Brasil registra dois casos positivos confirmados da variante ômicron

Exames detectaram a nova cepa do coronavírus em casal que desembarcou em São Paulo e buscava retornar à África do Sul

Dhiego Maia

Ilustração do coronavírus (Getty Images)

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O Brasil entrou, na tarde desta terça-feira (30), para a lista de países com registros de infecções pela ômicron, a nova variante do coronavírus descoberta na África do Sul.

Amostras laboratoriais de um casal proveniente da África do Sul que desembarcou em São Paulo apresentaram resultado positivo para a nova cepa, segundo informou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Os testes foram realizados no laboratório Albert Einstein e passaram por uma contraprova no Instituto Adolfo Lutz (IAL), que confirmou a presença da nova variante.

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O casal chegou ao aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, no dia 23, de um voo que partiu do país africano. Eles portavam exames negativos para a Covid-19.

No retorno à África do Sul, o casal se submeteu a novos exames no laboratório localizado no mesmo aeroporto, no dia 25, um dos procedimentos para o embarque em viagens aéreas na pandemia.

Na ocasião, ambos tiveram resultado positivo para a Covid-19, e o fato “foi comunicado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de São Paulo”, disse a Anvisa.

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O laboratório Albert Einstein fez o sequenciamento genético das amostras e também notificou a Anvisa, nesta terça, de que o material continha a variante Ômicron do Sars-Cov-2, antes do resultado oficial obtido no Adolfo Lutz.

O homem, de 41 anos, e a mulher de, 37 anos, permanecem em isolamento domiciliar e estão sob monitoramento de familiares e equipes das vigilâncias estadual e municipal de São Paulo.

Quando testaram positivo para a Covid-19, ambos apresentavam sintomas leves da doença. Não há informações oficiais e atualizadas do quadro de saúde deles.

A Anvisa oficializou o ministério da Saúde e as secretarias municipais e estaduais de São Paulo para que os órgãos adotem as medidas de saúde pública pertinentes.

Outro caso suspeito para ômicron ainda aguarda por resultado do sequenciamento genético no Adolfo Lutz. Trata-se de um passageiro etíope, com passagem recente pela África do Sul, que desembarcou no país neste último domingo (28).

Ele fez um exame após chegar ao aeroporto de Guarulhos, e o resultado deu positivo para Covid-19. O homem segue isolado e é monitorado por equipes de vigilância da capital paulista.

Casos suspeitos da nova variante, segundo a agência reguladora, continuarão sendo monitorados, e os serviços de controle e prevenção da Covid-19 deverão ser reforçados no país.

A entrada dos passageiros com infecção confirmada para ômicron no Brasil ocorreu um dia antes da notificação em nível mundial da nova variante, realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), no dia 24.

O fato também foi registrado quatro dias depois da portaria interministerial do governo de Jair Bolsonaro (PL), que proibiu, de forma temporária, voos com destino ao Brasil que tenham como origem ou passagem a África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

A mesma portaria também suspendeu a autorização de embarque para voos ao Brasil de viajantes estrangeiros, procedentes ou com passagem, que estiveram nos últimos 14 dias nos seis países africanos.

Situação dos brasileiros

Brasileiros que estão nos países africanos mais afetados pela nova variante do coronavírus estão tendo dificuldades no embarque em voos de retorno ao Brasil. A situação está sendo monitorada pelo Itamaraty.

Diferentemente dos estrangeiros, os brasileiros que estiveram ou ainda permanecem nesses locais têm entrada autorizada. O problema recai na proibição da chegada de aviões provenientes das localidades com mais registros de ômicron.

“Estamos realizando gestões junto às companhias aéreas que atuam na região, com vistas a que os brasileiros possam embarcar, que haja voos ao Brasil, ou que rotas alternativas sejam encontradas”, afirmou, por nota, o Itamaraty.

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Ômicron (Getty Images)

Contenção da nova variante

Pesquisas científicas já descobriram que a ômicron possui um total de 32 mutações incomuns na proteína spike, parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a Covid-19.

Esse ritmo é, segundo os estudos, o dobro das mutações encontradas na Delta, outra variante altamente transmissível e que foi a responsável pela onda global mais recente de contaminações e óbitos por Covid-19.

“As mutações [da ômicron] podem conferir potencial de escape imunológico e possivelmente vantagem de transmissibilidade”, disse a OMS. “Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de Covid-19 com consequências graves”.

No momento, os pesquisadores buscam saber se a ômicron é mais transmissível do que as demais cepas em circulação, se eleva a gravidade do quadro clínico das pessoas contaminadas e se ela é capaz de driblar a eficácia das vacinas em uso.

A OMS alertou os países que o uso de máscara, o distanciamento social, além de se evitar aglomerações e ambientes fechados continuam sendo estratégias profiláticas de contenção da nova variante.

A organização também aconselhou os governos a promover duas estratégias: a testagem em massa da população, para mapear se a ômicron está em ampla circulação; e ampliação da vacinação, para prevenir e reduzir a gravidade da Covid-19 entre pacientes contaminados.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.