Procura por stablecoins na Argentina triplica após renúncia de ministro da Economia

Aumento da demanda em meio à crise financeira fez com que os spreads entre os preços de compra e venda subisse de 2% para 18% no fim de semana

CoinDesk

Bandeiras da Argentina

Publicidade

Os argentinos compraram entre duas e três vezes mais stablecoins do que em um fim de semana comum após a renúncia do ministro da Economia da Argentina, Martin Guzmán, no sábado (2), disseram empresas de criptomoedas do país ao CoinDesk.

Três grandes exchanges de criptomoedas disseram que a alta demanda está relacionada à busca de proteção por parte dos investidores contra uma potencial desvalorização do peso argentino (ARS), cujo poder de compra despencou no ano passado devido à forte pressão inflacionária.

Após a renúncia de Guzmán, o peso desvalorizou cerca de 15% em relação às stablecoins DAI e Tether (USDT) em várias das principais plataformas locais. Ambas as stablecoins subiram de ARS 245 na sexta-feira (1) para ARS 280 no fim de semana. (Após a nomeação de Silvina Batakis para substituir Guzmán como novo ministro da Economia no domingo, as cotações das exchanges argentinas subiram para ARS 303 por moeda.)

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Sempre que há uma notícia como essa na Argentina, o mercado cripto é o primeiro a ser acionado – de forma a buscar um preço para o dólar americano –, por conta da natureza 24/7 da criptomoeda. Isso tende a aumentar os volumes ”, disse ao CoinDesk Sebastian Serrano, CEO da Ripio, exchange de criptomoedas com sede na Argentina.

Leia mais:
Mineradoras de criptomoedas enfrentam chamadas de margem e inadimplência em meio à crise

A renúncia de Guzmán faz parte das últimas consequências de uma briga entre o presidente argentino Alberto Fernández e a vice-presidente, Cristina Kirchner, sobre a direção econômica do país, que viu a inflação em maio disparar 60% na comparação anual.

Continua depois da publicidade

Além disso, o banco central da Argentina está ficando sem reservas em moeda estrangeira, o que dificulta as importações, entre outras consequências.

Aumento dos preços e dos spreads

A exchange cripto argentina Buenbit registrou um aumento de 300% nas negociações no domingo (3) em relação ao mesmo dia nas semanas anteriores, disse a empresa ao CoinDesk, acrescentando que “muitas pessoas” usaram DAI como garantia para obter empréstimos em pesos argentinos e comprar mais DAI como proteção contra uma possível desvalorização do peso.

Diversas reportagens da mídia local não descartaram a possibilidade de o governo anunciar um feriado cambial nesta segunda-feira para acalmar os mercados. Devido à falta de referências de preços para o dólar norte-americano no fim de semana, a maioria das exchanges argentinas aumentou os spreads entre os preços de compra e venda para 18%, quando em geral estão em torno de 2%.

Pablo Sabbatella, fundador da plataforma de educação cripto DefyEducation, que se concentra na América Latina, twittou no domingo que “as exchanges adicionaram um spread gigante para que as pessoas não negociem e elas [as exchanges] se protejam contra o preço de abertura de amanhã”.

“Devido à demanda e sem um preço de reposição de referência, os preços subiram e os spreads aumentaram”, twittou Andrés Vilella Weisz, chefe de negociação e estratégia da exchange cripto com sede na Argentina Lemon Cash, acrescentando que após a renúncia de Guzmán, a demanda por ativos digitais era forte.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

CoinDesk

CoinDesk é a plataforma de conteúdos e informações sobre criptomoedas mais influente do mundo, e agora parceira exclusiva do InfoMoney no Brasil: twitter.com/CoinDeskBrasil