XP revisa recomendações para ações de varejistas em meio a cenário mais desafiador; confira as mudanças

Analistas reduziram recomendações de C&A, d1000, Enjoei e Americanas, enquanto elevaram recomendação para RD e Renner

Equipe InfoMoney

(blackred/ Getty Images)

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A XP revisou suas recomendações e preços-alvos para o setor varejista, avaliando que a perspectiva macroeconômica e a volatilidade política serão mais desafiadoras, apesar de ser possível que sinais positivos surjam conforme novas candidaturas se consolidam.

A casa reduziu sua projeção de crescimento para o PIB de 1,3% para 0,8%; elevou as expectativas de taxas de juros de 9,25% no fim de 2022 para 11%; de inflação (IPCA) de 3,9% para 5,2% e de Câmbio de R$ 5,1 para R$ 5,7 por dólar.

“Essas mudanças impactam negativamente o consumo uma vez que levam a uma redução de renda disponível e de disponibilidade e apetite de crédito”, destacam os analistas.

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Assim, em relatório, a XP destacou manter agora uma abordagem mais defensiva, e defende que investidores foquem em teses de investimento com um equilíbrio melhor entre risco e retorno. Assim, reduziu as recomendações de C&A (CEAB3, d1000 (DMVF3), Enjoei (ENJU3) e Americanas – tanto a holding LAME4 quanto a AMER3 – de compra para neutra.

Por outro lado, elevou recomendações de RD (RADL3) e Lojas Renner (LREN3)  para compra. A XP também manteve visão positiva para Assaí (ASAI3).

Para a XP, as farmácias são uma categoria resiliente, que têm apresentado resultados sólidos, o que deve ser mantido daqui para frente à medida que o fluxo nas lojas continua a se recuperar e os consumidores voltam a fazer atendimentos médicos, que acabaram sendo adiados por conta da pandemia. Além disso, apontam o quarto trimestre como sazonalmente mais forte devido à temporada de verão/férias.

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“Dessa forma, estamos atualizando RD para Compra, dado que a ação sofreu uma forte redução de preços recentemente enquanto a vemos como uma tese de investimento de baixo risco por estar bem posicionada para enfrentar esse cenário macroeconômico mais difícil dada a resiliência da categoria, exposição geográfica diversificada nacionalmente e sólido histórico de execução. Além disso, estamos rebaixando d1000 para Neutro, pois acreditamos que o cenário macro mais desafiador deve ser um obstáculo para a reestruturação em curso na empresa, especialmente com a aceleração dos seus planos de expansão”, ressaltam.

Sobre Renner, a elevação foi realizada dado que os analistas esperam que ela supere seus pares em relação à entrega de resultados, enquanto a performance fraca dos papéis dos últimos meses já reflete um cenário conservador.

Eles também destacam visão positiva para empresas expostas a consumidores de alta renda, como Arezzo (ARZZ3), Grupo Soma (SOMA3) e Vivara (VIVA3).

“Esperamos que os varejistas de alta renda continuem a se beneficiar de uma demanda reprimida de consumo e da ‘poupança circunstancia’” construída durante a pandemia”, apontam.

Das outras preferidas, sobre Natura (NTCO3), os analistas destacam que a companhia tem uma presença diversificada geograficamente (cerca de 75% das vendas fora do Brasil) e Multilaser ([ativo=MLSA3])/ Assaí como boas alternativas de custo/benefício para os consumidores em tempos mais difíceis.

Confira abaixo as revisões de recomendação da XP para o setor varejista:

E-commerce: ainda desafiador

Já sobre o comércio eletrônico, os analistas destacam que ele foi atingido fortemente no mercado de ações, mas a dinâmica de resultados segue desafiadora.

A maior queda ocorreu devido (i) à maior concentração de seu valor na perpetuidade, o que amplifica o impacto da alta de juros nos preços; (ii) aumento de competição, com empresas se tornando mais agressivas e sacrificando margens; (iii) interrupção da cadeia de suprimentos, que, combinado ao real mais desvalorizado, tem levado a um aumento de preços; e (iv) uma demanda mais fragilizada, em meio à deterioração do cenário macro.

“Estamos, portanto, rebaixando Americanas e Enjoei para neutro, uma vez que esperamos que a dinâmica de resultados de curto prazo permaneça desafiadora. Apesar dos nossos preços alvos do segmento refletirem um alto potencial de valorização, nós também vemos um alto risco em relação aos resultados uma vez que a demanda pode ser mais fraca e a competição mais acirrada. Dessa forma, nós adotamos uma visão mais cautelosa com o setor por enquanto”, avaliam os analistas.

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