Ritmo de negociações sobre “abismo fiscal” dos EUA acelera

No Capitólio há indicações de que estão acontecendo preparações para uma rápida avaliação legislativa de um acordo

Reuters

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WASHINGTON – A Casa Branca e o gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, realizaram mais negociações na segunda-feira (10) sobre como quebrar o impasse do “abismo fiscal”, uma série de aumentos tributários e cortes orçamentários prevista para entrar em vigor no próximo mês.

Nenhum dos dois lados deu qualquer sinal público de que está pronto para ceder. Um assessor da liderança republicana na Câmara afirmou que “não há acordo ou qualquer coisa como isso” sobre uma resolução para as questões do abismo fiscal.

No Capitólio, entretanto, há indicações de que estão acontecendo preparações para uma rápida avaliação legislativa de um acordo, se ele for alcançado em breve.

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O cenário mais discutido – que não é nada mais substancial do que isso – mostra os democratas conseguindo os aumentos tributários que defendem sobre os mais ricos em troca de concessões significativas que ajudariam a reduzir os custos do Medicare, o programa de saúde do governo para os mais velhos.

No ano que vem democratas e republicanos vão também trabalhar juntos em uma reforma tributária abrangente com o objetivo de conseguir mais receitas para o governo, em parte eliminando algumas isenções fiscais.

Como as discussões sobre redução do déficit entre Boehner e o presidente Barack Obama mostraram em 2011, negociações que parecem promissoras em um dia podem desmoronar no outro.

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E se Obama e Boehner concordarem com tal pacote, os dois terão que vender o plano a legisladores democratas e republicanos no Senado e na Câmara.

De acordo com um assessor democrata, ambos os lados também estão conversando sobre incluir um aumento na capacidade de empréstimo dos EUA.

Sem tal aumento, o Tesouro deve atingir seu limite de empréstimo de 16,4 trilhões de dólares até o final do ano e ficar sem passos criativos para adiar um default já em meados de fevereiro.

Economistas dizem que entrar no abismo fiscal pode jogar a economia dos Estados Unidos de volta a uma recessão.

Em uma viagem a Michigan para angariar apoio a sua postura, Obama disse estar disposto a se comprometer com algumas coisas, mas não abre mão da exigência de que os republicanos deem apoio a um aumento nos impostos para os 2 por cento de norte-americanos mais ricos.

“O que você precisa é de um pacote que mantenha os impostos como estão para famílias de classe média, fazemos alguns duros cortes de gastos em coisas que não precisamos, e então pedimos aos americanos mais ricos que pagem uma taxa ligeiramente mais alta”, disse Obama.

Na segunda-feira, o porta-voz de Boehner, Michael Steel, afirmou que os republicanos ainda aguardavam que o presidente fizesse uma nova oferta que identifique os cortes de gastos que ele fará nas negociações de redução de déficit.

Boehner e a liderança republicana na Câmara entregaram seus termos para um acordo à Casa Branca na semana passada, depois de Obama apresentar sua proposta. Ambos os lados buscam reduzir os déficits orçamentários em mais de 4 trilhões de dólares nos próximos 10 anos, mas diferem drasticamente sobre como chegar lá.

Boehner e os republicanos são contra qualquer aumento de imposto e preferem encontrar novas receitas fechando buracos e limitando deduções.