Meu INSS: bancos terão de informar juros do consignado no aplicativo e no site

Empresas terão de informar ao INSS e à Dataprev informações como os juros mensal e anual das linhas e, diariamente, as taxas das novas operações

Equipe InfoMoney

Publicidade

Bancos e instituições financeiras vão ter de informar no Meu INSS as taxas de juros e outras informações do crédito consignado, do cartão de crédito e do cartão de consignado atrelados aos benefícios da Previdência Social.

A recomendação consta em resolução do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) do dia 4, que foi publicada no Diário Oficial da União de quarta-feira (10). Ela é assinada por Carlos Lupi (PDT), que é ministro da Previdência Social e presidente do conselho.

A resolução CNPS/MPS 1.352 recomenda ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que altere a Instrução Normativa PRES/INSS nº 138, de 10 de novembro de 2022, para receber os dados das instituições financeiras que oferecem essas modalidades de crédito.

Continua depois da publicidade

Elas terão de informar ao INSS e à Dataprev, em cada operação, informações como:

O conselho também determinou que parte das informações sejam disponibilizadas no Meu INSS, para os beneficiários, e que a autarquia defina tanto o prazo para implementação das mudanças quanto penalidades para quem não prestar as informações.

Consignado do INSS

O consignado do INSS já foi alvo de polêmica no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro Carlos Lupi usou o CNPS para reduzir o teto dos juros da modalidade de crédito, mas teve de recuar após os bancos e instituições financeiras reagirem e suspenderem a concessão de novos empréstimos.

Continua depois da publicidade

A taxa foi inicialmente reduzida de 2,14% ao mês para 1,70% pelo ministro da Previdência, sem o aval da área política (Casa Civil) e da área econômica (Fazenda), mas depois elevada para 1,97%, após intensa negociação entre o governo federal e os bancos (e dentro do próprio governo).

Bancos haviam criticado a redução para 1,70% ao mês e dito que não era possível oferecer a modalidade de crédito com esse limite. Até mesmo instituições públicas, como o Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa Econômica Federal, pararam de operar a linha — o que gerou fortes críticas de Lupi.

O ministro chegou a compartilhar em seu Twitter nota das centrais sindicais contra a suspensão do consignado, que falava em “extorsão e chantagem contra aposentados” e que o governo não deveria ceder “aos interesses dos bancos e do mercado financeiro”. Mas foi repreendido por Lula.

Continua depois da publicidade