA), Marinalva Serra, 51, nascida em Preguiça Nova, município de Matinha, conseguiu mudar esse roteiro e está estrelando os capítulos, segundo ela, mais felizes de sua vida.

Marinalva se tornou empreendedora, conseguiu economizar e realizou o sonho de conhecer Lençóis Maranhenses. No fim de 2020, foi demitida da loja de decoração onde trabalhava há quase dez anos.

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Ao contrário do que imaginava anos atrás, viver sem carteira de trabalho assinada não foi sinônimo de “estar frita”, como costuma dizer. “Durante o lockdown, comecei a costurar e vender máscaras. Só na propaganda boca a boca, vendi cerca de R$ 400,00 por semana. Percebi que valia a pena. Acabou aquela coisa de estar desempregada e achar que estava frita”, afirma.

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As máscaras abriram caminho para outras encomendas, incluindo consertos mais elaborados, como barras em jeans e reparos em roupas de malha. Com o aumento da demanda no ateliê, Marinalva, que já tinha uma máquina de overloque e uma segunda para costuras mais simples, investiu em outra capaz de realizar qualquer tipo de reparo.

Depois do ateliê, deu mais um “acabamento” na própria formação. Um novo curso de corte e costura alinhavou o encontro com a Rede Mulher Empreendedora. Era outubro de 2021.

Os cursos geraram um novo horizonte para a gestão de negócios. E foi no meio da formação, que ela conheceu as planilhas e revisou as metas para seu ateliê. “Eu achava que sabia quanto entrava e saía de dinheiro, porque estava pagando minhas contas”, explica.

Ao fazer as mentorias da RME, Marinalva percebeu que poderia lucrar mais. “Até a precificação, que eu pensava saber, estava aquém. Mudei também as metas da empresa. Antes eu achava que o mais importante era adquirir uma máquina industrial reta, mas percebi que a prioridade é um carro para eu poder comprar tecidos e fazer entregas de cortinas nas casas dos clientes”, diz ela, que está cursando autoescola.

Os próximos passos incluem a transformação para Microempreendedora Individual (MEI), a expansão do ateliê e a oferta de oportunidades para mulheres que precisam de emprego e capacitação. Com 1,47 de altura, essa grande mulher, mãe de quatro filhos, que não dependem mais dela financeiramente, e avó, está prestes a realizar mais um sonho: vai se casar no cartório e usar, pela primeira vez, um vestido de noiva, que, logicamente, será moldado no seu ateliê.

O noivo é o segundo companheiro, pai de dois de seus filhos. Eles estavam separados há mais de 25 anos. O reencontro aconteceu há seis meses durante os preparativos para o casamento da filha, que atuou como cupido. O enlace vai levar Marinalva para outra jornada empreendedora.

“Ele trabalha com construção e mora em Nova Olinda do Maranhão. Compramos um terreno lá para construir uma venda e um ateliê. Coloquei em prática os conhecimentos adquiridos na RME para mapear as oportunidades. A mentoria me deu mais convicção para empreender”, afirma.

O casamento ainda não tem data marcada, mas Marinalva garante que será em breve. “Vou alugar minha casa em São Luís e terminar a construção do básico que precisamos para nos mudar. Vou fazer tudo com serenidade agora que tenho meio século e mais um ano…(risos)”.