Paralisação de servidores do Tesouro afeta pagamentos ao funcionalismo

Funcionários cruzaram os braços no 1º dia do mês, dia de pagamento de salários e das transferências para Estados e municípios

Equipe InfoMoney

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A paralisação dos servidores do Tesouro Nacional na sexta-feira (1º) atrasou o pagamento de salários de algumas categorias do serviço público federal e deixou governadores e prefeitos à espera de dinheiro. Ao cruzarem os braços no primeiro dia do mês, os funcionários escolheram o dia do pagamento e das transferências para Estados e municípios.

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado, Rudinei Marques, disse que a adesão foi “surpreendente”. Os servidores já haviam parado no dia 25 de março e vão parar de novo amanhã, terça-feira (5).

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“Já são afetados diversos serviços, como a análise de impactos fiscais de projetos do próprio governo, as transferências aos entes subnacionais — que estão ocorrendo no limite dos prazos — e mesmo o pagamento da folha, que hoje atrasou para os órgãos que deixaram a solicitação para a última hora”, afirmou Marques.

Reajuste salarial

Junto com a paralisação de amanhã haverá a realização de uma assembleia geral da categoria, que quer reajuste salarial e até agora não foi recebida pelo Ministério da Economia, para abrir qualquer negociação.

Os servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), que são representados pelo mesmo sindicato, também não trabalharam na sexta e deixaram de entregar relatórios de auditoria.

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A Unacon Sindical, que representa auditores e técnicos federais de Finanças (Tesouro) e Controle (CGU), diz que os salários estão congelados há mais de três anos, que o valor real da remuneração da categoria é o menor dos últimos 15 anos e que as perdas inflacionárias podem chegar a 40% neste ano sem reajuste.

Greve no BC

No Banco Central, a greve dos servidores iniciada na sexta-feira (1º) já está adiando as publicações de cada vez mais indicadores, como o Relatório Focus, os indicadores selecionados (Indeco), que incluem o movimento de câmbio no Brasil e as operações cambiais do BC, e o índice de commodities (IC-Br).

Eles seriam divulgados entre hoje e sexta-feira (8), e a autoridade não deu nenhuma previsão de quando isso ocorrerá. Também será afetado o Relatório de Poupança, que é publicado mensalmente no quarto dia útil do mês — e deveria sair na quarta-feira (6)

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“Devido à greve em curso no BC, o relatório Focus, o Indeco e o Relatório de Poupança não serão divulgados nas datas previstas”, afirmou a autarquia em um comunicado. “Oportunamente, informaremos as datas de suas respectivas publicações. O aviso sobre as novas datas será dado com pelo menos 24 horas de antecedência.”

Receita Federal

Já os servidores da Receita Federal, que demonstraram força no fim de 2021 com uma operação-padrão nas aduanas de fronteiras e portos, por enquanto descartam uma paralisação nos moldes do Tesouro e do BC.

Ainda assim, os auditores fiscais seguem mobilizados e sem ocupar os cargos que foram entregues em dezembro. “Por outro lado, a escassez de orçamento pode levar a paralisação involuntária, pois só temos recursos para pagar as contas básicas do órgão até maio deste ano”, alertou o Sindifisco Nacional.

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Reajuste de 5% ou no vale?

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, as duas propostas foram aventadas por técnicos do Ministério da Economia estão muito distantes de satisfazer o funcionalismo.

Uma é um reajuste linear de 5% para todos os servidores federais a partir de julho, com um custo de R$ 5 bilhões. A outra é aumentar do ticket alimentação em cerca de R$ 400 para todo o funcionalismo no lugar da recomposição salarial, usando R$ 1,7 bilhão já previstos no Orçamento.

* Com informações da Agência Estado.

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