Ações da Telefônica Vivo (VIVT3) recuam mais de 2% após balanço; empresa avança sinergias com Oi (OIBR3)

Analistas destacaram o impacto do aumento da inflação sobre as margens da empresa, mas reforçaram o nome como o melhor do setor

Felipe Alves

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As ações da Telefônica Vivo (VIVT3) recuavam 2,42% na abertura do pregão desta quarta-feira (11), cotadas a R$ 49,57, após a divulgação do balanço do primeiro trimestre, considerado de neutro a negativo pelos analistas. A Telefônica (VIVT3) reportou lucro líquido de R$ 750 milhões, uma queda de 20,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Para o Credit Suisse, o resultado da Telefônica veio ligeiramente negativo, com receita 1% acima e Ebitda 1% abaixo de suas estimativas. A receita líquida cresceu com uma aceleração nas receitas móveis e um mix de receitas mais saudável no segmento de telefonia fixa.

O Ebitda, destacou o relatório do Credit Suisse, foi pressionado pela inflação e pelo rápido crescimento do negócio B2B, com margens mais baixas. O banco manteve, após o balanço, a classificação outperform para o papel, e preço-alvo de R$ 54.

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Segundo o Itaú BBA, os números da Telefônica (VIVT3) foram neutros, com a receita e o Ebit em linha com as expectativas, mas ficaram aquém da previsão no caso do Ebitda, em 4,8% (sugerindo crescimento de custos acima do esperado) e da estimativa de lucro líquido em 23%.

O BBA continua cauteloso com o impacto potencial da inflação acima do esperado nas margens, mas enxerga a Vivo como melhor posicionada do que outros pares brasileiros listados para um bom desempenho neste ambiente operacional difícil. Dessa forma, mantém classificação market perform para o papel, e preço-alvo de R$ 53.

Na avaliação da XP, a empresa superou as estimativas em relação a receita, mas com contração de margem. Dessa forma, a avaliação é a de que os resultados foram mistos: por um lado, a empresa reportou receita líquida 1,2% acima das projeções, mas margem Ebitda -1,3 pp abaixo, impactada por inflação mais alta e maior participação em serviços B2B e vendas de aparelhos.

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A XP manteve recomendação neutra para Vivo, mas elevou preço-alvo de R$ 57 para R$ 58, incorporando os ativos da Oi, além de revisar os números operacionais e financeiros.

Integração com Oi

Em entrevista coletiva, o CEO da Telefônica, Christian Gebara, afirmou que, após o fechamento da compra da Oi móvel, em 20 de abril, a empresa está acelerando o ritmo de capturas das sinergias com a empresa. Segundo ele, as sinergias de Opex e Capex vão somar R$ 5,4 bilhões.

Em março de 2022, por exemplo, a porção dos ativos da Oi adquiridos pela Vivo geraram R$ 135 milhões de receita líquida mensal para a Telefônica.

“Essas sinergias estão divididas em redes, conseguimos operar base de clientes de 12,5 milhões, com clientes muito concentrados no Nordeste, onde a Vivo tem melhor rede de internet móvel com infraestrutura já disponível”, ressalta Christian.

De acordo com o CEO, com operação com custo muito mais marginal, haverá eficiência no uso do espectro não só para os clientes que a Vivo vai incorporar, mas para futuros clientes. “Esses clientes vão entrar em uma companhia que investiu mais do que a empresa originária, e vamos oferecer um serviço melhor”, destacou.

A Vivo, a TIM e a Claro compraram a Oi Móvel em leilão judicial em dezembro de 2020. A aquisição dos ativos foi aprovada pelo Cade no começo deste ano e efetivada em abril. A operação somou R$ 15,922 bilhões no total.

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Calendário 5G

As operadoras de telefonia do Brasil têm até o fim julho para disponibilizar a rede 5G em todas as Capitais do país. Segundo o CEO da Telefônica (VIVT3), Christian Gebara, a empresa está cumprindo o calendário estipulado pela Anatel.

Com investimento de R$ 1,9 bilhão para o 5G, a Telefônica usa parte do investimento para “fibrar” os locais que vão receber a frequência 5G. Até junho, a Vivo deve ter radiofrequência de 3,5 GHz para, até o fim de julho, as Capitais brasileiras terem acesso ao 5G. “O trabalho está sendo feito e estamos seguindo o calendário”, diz Christian.

No 1T22, o resultado financeiro da Vivo registrou uma despesa líquida de R$ 524 milhões (+66,6% a/a), em função do maior endividamento médio por aquisição das licenças 5G no final de 2021, além da maior taxa de juros no período e dos contratos reconhecidos como leasing em função do IFRS16.

Resultado da Telefônica Vivo

Christian Gebara ressaltou o crescimento de todas as linhas de receitas da empresa no 1T22. A receita líquida somou R$ 11,352 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 4,6% na comparação com igual etapa de 2021. O crescimento da receita foi o maior dos últimos sete anos.

Segundo o CEO, a alta da receita é uma combinação de vários fatores, mas principalmente a alta do segmento móvel e aceleração da captura de clientes. A empresa atingiu a marca de 100 milhões de acessos no 1T22.

Christian destacou ainda que a performance core da companhia, de serviços móveis, fibra e digitais, já representam 90% de todo o negócio da Vivo. Além disso, o CEO afirmou que a Telefônica segue no “controle forte de custos, cada dia nos tornando mais eficientes”.

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