TIM (TIMS3) vai repassar redução de ICMS a partir da próxima semana; receita móvel surpreendeu no trimestre

Para os usuários pré-pago, o ajuste do imposto não deve vir no valor da conta, mas na quantidade de dados oferecidos

Mitchel Diniz

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Durante teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2022, o CEO da TIM (TIMS3) anunciou que a empresa vai repassar a redução de ICMS aos usuários a partir da semana que vem. Ele explica que novos preços entrarão em vigor para clientes do pós-pago.

“Quando baixamos o preço, conseguimos aceitar mais clientes nesses planos e seremos capazes de aumentar a migração entre os plano. Temos o benefício potencial de maior elasticidade da demanda. Mais pra frente, a redução do ICMS vai ser  importante pra implementar estratégias de promoções”, diz Griselli.

Já para os usuários pré-pago, o ajuste não deve vir no valor, mas na quantidade de dados oferecidos. Na avaliação do Credit Suisse, o movimento é positivo. “Converter ICMS mais baixo em gigabytes extras permite um aumento de receitas e margem Ebitda no terceiro trimestre”, diz análise da casa, lembrando que as receitas do pré-pago respondem a aproximadamente 25% do faturamento total

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Os resultados da TIM no trimestre chamaram a atenção dos analistas pela receita robusta com serviços móveis. A cifra avançou 23% na comparação anual para R$ 4,899 bilhões, superando as projeções do mercado. Ainda que reflita, em parte, a inclusão de usuários da Oi, após a aquisição dos ativos móveis da companhia, o crescimento orgânico dessas receitas foi de 12,8%, o que representou uma aceleração. No primeiro trimestre deste ano, o faturamento com serviços móveis havia avançado 8,1%.

“O sólido crescimento orgânico móvel foi impulsionado pela boa execução nos segmentos pré-pago e pós-pago que levaram a TIM a aumentar sua receita média por usuário (ex-Oi) em 10,7%”, explicam Bernardo Guttmann e Marco Nardini, analistas da XP.

A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) registrou crescimento orgânico de 7,4% no segmento pré-pago e de 5,7% no pós-pago. “A receita média por usuário se beneficiou bastante de uma recente alta nos preços,  reforçando nossa visão de que as atuais condições de mercado permitem um ambiente mais benigno de precificação”, escreveram Daniel Federle e Victor Ricciuti, do Credit Suisse.

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Para os analistas, além da receita com serviços móveis ter superado as expectativas, a TIM surpreendeu com uma queda mais branda, de 1,4 ponto percentual, na margem Ebitda relação entre o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre a receita líquida), para 46,3%. A contração foi explicada por custos relacionados ao aluguel da rede da I-Systems (ex-FiberCo) e maior inflação. Contudo, excluindo esses efeitos, a margem Ebitda ficou estável na comparação com um ano antes, em 47,7%.

“As despesas com vendas foram atipicamente mais altas, com campanhas de marketing e, especialmente, esforços mirando os recém-chegados clientes da Oi. Portanto, vemos espaço para algum alívio nessa linha para os próximos trimestres”, diz a análise do Credit.

O destaque negativo, por sua vez, foram as despesas financeiras, que prejudicaram a linha final do resultado. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 438 milhões no segundo trimestre de 2022, uma piora de R$ 403 milhões na comparação com a mesma etapa de 2021.

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Segundo a TIM, o desempenho foi afetado principalmente pela aquisição dos ativos móveis da Oi e pela piora dos indicadores macroeconômicos. A relação entre dívida líquida e Ebitda da companhia aumentou para 1,7 vez (ante 0,7 vez no 1T22), com os arrendamentos financeiros decorrentes da aquisição dos ativos móveis da Oi, no valor de R$ 2,9 bilhões.

“O aumento de despesas financeiras é temporário devido a compra dos 16 milhões de clientes da Oi Móvel e pagamento das licenças para operar o 5G em todo Brasil”, diz Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. Conde acredita que a dívida líquida seja recuperada entre dois e três anos, com acréscimo de geração de caixa dos clientes da Oi Móvel e serviços 5G.

Mesmo com a queda no lucro do segundo trimestre, a TIM manteve a previsão de pagar R$ 2 bilhões em proventos em 2022. Para Camille Faria, CFO da companhia, o lucro que pode ser distribuído é “gerenciável” com as reservas da empresa. “Confirmamos o guidance que foi fornecido anteriormente”, disse a executiva.

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O Credit Suisse tem avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para TIMS3 e preço-alvo de R$ 16,50. Após a divulgação do resultado, a XP manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$22 por ação para o final de 2022.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados