Vibra (VBBR3) lucra R$ 566 milhões no quarto trimestre de 2022, baixa anual de 44,8%

A distribuidora destacou que o 4T22 apresentou um contexto de alta volatilidade dos preços das commodities comercializadas por ela

Felipe Moreira

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A distribuidora Vibra (VBBR3), ex-BR Distribuidora, divulgou nesta terça-feira (21) ter registrado um lucro líquido de R$ 566 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), uma retração de 44,8% sobre a mesma etapa de 2021.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,581 bilhão no 4T22, um recuo de 1,1% em relação ao 4T21.

A margem Ebitda ajustada, por sua vez, atingiu R$ 157 metros cúbicos (m3) entre outubro e dezembro do ano passado, uma diminuição de 1,8% na base anual.

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“O 4T22 apresentou um contexto de alta volatilidade dos preços das commodities que comercializamos, com os preços de diesel ao longo de outubro experimentando novos aumentos de crack spreads e levando a um novo descolamento dos preços domésticos em relação aos internacionais”, apontou a companhia.

A Vibra aponta ainda que este contexto somou-se a um excesso temporário de produtos no mercado, com os players tendo se preparado para o pico sazonal de demanda de diesel em outubro, mas com uma demanda que se mostrou aquém da esperada naquele mês. “Essa combinação pressionou margens no setor no início do trimestre, movimento que revertemos ao final do ano”, afirmou.

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A receita líquida somou R$ 45,1 bilhões no quarto trimestre deste ano, crescimento de 14,8% na comparação com igual etapa de 2021.

O volume de vendas apresentou um aumento de 0,8% na comparação na base anual, principalmente pelas maiores vendas de gasolina (+12,9%), etanol (+22,1%) e combustível de aviação (+16,8%) compensado parcialmente pelas menores vendas de óleo combustível (-53,7%), coque (2,3%) e Diesel (-1,2%).

Segundo a companhia, como grandes efeitos não recorrentes, vale ressaltar a redução de preços de combustíveis ocorrida no
mercado nacional, no início de dezembro, causando desvalorização de inventário, somada às despesas de hedge no início do 4T22. Os efeitos combinados de despesas de hedge e perdas de estoques afetaram negativamente o Ebitda ajustado em R$ 756 milhões no trimestre, impactando a margem Ebitda em -R$ 75/m³.

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“Por outro lado, conseguimos avançar de forma relevante em nossa agenda de desinvestimentos em imóveis e bases, cumprindo um dos objetivos que havíamos definido para este ano, e obtivemos, no 4T22, um resultado que alcança um total de R$ 325 milhões de Ebitda, ou R$ 32/m³”, afirma.

Além disso, também foi possível reconhecer ganhos com créditos tributários extemporâneos de Pis/Cofins, o que proporciona um impacto positivo imediato de aproximadamente R$ 680 milhões em seu Ebitda no 4T22, ou R$ 68/m³, ao consideramos os referidos créditos acumulados nos últimos 5 anos, decorrentes de despesas operacionais essenciais. “Ainda,
passaremos a nos creditar de cerca de R$ 40 milhões, por trimestre, em despesas correntes”, afirmou.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 404 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo ganhos financeiros de R$ 807 milhões da mesma etapa de 2021.

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O lucro bruto ajustado atingiu a cifra de R$ 1,565 bilhão no quarto trimestre de 2022, uma redução de 27,9% na comparação com igual etapa de 2021, principalmente pelos ganhos com inventários de produtos obtidos naquele trimestre sem a mesma correspondência no atual.

As despesas operacionais ajustadas somaram R$ 573 milhões no 4T22, uma retração de 15,2% em relação ao mesmo período de 2021.

Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de R$ 13,729 bilhões, uma elevação de 35,8% na comparação com a mesma etapa de 2021.

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O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em  2,6 vezes em dezembro de 2022, queda de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo período de 2021.