XP vê PagBank (PAGS) como preferida em meios de pagamento e recomenda compra

Preço-alvo do papel é de US$ 19, com potencial de valorização de 38%; para Stone, upside é de 17%

Ana Paula Ribeiro

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Competição menos intensa e redução dos juros são fatores que devem beneficiar as empresas de meios de pagamento no curto prazo. Com base nesse cenário, a XP Investimentos dá início a cobertura do setor com recomendação de compra para a PagBank (PAGS) e neutra para a Stone (STNE), ambas negociadas na Bolsa de Nova York e com BDRs na Bolsa brasileira.

O preço-alvo para a PagBank (antiga PagSeguro) é de US$ 19, o que representa um potencial de valorização de 38%. Atualmente, a empresa negocia com um múltiplo P/L (relação entre preço e lucro) de 8,2 vezes. Já o preço-alvo para a Stone é o mesmo, mas o potencial de valorização é menor, de 17%. A companhia tem um múltiplo para o P/L de 11,3 vezes.

As ações da PagBank acumulam alta de 78,8% em 12 meses e as da Stone, 92%. Um cenário mais promissor à frente contribuiu para essa valorização, segundo os analistas da XP, que também destacaram que essas duas empresas estão bem posicionadas para integrar as atividades bancárias em seus negócios, combinando serviços e crédito, por exemplo.

“Apesar de ser um setor com desafios estruturais, especialmente em termos de concorrência, que vem destruindo valor nos últimos anos, acreditamos que o canal de vendas originado da adquirência deve criar valor nos próximos anos para as empresas que conseguirem atender bem a nichos mais lucrativos”, de acordo com o relatório de início da cobertura.

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Tornar o negócio com maior lucratividade dependerá da oferta de serviços, indo além do aluguel das “maquininhas”, oferta de crédito e um sistema integrado aos estabelecimentos.

Cenário alterado para PagBank

A avaliação é que a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Cielo (CIEL3) não altera o cenário de concorrência e, além disso, o auge da competição no setor, que afetou a rentabilidade, ficou para trás.


No modelo desenhado pela XP, a PagBank é a que mais se beneficia do processo de redução dos juros e queda da inadimplência. Além disso, a avaliação é que a Stone já incorporou no preço a maior parte da execução positiva no crédito.

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Além disso, a XP destaca que o PagBank tem conseguido entregar serviços de pagamento e bancário, boa abordagem com pequenos comerciantes, menor competição no segmento de MEIs e um múltiplo mais atrativo.

“Acreditamos que a execução sólida e o crescimento da carteira de crédito podem levar a revisões nas projeções de lucros. Além disso, espera-se que o ambiente atual de cortes na taxa Selic beneficie ainda mais o PagBank.”

Stone é neutra

Já a Stone, que está com recomendação neutra, os analistas destacaram a rede de distribuição da empresa, agilidade no atendimento ao cliente e uma plataforma comercial que inclui outros produtos financeiros e integrado a soluções de software.

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A empresa encarou uma inadimplência elevada no seu modelo de concessão de crédito, mas que foi reestruturado recentemente. Para a XP, a empresa está agora em melhores condições de expandir essa linha de negócios.

“No entanto, não está claro para nós se a empresa será capaz de ser um participante relevante em um mercado dominado por bancos. Além disso, a Stone também está integrando pagamentos e serviços bancários em uma única solução, embora com resultados importantes ainda a serem obtidos”, avaliaram.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney