Caixa é multada em R$ 29,4 milhões pelo BC por cobrança indevida de tarifas

Penalidade é uma das maiores já aplicadas pelo Banco Central e foi possível graças a mudança legislativa de 2017, que aumentou a multa máxima

Estadão Conteúdo

Prédio da Caixa Econômica Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Publicidade

O Banco Central (BC) multou a Caixa Econômica Federal em R$ 29,4 milhões por cobranças indevidas de diversas tarifas a clientes do banco, após julgamento do Comitê de Decisão de Processo Administrativo Sancionador (Copas) em 19 de maio.

A penalidade é uma das maiores já aplicadas pelo BC e foi possível graças a uma mudança legislativa de 2017, que aumentou a multa máxima nos processos investigados de R$ 250 mil para R$ 2 bilhões. A Caixa foi condenada pelo mesmo motivo em dezembro, mas na ocasião a multa foi de R$ 200 mil.

Leia também:

Exclusivo para novos clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo o BC, foram identificadas cobranças indevidas de 13 tarifas em diferentes períodos: há desde cobranças irregulares pelo fornecimento de planilha no demonstrativo de evolução de dívida no financiamento imobiliário até cobraças por fotocópia de documentos, ambas entre 2008 e 2018.

O banco ainda pode recorrer da condenação ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), órgão conhecido como “Conselhinho”.

As tarifas indevidas

A maior penalidade, de R$ 3,733 milhões, foi aplicada pela exigência de tarifa de reavaliação de bens recebidos em garantia sem a efetiva prestação do serviço, em mais de 100 mil contratos, durante 11 anos (entre abril de 2008 e maio de 2019). O montante recebido indevidamente pelo banco pela cobrança ilegal foi estimado em R$ 108,6 milhões.

Continua depois da publicidade

Entre abril de 2008 a dezembro de 2018 a Caixa também exigiu, de forma irregular, uma taxa para avaliação de bens recebidos em garantia devido à transferência de saldo devedor de financiamento imobiliário, embora o serviço efetivamente prestado fosse de avaliação de capacidade financeira. Além disso, nas modalidades que demandavam avaliação do imóvel, a tarifa era cobrada mesmo quando a vistoria não era realizada.

O BC ainda identificou cobranças indevidas por:

Outro lado

Em nota, a Caixa afirmou que o processo julgado se refere à cobrança de tarifas “iniciadas em gestões anteriores e descontinuadas nesta gestão”. O banco disse também que estabeleceu um novo modelo de governança em 2019 para impedir novas ocorrências como as citadas no julgamento.

Continua depois da publicidade

Disse ainda que iniciou, de forma proativa, a devolver os valores — e que eles também foram disponibilizados pelo SRV (o sistema de valores “esquecidos” do BC). “Dessa forma, a Caixa reafirma o seu compromisso de atuar com a mais absoluta integridade na relação com seus clientes”.

Leia também:

Tópicos relacionados