Queda do mercado cripto leva a onda de demissões em empresas do setor

Muitas empresas de criptomoedas estão anunciando demissões e parando de contratar em meio a desafios nos mercados de criptos e ações

CoinDesk

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A queda prolongada dos preços de criptomoedas, além das dificuldades do mercado de tecnologia no geral, levou a um crescente número de demissões em empresas de criptomoedas. Participantes acreditam que o futuro vai ser mais complicado.

Ontem, a exchange de criptomoedas Gemini, dos gêmeos Winklevoss, foi uma das últimas a anunciar corte de 10% do quadro de funcionários. A empresa citou “turbulência das condições do mercado que devem persistir por algum tempo”. Logo após, a exchange Rain Financial, do Oriente Médio, disse que estava demitindo dezenas de pessoas por conta das dificuldades do mercado.

Além dessas notícias, a Coinbase Global, maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, reafirmou ontem que vai estender a pausa nas contratações e até rescindir ofertas aceitas para cortar os custos em meio a condições difíceis do mercado.

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“A recente volatilidade do mercado e as demissões subsequentes devem continuar no verão”, declarou Masha Boone, vice-presidente de recursos humanos da exchange de NFT Rarible. “No entanto, é importante reconhecer esse momento como uma oportunidade para refletir sobre o que é necessário no setor de criptomoedas e reconsiderar para onde a indústria quer ir a partir de agora”.

Boone afirmou à CoinDesk que a Rarible está usando essa turbulência como uma oportunidade para fortalecer suas equipes internas de desenvolvimento e produto.

Exchanges foram particularmente afetadas

A queda das criptomoedas coincidiu com uma derrocada em mercados públicos, com o aumento das taxas de juros — estabelecido para segurar a inflação — assustando os investidores de ações de tecnologia e crescimento. E as exchanges de criptomoedas, que dependiam de traders de varejo em tempos de excesso de liquidez no sistema, observaram uma redução da atividade de trading.

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Como resultado disso, no ambiente atual as exchanges de criptomoedas foram as primeiras a cortar pessoal. Além da Gemini e Coinbase, a exchange Buenbit, com sede na Argentina, demitiu 45% da equipe; a Bitso, uma das grandes exchanges da América Latina, dispensou 80 pessoas do time de mais de 700 funcionários; e a empresa da exchange brasileira Mercado Bitcoin afastou mais de 80 colaboradores.

“É normal as exchanges, que estão observando baixos volumes, estarem cortando empregos”, disse George Sutton, analista de ações da Craig Hallum. “A beleza da indústria é que há diversos modelos disruptivos no espaço das moedas digitais e blockchain que podem contratar, com facilidade, qualquer talento disponível. Acreditamos que a diminuição de volume é temporária”, disse à CoinDesk.

Segundo Nicholas Strange, fundador da empresa de recrutamento Crypto Talent, com sede em Seattle, daqui para frente as empresas de criptomoedas com casos de uso válidos e utilidade vão sobreviver com mais facilidade.

Muitas empresas de cripto já passaram por turbulências antes e aperfeiçoaram a maneira que cuidam dos seus títulos, afirmou Strange à CoinDesk. Para ele, o pico histórico dos fundos de venture capital (VC) por trimestre permanece e algumas empresas de VC podem usar essa queda para manter o financiamento de projetos promissores relacionados a criptomoedas.

Em nota publicada recentemente, o Morgan Stanley disse a clientes que as empresas de criptomoedas arrecadaram um valor recorde de US$ 30 bilhões de venture capital no ano passado e o número de acordos do setor permanece alto, apesar da derrocada dos mercados de criptomoedas. No entanto, o banco apontou que essa atividade de acordos deve cair no futuro.

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