Vivara (VIVA3): A gente tirou desconto e entregou crescimento, afirma CEO

Empresa aumentou "market share" e se isolou na liderança; executivos preveem continuidade de crescimento "robusto" ao longo do ano

Mitchel Diniz

(divulgação)

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Na teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre, Paulo Kruglensky, CEO da Vivara (VIVA3), afirmou que as varejistas, de maneira geral, tem dependido cada vez mais de campanhas promocionais para conseguir vender. “A Vivara conseguiu entregar crescimento e margem sem ter promoções específicas. Isso é muito importante para a saúde da marca”, afirmou.

A joalheria registrou um lucro líquido de R$ 45,922 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), quase doze vezes superior (1.073,7%) ao registrado em igual período de 2021 (1T21).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 51,2 milhões, alta de 388,3%. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) ajustada, por sua vez, teve alta de 10,4 pontos percentuais, indo para 15,2%.

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No primeiro trimestre deste ano, o market share (participação de mercado) da Vivara cresceu 2,6 pontos percentuais, em relação ao mesmo período do ano passado, para 16,3% – a companhia tem a liderança do mercado. Para Kruglensky, isso deixa a competição em desvantagem, pois a Vivara tem poder de barganha.

“A gente investe quase 50% do faturamento do segundo colocado [no mercado] em mídia. Dificilmente a concorrência consegue impactar o cliente da Vivara e se consegue pagou muito mais caro por isso.”, diz o CEO.

Físico x Digital

O crescimento dos números da Vivara no primeiro trimestre foi pautado pelas lojas físicas, cuja receita bruta atingiu R$ 356,030 milhões no período, um aumento de 67,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita das vendas digitais, por sua vez, caíram 10,9%, para R$ 51,605 milhões.

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“A rentabilidade desse canal segue atraente e continuaremos a investir fortemente no crescimento dele, pois acreditamos na sustentabilidade de shares elevados”, afirmou Otavio Lyra, diretor financeiro e de relações com investidores da Vivara, na teleconferência de resultados.

Lyra explica que os investimentos em marketing da Vivara foram responsáveis pelo aumento nos fluxos das lojas. A empresa também quer expandir pontos de vendas físicos em 2022 – o primeiro trimestre terminou com 290 unidades, com a abertura de 2 novas lojas da Vivara e a conversão de 2 quiosques da Life em lojas da marca.

“Não vemos perda de relevância no canal digital, pois ele continua trazendo fluxo para as lojas físicas”, afirma Lyra. A Vivara, inclusive, investe atualmente na troca e melhoria de sua plataforma digital. A empresa aumentou em 47,5% seus investimentos em sistema e tecnologia da informação no primeiro trimestre, para R$ 4,185 milhões.

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Previsões positivas

“A gente espera poder trazer, neste ano, potencial de rentabilização da companhia, vindo de margem bruta mais elevada e menos pressionada por incremento de custos, além de uma diluição operacional mais eficiente”, afirma o CFO.

Para o último mês de abril, a expectativa é de um crescimento robusto em relação a um ano atrás, quando ainda se via impactos relevantes da pandemia. Com a flexibilização de restrições e o fim do uso de máscaras, a Vivara vê um retorno de fluxo de clientes nas lojas em todas as restrições.

“No início de maio, batemos recorde no dia das mães em lojas, em um único dia. Isso deve trazer boa tração para o segundo trimestre como um todo”, explica Lyra.

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O aumento de “mix” de produtos impulsionou vendas mesmas lojas (SSS) em unidades mais maduras. Paulo Kruglensky explicou que a empresa vem trabalhando no desenvolvimento a aumento da oferta de produtos, combinando itens mais baratos e mais caros. Com isso, a empresa conseguiu a aumentar a quantidade de peças oferecidas, “um desafio que a companhia vinha tendo nos últimos anos”, afirma Kruglensky.

Ele conta que o o aumento do mix contribuiu com a elevação de vendas mesmas lojas (SSS) em unidades mais maduras, como a do Shopping Morumbi, na zona sul de São Paulo. “A gente também vê oportunidade com outras categorias no futuro. Por que não joias masculinas com metais misturados? Investimentos em tecnologia para ter um produto mais leve, com aparência de robustos, um produto forte para continuar crescendo em SSS”, afirma.

No primeiro trimestre deste ano, as vendas mesmas lojas (SSS) da Vivara tiveram avanço de 41,7% na comparação anual, com expansão de 67,1% nas vendas em lojas físicas, na comparação com o primeiro trimestre de 2021.

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Os negócios com a linha Life vem se mostrando melhor que o esperado. A receita bruta com a marca de joias colecionáveis da Vivara aumentou em mais de cinco vezes (447,9%) no primeiro trimestre de 2022, para R$ 25,87 milhões, somente nas lojas próprias da Life. Nas lojas da Vivara, as vendas da marca cresceram 57,8% no período.

“A velocidade de maturação das novas loja Life tem ficado acima do esperado, chegando a um faturamento esperado antes do previsto. A grande novidade é a aquisição de novos clientes com lojas Life, aumentando a base de forma acelerada. Todas as lojas Life que abrimos vêm performando super bem e nos anima a acelerar essa parte”, afirma Kruglensky.

Repercussão do balanço

A margem bruta da companhia no trimestre superou as projeções do Itaú BBA em 100 pontos base. A margem Ebitda, por sua vez, ficou 50 pontos abaixo do esperado. De qualquer forma, a análise afirma que os resultados da Vivara foram os mais fortes entre as varejistas acompanhadas pela casa.

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“A companhia manteve sua trajetória de força nas vendas e sua lucratividade em níveis saudáveis, em meio a um período de deterioração macroeconômica – um grande feito, levando em consideração o cenário difícil para o varejo no primeiro trimestre de 2022”, diz o texto do BBA.

A casa tem classificação outperform (desempenho acima da média do emrcado) para VIVA3, com preço-alvo de R$ 37. Às 13h26 (horário de Brasília), o papel subia 2,07%, a R$ 23,62.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados