Vale a pena manter criptos em meio a inflação e crise global? Analistas dizem que sim – e recomendam carteira

Especialistas defendem posição em Bitcoin apesar da escalada da inflação

Equipe InfoMoney CoinDesk

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A tese de investimento de reserva de valor do Bitcoin (BTC) não vem se mostrando verdadeira até aqui. Negociada em alta correlação com o mercado de ações, especialmente com os papéis de tecnologia, a criptomoeda sofre críticas por não oferecer proteção alguma contra um colapso econômico – bem diferente de ouro e dólar.

Mas, especialistas do setor discordam e apontam que as características de reserva do ativo estão não só presentes, como devem se fortalecer com o tempo – principalmente em momentos de crise.

No curto prazo, investidores temem que o aumento da inflação e dos juros nos EUA faça as criptomoedas despencarem de vez, tal qual no crash da Covid, em março de 2020. No plano de fundo está o comportamento de ativo de risco das criptos e a natural reação negativa ao aumento do rendimento de títulos públicos – os dos EUA já oferecem os maiores retornos anuais desde julho de 2019.

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Mas, ao contrário do que preconizam os manuais de investimento tradicionais, especialistas sustentam que as criptomoedas podem compor um portfólio defensivo em meio aos temores de escalada da inflação e crise global.

“Muitos agentes financeiros ainda o veem como um ativo de risco dada a sua volatilidade. [Mas] Na minha visão, o Bitcoin está cada vez mais com características de reserva de valor, então ele seria uma proteção”, avaliou Rodrigo Borges, analista de criptomoedas da Ohm Research, durante participação ontem (14) no Cripto+.

Para o especialista, a alta correlação do Bitcoin com ações de tecnologia e a ameaça de estagflação, que pode derrubar ainda mais os mercados acionários pela falta de crescimento econômico, não deve afetar a moeda digital no longo prazo.

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“Exatamente no dia hoje, três anos atrás, o Bitcoin valia US$ 3.800, no dia do famoso crash de março de 2020. Ele está valendo 10 vezes mais, já chegou a valer 20 vezes mais – 1.000% de ganho. Que outro ativo nesse período teve uma apreciação como essa? É garantido que ele vá se multiplicar da mesma forma [daqui para a frente]? Não. Mas eu, pessoalmente, não venderia”.

O analista e investidor anjo Vinícius Terranova (@falaterranova) vai além e recomenda uma estratégia que permite se expor a investimentos tradicionais muito procurados em momentos de crise, mas sem abrir mão da facilidade das criptomoedas.

A carteira cripto é composta por uma parcela pequena em Bitcoin comprado com estratégia de preço médio, além dois outros produtos.

Um deles é a stablecoin Pax Gold (PAXG), que é atrelada ao ouro e, portanto, acompanha os preços do metal precioso, assim como o Tether (USDT) segue o dólar e o Brazilian Digital Token (BRZ) rastreia o real. Para o investidor de cripto, a vantagem é a possibilidade de se expor ao ouro diretamente pela corretora com a qual já está acostumado.

“Em um momento de instabilidade, a Pax Gold pode ser uma moeda muito boa para surfar uma valorização. E dificilmente vai ter uma volatilidade absurda que não dê tempo de controlar [a posição]”.

Por fim, o especialista recomenda uma estratégia de renda passiva com criptomoedas. Atualmente, um dos mais buscados é o protocolo Anchor, uma espécie de poupança que roda na blockchain Terra (LUNA). Nela, o usuário que deposita a stablecoin Terra USD (UST) obtém um rendimento anual próximo de 20% em dólar.

“É muito mais seguro do que colocar em uma carteira de altcoins. Nesse momento de instabilidade, é a melhor opção”.

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