Ibovespa cai 0,43%, com petróleo impedindo índice de acompanhar alta de NY

Investidores aguardam payroll, com dados do mercado de trabalho dos EUA, na sexta-feira

Equipe InfoMoney

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Apesar da valorização em torno de 1,80% do minério de ferro e da elevação das bolsas de Nova York, o Ibovespa fechou em queda de 0,43% nesta quinta-feira (7), aos 129.339 pontos.

As ações da Petrobras (PETR4) recuaram 1,10%, diante da queda do petróleo no exterior. Além disso, o investidor está à espera do balanço da empresa, que sairá após o fechamento da B3, principalmente em relação a como virão os dividendos.

“O papel de Petrobras prendeu o Ibovespa. O mercado local não segue uma trilha normal, Ibovespa, dólar e algumas taxas de juros futuros caem. Tem um pouco de realização de algumas ações”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

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Segundo Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o Ibovespa está operando de forma lateralizada desde a alta do ano passado. “Ainda assim, estou otimista, está interessante, mesmo sem movimentos tão fortes”, afirma.

Conforme Esteves, o mercado está esperando um pouco mais de liquidez para ganhar tração. Em sua visão um resultado em linha com o estimado do relatório de emprego americano, o payroll, que sairá manhã, pode ajudar neste sentido. “O dado mais importante e aguardado é o payroll”, completa o sócio da Blue3.

A depender do payroll e dos sinais da política monetária dos EUA, o Ibovespa pode definir um norte assim como voltar a atrair fluxo de capital estrangeiro. “A saída de investimento do exterior tem pesado. Houve uma frustração em relação a indícios de início da queda dos juros em março. Isso não deve acontecer, mas pode ser em junho”, diz Faust, da Manchester.

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Nesta quinta-feira, o minério de ferro subiu 1,83% em Dalian, na China, cotado a US$ 123,64 por tonelada, após a divulgação da balança comercial. As exportações do gigante asiático tiveram alta de 7,1% em janeiro e fevereiro ante igual período do ano passado. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas, de avanço de 3,0%.

As bolsas europeias subiram moderadamente e também houve alta em Wall Street, com S&P 500 renovando máximas de fechamento diante impulso das techs, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ter fornecido mais pistas de que a queda nos juros acontecerá neste ano.

Powell disse também que o banco central dos Estados Unidos “não está longe” de ganhar a confiança necessária na queda da inflação para começar a reduzir a taxa de juros, mas ressaltou que eventuais ajustes dependerão da evolução da economia e da continuidade de alta mais lenta dos preços, deixando o Fed dependente de dados.

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Com relação à decisão e juros na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar suas principais taxas de juros inalteradas pela quarta vez consecutiva, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira. Desta forma, a taxa de refinanciamento do BCE permanece em 4,50%, a de depósitos, em 4%, e a de empréstimos, em 4,75%. A decisão veio em linha com a expectativa de analistas. O foco agora se volta para Powell, que volta a participar de audiência, só que no Senado.

Além da expectativa da divulgação do balanço da Petrobras após o fechamento da B3, os investidores avaliam os resultados trimestrais de empresas com 3R Petroleum (RRRP3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3).

Ontem, o Índice Bovespa fechou com ganho 0,62%, aos 128.890,23 pontos, após duas quedas seguidas.

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Já o dólar, hoje, caiu frente ao real. A divisa norte-americana à vista fechou em baixa de 0,23%, a R$ 4,9347 na venda, movimento que acompanhou a forte queda de 0,5% do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes. Ajudou a derrubar a moeda americana no exterior as falas de Powel.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)