Caixa lança financiamento imobiliário prefixado com juros a partir de 8% ao ano

Com o lançamento, a Caixa defende trazer mais segurança e previsibilidade ao cliente

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – A Caixa Econômica Federal lançou nesta quinta-feira (20), em evento no Planalto, sua linha de crédito imobiliário com juro prefixado, com taxas entre 8% e 9,75% ao ano. A modalidade se soma aos financiamentos com juros indexados à Taxa Referencial (TR) e à inflação (IPCA), que já eram oferecidos pelo banco.

Os juros variam de acordo com o tempo do financiamento e com relacionamento com a Caixa (correntistas do banco, por exemplo, entram na categoria ‘com relacionamento’ e pagam menos).

Taxa para 10 anos Taxa para 20 anos taxa para 30 anos
Cliente com relacionamento 8% 8,5% 9%
Cliente sem relacionamento 9,75% 9,75% 9,75%

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, essas taxas têm uma “gordura” para permitir hedge (proteção) e podem ser reduzidas conforme a operação for aplicada.

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A modalidade permitirá financiamento de até 80% do valor do imóvel – nos outros formatos, a Caixa financia até 70% do total. O banco mira bater R$ 10 bilhões em empréstimos nessa linha.

Com o lançamento, a Caixa defende trazer mais segurança e previsibilidade ao cliente, que saberá, no momento da contratação, exatamente o valor que será pago ao final do período, que pode ser de até 30 anos. Em outras palavras, o risco inflacionário fica com a Caixa, e não mais com o comprador.

Por isso, o juro fixado será maior – as menores taxas cobradas hoje nas outras duas modalidades são de IPCA + 2,95% ao ano ou TR + 6,5% ao ano. Vale lembrar que a TR está zerada desde 2018, mas pode ser alterada conforme os rumos da economia – ela foi criada, durante o governo Collor, para ser usada em momentos de descontrole da inflação. “Poucas pessoas sabem que a TR pode mudar”, disse o CEO no evento no Planalto (assista à cerimônia acima).

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Com o lançamento, a Caixa também quer demonstrar ao mercado que consegue sustentar esse produto financeiramente. “Vamos permitir que as pessoas tomem empréstimos por 20, 30 anos sabendo no primeiro dia quanto ela vai pagar. O que temos na cabeça é que, se um banco não pode fazer uma proteção co um hedge, fecha o banco”, argumentou Guimarães. “Quando você toma um crédito de 30 anos, você está tomando o risco de oito governos”.

A Caixa resume que os três produtos têm finalidades diferentes. O financiamento atrelado ao IPCA tem a menor prestação, mas a maior volatilidade, com risco de inflação. Já a TR tem prestação menor, mas volatilidade maior, já que há risco se a inflação se descontrolar. Por fim, a taxa fixa tem uma prestação maior, mas sem passar o risco ao cliente.

Novas reduções de juros

Sem dar detalhes, Guimarães disse, na solenidade, que as taxas de juros de outras modalidades também irão baixar mais. Ele citou o juro do rotativo, que está em 4,5% ao mês, como exemplo, mas não disse a quanto essas taxas cairão e nem quais outras linhas devem ser afetadas. “Acabou de ser aprovado”, disse ele.

Home Equity nas lotéricas

Em outra frente, o banco estatal disse na terça-feira (19) que também quer aumentar a contratação de seguros e de linhas de crédito via oferta desses produtos através de correspondentes bancários, como lotéricas. Hoje, esses 8 mil endereços em todos os municípios do país não oferecem consignado, capitalização, seguro de vida e seguro prestamista, por exemplo. A partir de março, devem oferecer.

A grande aposta de Pedro Guimarães é apostar pesado em home equity, modalidade que utiliza imóveis como garantia, aproveitando a futura liberação, por parte do BC, para que uma mesma unidade imobiliária possa ser utilizada em mais de um empréstimo. “Já avisei o Roberto Campos Neto [presidente do Banco Central] que vamos fazer, porque nós temos meio trilhão em crédito imobiliário”.

Campos Neto, que também participou do evento, disse que esse produto “é uma forma de botar muito dinheiro na economia”.

O banco também voltou a falar em securitização dos produtos de crédito imobiliário, ou seja, a venda de produtos de investimentos atrelados aos contratos de financiamento.

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney