Rede D’Or: Itaú BBA vê 3 pontos positivos e eleva RDOR3 para compra; ações sobem

A companhia apresenta possibilidade de crescimento de capacidade em 2024, mesmo considerando cenário ainda desafiador para o setor

Camille Bocanegra

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Forte dinâmica de lucros de curto prazo, sólido posicionamento setorial e boa percepção de governança. As companhias listadas que possuírem essas três características se beneficiarão no atual ambiente, entende o Itaú BBA. Esse é o caso da Rede D’Or (RDOR3), que teve sua recomendação elevada de neutra para “compra” pelo BBA.

Os papéis da companhia subiram na sessão desta segunda-feira, 29, com alta de 2,36%, cotados a R$ 26,46. A Rede D’Or conta com valorização de 19% nos últimos doze meses, mas queda de cerca de 7% no acumulado de 2024.

Para os analistas do banco, o primeiro semestre de 2024 será marcado por expansão das margens para operação hospitalar, impulsionada por materiais e medicamentos, na visão do banco. A expectativa é que a rentabilidade melhore na SulAmérica, trazendo momento de ganhos positivo para a companhia num todo.

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“Apesar do ambiente desafiador de saúde no Brasil, a Rede D’Or se destaca como uma das poucas empresas com bom desempenho, destacando a importância dos líderes do setor em tais cenários. Além disso, vale ressaltar que as ações ainda não são amplamente detidas por investidores locais, o que as posiciona favoravelmente do ponto de vista técnico”, considera a análise.

O crescimento da capacidade da companhia é dado como certo em 2024, considerando as oportunidades inorgânica que se apresentam. Para o BBA, a Rede D’Or é a candidata óbvia para aproveitar hospitais menores que apresentem dificuldades de capital de giro e lucratividade. A análise também comenta que os principais projetos em áreas metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife tem progredido de acordo com os planos e deve ser adições ainda neste ano.

Possíveis contratempos

Apesar dos pontos positivos e da visão construtiva para a tese de investimento da Rede D’Or, algumas incertezas foram destacadas na análise. Mesmo com potencial de mais adições no radar, há de se considerar que as adições líquidas de leitos operacionais ficaram aquém da expectativa do mercado em 2023. O BBA pondera, no entanto, que o número foi impactado por um severo descredenciamento de cooperativas médicas no ano passado, que não deve se repetir em 2024.

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O banco também ressalta que o cenário de prolongamento de recebíveis de pagamentos não deve melhorar tão cedo. Nesse caso, mesmo afetada negativamente nos serviços hospitalares, a companhia poderia se beneficiar na divisão de seguros. Outro ponto abordado é a ausência de melhoria de margem na divisão hospitalar pela ausência das adições, impactando a rentabilidade no curto prazo.

Para abarcar eventuais pontos negativos, o BBA mantém projeções conservadores para o nome, ainda que eleve a recomendação. O preço alvo para o papel foi majorado para R$ 33 (dos R$ 30 reais estimados anteriormente) para fim de 2024.