Vamos (VAMO3) melhora rentabilidade e lucra 39% mais no 1º tri, a R$ 169,1 milhões

Empresa divulgou também receita líquida 78% maior no período, chegando a R$ 1,68 bilhão, com alta de 82% no Ebitda

Rikardy Tooge

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A Vamos (VAMO3), empresa de venda e locação de máquinas e equipamentos da Simpar (SIMH3), reportou nesta quarta-feira (26) lucro líquido consolidado de R$ 169,1 milhões no primeiro trimestre de 2023, com alta de 38,8% frente igual período do ano passado, indicando mais um trimestre de alta.

“É o nosso 17º trimestre seguido com recorde nos principais indicadores. Isso demonstra que temos uma tese de crescimento resiliente”, afirma Gustavo Couto, CEO da Vamos, ao InfoMoney.

A empresa estreou na Bolsa em meados de 2019 com o racional de que vale mais à pena para grandes empresas locarem máquinas e equipamentos pesados do que os comprar. “Quem faz as contas percebe que alugar pode ser 30% mais barato que uma aquisição. Você renova a frota, diminui custos operacionais e libera capex em um momento de alto custo de capital”, reforça.

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Neste sentido, chama a atenção que a receita líquida de locação superou a de concessionárias, que atua na venda de equipamentos seminovos, neste trimestre. Enquanto o faturamento da vertical de aluguel de máquinas cresceu 128,5%, para R$ 805,5 milhões, o segmento de vendas registrou R$ 794,8 milhões no período, crescimento de 37,5%.

Gustavo Couto, CEO do Grupo Vamos
Gustavo Couto, CEO do Grupo Vamos: tese da companhia se traduz em crescimento resiliente (Divulgação)

Assim, a receita líquida consolidada da Vamos chegou a R$ 1,68 bilhão no primeiro trimestre, alta de 78% no comparativo com igual intervalo de 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) consolidado foi de R$ 659,2 milhões, avanço de 82,3%.

“As incertezas de início de ano não nos impediram de registrar um bom resultado, conseguimos começar o ano mais forte”, aponta o CEO da Vamos, que anunciou também nesta quarta-feira a compra da DHL Tratores por R$ 93 milhões, sendo esta sua segunda aquisição no ano – a primeira foi a Tietê Veículos por R$ 331 milhões.

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A longo prazo, a Vamos afirma ter R$ 15,7 bilhões em receita futura contratada, o chamado backlog, com crescimento de 76,9% sobre o 1T22. O capex contratado, que é uma proxy de novos contratos, avançou 11% em um ano, para R$ 1,73 bilhão.

O estoque de ativos somou R$ 2,98 bilhões no primeiro trimestre, sendo R$ 496 milhões em implementação e R$ 2,49 bilhões para pronta entrega. Esse item, aponta Gustavo Couto, vem permitindo que a empresa consiga ampliar suas margens, uma vez que o valor de mercado dos ativos em estoque está 47,7% maior do que o valor de aquisição.

“Conseguimos fazer comprar importantes entre 2021 e 2022 que nos permitem ter um ativo a um custo menor”, avalia o executivo. Com isso, o retorno sobre capital investido (ROIC, em inglês) avançou 5,1 pontos em um ano, para 19,4%, enquanto o retorno sobre o patrimônio (ROE) subiu 0,4 ponto, a 22%.

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Estrutura de capital

A empresa encerra o primeiro trimestre com R$ 2,31 bilhões em posição de caixa, o que permitiria cobrir o endividamento até meados de 2025, afirma a Vamos. A alavancagem está em 3,23 vezes a dívida líquida pelo Ebitda, dentro de uma margem considerada saudável para empresas de capital, intensivo.

“Nossos convenants [obrigações assumidas com credores atreladas a indicadores financeiros da empresa] são de 3,75 vezes e estamos seguros quanto a nossa disciplina financeira. Também fizemos a maior parte do capex necessário para os novos contratos”, reforça Couto.

O executivo lembra que a empresa obteve R$ 641 milhões em setembro do ano passado por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-on) e que isso ajudou a reforçar o caixa neste momento de retração no mercado de crédito.

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Neste trimestre, o CEO aponta ainda que R$ 2 bilhões foram levantados no mercado de dívida, sendo R$ 1,3 bilhão por meio da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e operações com bancos e cerca de R$ 700 milhões com a venda de outros recebíveis.

A despeito de um investimento de R$ 424 milhões anunciados neste início de segundo trimestre, Gustavo Couto afirma que a empresa tem ainda mais R$ 2 bilhões disponíveis em linhas de financiamentos em bancos de fomento com “condições bem melhores que a do mercado” que garantirão a liquidez da empresa ao longo do ano.

Rikardy Tooge

Repórter de Negócios do InfoMoney, já passou por g1, Valor Econômico e Exame. Jornalista com pós-graduação em Ciência Política (FESPSP) e extensão em Economia (FAAP). Para sugestões e dicas: rikardy.tooge@infomoney.com.br