Repercussão da compra de fatia da BRF pela Marfrig; BBI elege Aliansce Sonae como top pick do setor, duas notícias de Petrobras e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta segunda-feira (24)

Equipe InfoMoney

Feitos com vegetais, os hambúrgueres "plant based" replicam sabor e visual da carne (Sean Gallup/Getty Images)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta segunda-feira (24) volta a ter como destaque a compra de cerca de 24% do capital da BRF pela Marfrig, que foi confirmada após o fechamento do mercado na última sexta-feira (21).

Já os futuros do minério de ferro na Ásia tiveram nova queda nesta segunda-feira, levando a uma nova série de vendas no complexo de metais, após o órgão de planejamento estatal chinês ter alertado sobre manipulações de preços de commodities com a promessa de agir para conter negociações especulativas.

Ainda no radar, atenção para a Eletrobras: após alguns especialistas e associações que representam empresas do setor de energia criticaram mudanças na proposta de privatização da companhia feitas pelo relator do texto na Câmara, deputado Elmar Nascimento (PP-BA), o Ministério de Minas e Energia afirmou que a mudança aumentará a capacidade de investimentos da companhia.

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Já o Bradesco BBI iniciou a cobertura do setor de shoppings centers brasileiro, elegendo a Aliansce Sonae como sua top pick (ação preferida) para o setor. Confira mais destaques:

Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3)

A processadora de carnes Marfrig confirmou na sexta-feira ter comprado cerca de 24,23% no capital da empresa de alimentos BRF, e disse que a operação “visa diversificar os investimentos” do grupo. Em comunicados, Marfrig e BRF confirmaram as transações, que haviam sido divulgadas antes na imprensa. O negócio somou 196,68 milhões de papéis, comprados via opções e leilões em bolsa.

“A aquisição (…) visa a diversificar os investimentos da Marfrig em um segmento que tem complementaridades com seu setor de atuação numa empresa onde a administração vem realizando uma reconhecida gestão”, disse a Marfrig, a acrescentou que “não pretende eleger membros para o conselho de administração ou exercer influência sobre as atividades da BRF”. Ela também disse que não foram celebrados contratos ou acordos sobre direito de voto.

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O movimento da Marfrig evidencia a força da divisão da empresa na América do Norte, onde a demanda tem sido forte e os preços do gado, relativamente baixos. Isso impulsionou o preço das ações da empresa em relação às da BRF, cujas margens foram comprimidas pela maior dependência do Brasil.

Cabe destacar que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo administrativo na sexta para analisar assunto relacionado à Marfrig. O site da instituição não explicitou o que está sendo investigado, apenas que se trata de um processo de supervisão referente a “notícias, fatos relevantes e comunicados” da Marfrig.

De acordo com informações do Valor, a CVM investigará a forma de divulgação da compra dos ativos. A Instrução CVM 358, em seu artigo 12, determina que a compra ou venda de participação, direta ou indireta em uma empresa, precisa ser divulgada imediatamente (no mesmo dia) cada vez que ultrapassar os patamares de 5% , 10% , 15%, e assim sucessivamente. A Marfrig deverá ter de esclarecer à CVM como se deu a compra dessa participação, e por que ela não foi divulgada logo que a participação atingiu os 5%, se as compras foram feitas gradualmente.

No último fim de semana, o Bradesco BBI elevou a recomendação para a Marfrig para outperform (desempenho acima da média do mercado), também subindo o preço-alvo de R$ 22 para R$ 25 (upside de 39%). Além disso, reduziu a recomendação de BRF para neutro, com preço-alvo de R$ 32 para os ativos (upside de 19%).

Leia também:
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BBI corta recomendação de BRFS3 e eleva de MRFG3; Credit destaca “virada” com operação

“Embora a reação inicial das ações da Marfrig na sexta-feira tenha sido negativa (ações caíram 5,20% na sexta), uma vez que se tornou de conhecimento público que foi ela quem comprou ações da BRF desde a semana passada, estimamos que seu investimento já rendeu R$ 1,1 bilhão dada a valorização das ações … tudo o mais mantido igual, só isso chama
por um aumento de 14% no preço das ações da Marfrig. Além disso, vemos o Marfrig como um player melhor em um
possível fusão com a BRF. Já as ações da BRF subiram 29% na semana passada, agora resultando em uma alta limitada de preço-alvo. A BRF disse que nenhuma mudança na gestão deve ser esperada (não está claro se a estrutura corporativa pode mudar no futuro)”, apontam os analistas.

Destacando algumas diferenças entre a transação atual com a tentativa de fusão de 2019, o Itaú BBA aponta que o sucesso final de qualquer combinação potencial de ambas as empresas dependerá em grande parte de em quanto tempo o momento positivo na operação da Marfrig na América do Norte será sustentado e a rapidez com que a empresa pode se desalavancar.

“Enquanto prevemos pouca mudança no status quo da BRF (mesmo no pior cenário, as coisas devem permanecer
quase como estão), o esforço de desalavancagem da Marfrig poderia ser prejudicado se o processo de recuperação ou o momentum da operação da BRF se mostrar mais desafiador do que o esperado – ou se o momentum operacional da National Beef diminuir mais cedo que o esperado”, avaliam os analistas.

O banco mantém recomendação outperform para a Marfrig, com preço-alvo para 2021 em R$ 26, frente aos R$ 18,05 de fechamento na sexta. E recomendação market perform (desempenho em linha com a média do mercado) para a BRF, com preço-alvo para 2021 em R$ 25, frente aos R$ 26,93 de fechamento na sexta.

Vale (VALE3) e minério de ferro

Os futuros do minério de ferro na Ásia tiveram nova queda nesta segunda-feira, levando a uma nova série de vendas no complexo de metais, após o órgão de planejamento estatal chinês ter alertado sobre manipulações de preços de commodities com a promessa de agir para conter negociações especulativas.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em setembro, encerrou o pregão diurno com queda de 5,2%, a 1.064 iuanes (US$ 165,46) por tonelada, após mais cedo ter chegado a tocar 1.016 iuanes, nível mais fraco desde 15 de abril.

O minério de ferro em Dalian já recuou mais de 20% desde um recorde de 1.358 iuanes atingido em 12 de maio, quando restrições ambientais mais duras sobre a produção siderúrgica no país, maior produtor global, impulsionaram um rali nos preços do aço.

Na bolsa de Cingapura, o contrato mais ativo do minério de ferro chegou a cair 7,5%, para US$ 177,35 por tonelada, menor nível desde 30 de abril.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal órgão de planejamento econômico da China, pediu junto com outras agências do governo que as principais empresa locais de commodities não aumentem os preços, durante uma reunião no domingo.

A reunião ocorreu após um comunicado do gabinete chinês na quarta-feira, que alertou que o governo poderia atuar para conter aumentos de preços visto como irrealistas no cobre, carvão, aço e minério de ferro. “As autoridades chinesas continuam a lançar alertas sobre o aumento dos preços das commodities, gerando temores de que possam apertar regulações”, disseram estrategistas da ANZ em nota.

O Morgan Stanley reduziu suas estimativas para a produção de minério de ferro da Vale para 2021 a 315 milhões de toneladas, devido a restrições no complexo de Itabira e à parada de parte da capacidade até o segundo semestre de 2021, que devem limitar a oferta no ano.

Apesar disso, o banco diz que mantém avaliação overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado) para os papéis da Vale devido ao forte preço do minério de ferro e valoração atrativa da Vale em relação a à média histórica e a outras empresas do setor. O Morgan Stanley mantém preço-alvo de US$ 22 para os ADRs VALE  negociados na Bolsa de Nova York.

Aliansce Sonae (ALSO3), Multiplan (MULT3), brMalls (BRML3), Iguatemi (IGTA3)

O Bradesco BBI iniciou a cobertura do setor de shoppings centers brasileiro. O banco elegeu a Aliansce Sonae como sua top pick (ação preferida) para o setor, com preço-alvo de R$ 39 para 2021, frente aos R$ 28,31 negociados na sexta.

O banco mantém a Multiplan com avaliação outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 32 para 2021, frente aos R$ 24,52 de fechamento na sexta; neutra (valorização dentro da média do mercado) para a brMalls, com preço-alvo de R$ 13,5 em 2021, frente aos R$ 10,85 de fechamento na sexta; e neutra para Iguatemi, com preço-alvo de R$ 50 para 2021, frente aos R$ 43,37 de fechamento na sexta.

O banco acredita que a reabertura pode ser um fator de curto prazo a impulsionar as ações do setor, mas ressalta que os papéis das empresas brasileiras do setor estão para trás em comparação com aqueles de países em que a vacinação está mais avançada.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A CGT Eletrosul, controlada da estatal Eletrobras, assinou contrato na sexta-feira para aquisição da participação de 49% da CEEE-T EEEL3.SA na Fronteira Oeste Transmissora de Energia (FOTE), passando a deter 100% das ações da empresa, na qual já era acionista. Segundo fato relevante da Eletrobras, a CGT Eletrosul pagará R$ 83,1 milhões à CEEE-T pela fatia no ativo, em operação que deverá ser concluída no prazo de até 30 dias.

A Eletrobras já havia informado no final de abril que exerceria direito de preferência para compra da participação da CEEE-T na FOTE, assim como da fatia de 49% da companhia gaúcha na Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE). As vendas dos empreendimentos pela CEEE-T ocorrem enquanto o governo do Rio Grande do Sul prepara a realização de um leilão para venda de sua participação na elétrica. A privatização da empresa está prevista em licitação agendada para 29 de junho.

Ainda no radar da empresa, após alguns especialistas e associações que representam empresas do setor de energia criticaram mudanças na proposta de privatização da Eletrobras feitas pelo relator do texto na Câmara, deputado Elmar Nascimento (PP-BA), o Ministério de Minas e Energia afirmou que a mudança aumentará a capacidade de investimentos da companhia.

Entre os pontos mais controversos acrescentados pelo parlamentar à MP estão a previsão de que o governo precisará contratar 6 gigawatts (GW) em termelétricas a gás nos próximos anos, assim como um volume em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em leilões de energia previstos para 2021.

O texto do relator também prevê possível prorrogação do chamado Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa).

Perguntado sobre a MP, o Ministério de Minas e Energia disse que dados da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) “indicam necessidade de contratação de potência a partir de 2026, tendo em vista que cerca de 8 GW de térmicas, inclusive a óleo, serão descontratadas até 2027.”.

A pasta defendeu ainda que a contratação térmica que passou a ser prevista na MP ocorrerá por meio de um novo tipo de leilão, de reserva de capacidade, que permite melhor divisão de custos de geração entre os consumidores.

O ministério também argumentou que as mudanças ao texto que impõem ao governo a obrigação de contratar pequenas hidrelétricas não terão “grandes impactos”, uma vez que essas usinas já têm sido viabilizadas em leilões.

“Por exemplo, em 2019, foram contratados 385 MW/médios dessa fonte. A proposta viabiliza investimentos em Estados que apresentam abundância da fonte por meio da contratação via leilões regulados, que visam atender ao mercado consumidor das distribuidoras, conforme já é realizado. Ou seja, não se vislumbram grandes impactos advindos dessa proposta”.

A pasta disse ainda que a prorrogação do Proinfa só ocorrerá se for vantajosa para os consumidores.

“Há dispositivo que garante que os contratos somente serão renovados, a partir de pedido do gerador, caso a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apure benefícios tarifários na prorrogação, ou seja, se for benéfica para o consumidor”.

Na quarta-feira, quando a Câmara analisou a MP de desestatização, especialistas disseram que os mecanismos que preveem obrigação de contratar usinas específicas, como as térmicas a gás e PCHs, poderiam implicar em custos adicionais nas contas de luz no futuro.

O Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE), com entidades representantes de investidores em diversas áreas da indústria de energia, escreveu em carta que as alterações do relator “distorcem o mercado e trazem efeitos de curto, médio e longo prazo que aumentarão o custo da energia elétrica no Brasil”. Apesar das críticas, o texto aprovado pela Câmara manteve esses pontos, retirando apenas a obrigação expressa de que a contratação das termelétricas ocorresse antes da privatização da Eletrobras.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Em comunicado de esclarecimento, a Petrobras comunicou ao mercado que “ainda não foi definido o momento da lançamento da oferta” de venda da participação na BR Distribuidora. O comunicado aponta  que a venda de sua participação remanescente de 37,5% será realizada por uma oferta secundária de ações (follow-on), conforme comunicado em 26 de agosto do ano passado.

Ainda no radar da companhia, segundo disseram fontes à Reuters, um consórcio da canadense Enbridge, da belga Fluxys e da empresa de private equity norte-americana EIG Global Energy Partners apresentou uma oferta não vinculante para o maior gasoduto de importação de gás natural do Brasil. A Petrobras colocou suas participações no gasoduto TBG de 2.593 quilômetros, que importa gás da Bolívia, e no gasoduto TSB, no extremo sul, à venda em dezembro, com ofertas não vinculantes esperadas até o final de abril.

O consórcio se prepara para apresentar uma oferta vinculante até o prazo de 5 de julho, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos privados. Não ficou claro se houve outras ofertas pelos ativos, que devem render bilhões de dólares. Se o consórcio for bem-sucedido, isso marcará a primeira incursão da Enbridge na América do Sul. A empresa com sede em Calgary movimenta cerca de 25% do petróleo produzido na América do Norte e quase 20% do gás natural consumido nos Estados Unidos, de acordo com seu site.

CCR (CCRO3)

O Bradesco BBI destaca que o portfólio de estradas com pedágio da CCR reportou alta de 4% no tráfego em comparação com o mesmo período de 2019, alta de 2,4 pontos percentuais em comparação com a semana anterior.

O tráfego de passageiros em concessões urbanas caiu 50% em comparação com o mesmo período de 2019, e 0,9 ponto percentual na comparação semanal. O tráfego em concessões de aeroportos caiu 54% na comparação com 2019, e 0,6 ponto percentual na comparação semanal. O Bradesco mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 18.

Totvs (TOTS3)

A Totvs vai emitir R$ 1,5 bilhão em debêntures para “plano estratégico”. O objetivo da captação é levantar recursos para plano estratégica. As debêntures serão vendidas por meio de esforços restritos; papéis têm prazo de três anos.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Conselho de Administração do Banco do Brasil aprovou, em reunião realizada na semana passada, a cisão da Vice-Presidência de Agronegócios e Governo em duas vice-presidências, sendo a Vice-Presidência de Governo e Sustentabilidade Empresarial e a Vice-Presidência de Agronegócios.

O BB informa ainda que Conselho de Administração, após avaliação pelo Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade, elegeu Antônio José Barreto de Araújo Júnior ao cargo de VicePresidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial e Renato Luiz Bellinetti Naegele ao cargo de Vice-Presidente de Agronegócios. O Conselho de Administração elegeu ainda Adelar Valentim Dias para o ocupar a posição de Diretor de Controles Internos, Éder Luiz Menezes de Faria como Diretor de Suprimentos, Infraestrutura e Patrimônio e Paulo Augusto Ferreira Bouças para ocupar a posição de Diretor de Governo.

(com Estadão Conteúdo e Reuters)

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