Stone (STOC31): lucro e receita superam projeções e empresa reduz fatia no Inter (BIDI11); ação fecha em alta de 13%

Em termos ajustados, a companhia brasileira teve lucro de R$ 132,2 milhões no período, queda de 29,4% no comparativo anual, mas acima do projetado

Equipe InfoMoney

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A empresa de pagamentos StoneCo (Nasdaq: STNE; B3:STOC31) informou na última quinta-feira (2) que teve prejuízo líquido de R$ 313 milhões no primeiro trimestre de 2022, revertendo resultado positivo de R$ 158 milhões registrado um ano antes.

Em termos ajustados, a companhia brasileira listada na Nasdaq teve lucro de R$ 132,2 milhões no período, queda de 29,4% no comparativo anual.

O resultado foi bem avaliado pelo mercado e os papéis da companhia negociados na Bolsa americana fecharam em forte alta na sessão desta sexta-feira (3), com ganhos de 13,24%, a US$ 11,80.

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A StoneCo também informou no relatório que vendeu 21,5% da participação que tinha no Banco Inter (BIDI11), aproveitando opção oferecida na reestruturação do grupo. A empresa tinha até então 4,97% do capital do Inter e agora tem 3,9%.

A companhia anunciou que sua receita do primeiro trimestre somou R$ 2,07 bilhões, aumento de 138,6% ante mesma etapa do ano passado. A previsão da StoneCo para o período era de aumento de 119%.

Os números vêm em meio a uma maior atenção do mercado sobre a companhia, que enfrentou grandes perdas com crédito no ano passado e teve que fazer ajustes na política de preços para tentar melhorar suas margens. Ao divulgar os resultados do quarto trimestre de 2021, a companhia conseguiu amenizar preocupações dos investidores ao apresentar expectativas animadoras de receita.

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A empresa também previu nesta quinta que sua receita do segundo trimestre será de R$ 2,15 bilhões a R$ 2,2 bilhões, aumento de 154,1% sobre um ano antes.

Recuperando lucratividade, receita em forte alta

Para o Itaú BBA, a companhia está recuperando sua lucratividade. Ela reportou resultados melhores do que o esperado pelo banco, com as receitas impulsionadas por uma maior taxa de aceitação, que mais do que compensou o aumento das despesas operacionais.

“O lucro líquido ajustado de R$ 132 milhões superou nossa expectativa de R$ 108 milhões – uma melhora significativa em relação ao 4T21, além de um guidance ainda melhor para o 2T22”, aponta.

Embora os desafios de médio prazo permaneçam e o valuation não seja uma pechincha, a 21 vezes a relação entre preço e lucro (P/L) esperada para 2023, os analistas destacaram esperar uma reação positiva do preço das ações no curto prazo, uma vez que a reprecificação está se mantendo – uma leitura importante para PagSeguro (PAGS34) e Cielo (CIEL3). A rival PagSeguro divulga seus números do trimestre na próxima quarta-feira.

O Itaú BBA manteve recomendação market perform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para o papel STNE, com preço-alvo de US$ 11, ou um potencial de alta de 5,6% em relação ao fechamento da véspera.

O Credit Suisse também possui recomendação equivalente à neutra para o ativo, mas com um preço-alvo mais alto, de US$ 22, ou potencial de valorização de 111% em relação ao fechamento da véspera. O banco também apontou que a companhia teve resultados positivos, com a receita de R$ 2,07 bilhões da Stone superando o guidance em 9% e acelerando para alta de 87% na base anual (proforma para Linx), de 51% no quarto trimestre de 2021, devido ao forte volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglẽs) e uma taxa de aceitação muito maior.

O lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) ajustado ficou 16% acima do guidance e muito melhor que o montante do 4T21, enquanto apontou que a lucratividade deve seguir melhorando.

O Morgan Stanley aponta que o resultado foi impulsionado pelo forte crescimento do TPV e esforços bem-sucedidos de reprecificação.

Apesar do maior churn (cancelamento) e de um trimestre sazonalmente fraco, a Stone registrou receita 10% acima do consenso.

O guidance sobre as receitas e lucro antes dos impostos do 2T22 está acima do consenso e implica em mais expansão da margem de lucro antes dos impostos.

Além disso, analistas classificam os comentários da administração durante a teleconferência sobre as perspectivas de reprecificação, crescimento e lucratividade para 2022 como construtivos. O banco reitera avaliação overweight (exposição acima da média do mercado) para Stone e preço-alvo de US$ 28, ou potencial de alta de 169% em relação ao fechamento da véspera.

Na contração, o Bradesco BBI apontou enxergar os resultados como neutros para as ações, pois vieram bastante em linha com o guidance da empresa fornecido no 4T21. Além disso, o guidance para o 2T22 veio em linha com as expectativas do banco; assim, não acredita que deva trazer revisões de resultados para cima neste momento.

Em suma, apontam os analistas, embora as ações tenham caído 38% no acumulado do ano, BBI mantém visão mais cautelosa sobre a Stone, pois vê que a empresa está sendo negociada a um preço caro cerca de 42 vezes o P/L esperado para 2022, com potenciais riscos de queda relacionados a menores volumes de pré-pagamento e maior taxas de churn nos próximos trimestres. O BBI mantém classificação underperform (estimativa de desempenho abaixo da média do mercado) para Stone e preço-alvo de US$ 10, 4% menor frente o fechamento da véspera.

(com Reuters)

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