Dólar hoje sobe mais de 1% com aversão ao risco após divisão na decisão do Copom

Decisão do Copom levantou preocupações sobre mudanças no perfil do colegiado

Felipe Moreira

Notas de dólar em foto de ilustração 07/11/2016 REUTERS/Dado Ruvic

Publicidade

O dólar fechou com forte alta nesta quinta-feira (9), depois que uma decisão dividida pela desaceleração do ritmo de corte da Selic na véspera levantou preocupações sobre mudanças no perfil do colegiado, com o Comitê de Política Monetária (Copom) também destacando em seu comunicado cenários internacional e doméstico muito incertos.

Na noite da última quarta-feira, o Copom decidiu por 5 votos a 4 cortar a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,50% ao ano.

Baixe uma lista de 11 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de crescimento para os próximos meses e anos

Continua depois da publicidade

Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subiu 1,01%, a R$ 5,142 na compra e na venda. Às 17h36 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 1,09%, equivalente a 5.151 pontos.

O Banco Central fez neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2024.

Dólar comercial

Venda: R$ 5,142

Continua depois da publicidade

Compra: R$ 5,142

Dólar turismo

Venda: R$ 5,361

Compra: R$ 5,181

Continua depois da publicidade

Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual importância da moeda

O que acontece com o dólar hoje?

A divisa americana subiu forte perante ao real, devido aos receios de maior “interferência política” por conta dos indicados do presidente Lula (PT) que defenderam o corte mais forte de 0,5 ponto na última reunião do Copom.

A diretoria-colegiada do Banco Central terá maioria indicada por Lula em 2025. Atualmente, a cúpula da autarquia é composta por quatro diretores indicados por Lula, enquanto cinco estão no posto desde a gestão de Bolsonaro. Os próximos mandatos a vencer, em dezembro deste ano, são de Roberto Campos Neto, Carolina Barros e Otávio Damaso.

Continua depois da publicidade

Deste modo, a partir de janeiro os indicados por Lula serão finalmente maioria no colegiado, o que para parte do mercado significa que o BC poderá se tornar mais dovish (brando) no controle da inflação.

“O mercado está com medo de que, em 2025, o Brasil deixe de ter um Banco Central autônomo e passe a ter um BC mais sujeito à influência política”, resumiu Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos. “Obviamente, quando surgem notícias impactantes como a da decisão do Copom, ocorre um primeiro baque: todo mundo faz operações de proteção, ainda que depois haja uma correção”, acrescentou.

(Com Reuters)