Primeiro “clone” do Bitcoin ganha novo fôlego e entra no radar dos investidores

Nos últimos 12 meses, enquanto BTC e ETH ainda acumulam perdas de 37% e 34%, respectivamente, a Litecoin (LTC) cai apenas 17%

CoinDesk

Litecoin

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Em meio ao caos de 2022, a Litecoin (LTC), criptomoeda que um dia já foi chamada de “prata digital”, acabou sendo esquecida. No entanto, dados do mercado mostram que o ativo digital superou o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH) ao longo do conturbado ano de 2022.

Enquanto as duas principais criptomoedas ainda acumulam quedas de 37% e 34% nos últimos 12 meses, respectivamente, a LTC – que nasceu em 2011 após um fork (birfucação) da blockchain do Bitcoin, ganhando a carapuça de primeira altcoin do mercado cripto – cai apenas 17% no mesmo período.

A moeda permaneceu à margem do setor enquanto o mercado se apaixonava pelo Ethereum e por outros projetos como Solana (SOL), Avalanche (AVAX), Polkadot (DOT).

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Além disso, a Litecoin, apesar de seu valor de mercado de US$ 6 bilhões, simplesmente não atraiu o mesmo tipo de atenção que seus contemporâneos focados em finanças descentralizadas (DeFi), muito menos interesse institucional.

O fundo Litecoin Trust da gestora Grayscale, por exemplo, tem apenas US$ 136 milhões em ativos sob gestão, em comparação com os US$ 14,65 bilhões do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), maior fundo de BTC do mundo. O produto financeiro negocia com um deságio de 55% em comparação com os 42% do GBTC.

No radar das baleias

Dados compartilhados pelo analista colaborador da CryptoQuant, Mohsen Saleh, no entanto, mostram que a Litecoin entrou no radar tanto das baleias (investidores com grande quantidade de criptomoedas) quanto dos investidores de varejo.

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A distribuição da oferta indica que os ativos em carteiras com menos de 1.000 e entre 1.000 e 10.000 LTC diminuíram de agosto de 2020 a maio de 2022. Entretanto, após maio de 2022, esse grupo começou a aumentar suas participações, registrando um crescimento de 10% desde então.

Enquanto isso, o grupo de carteiras com até 100.000 LTC cada agora detém coletivamente mais de 39 milhões de LTC, mostrando que as baleias também estão aumentando suas posições.

“Vimos um aumento no volume de negociação em pares de Litecoin no ano passado, indicando que os traders podem estar valorizando transações peer-to-peer (P2P) mais rápidas em um mercado em baixa”, disse Lennex Lai, diretor administrativo de mercados financeiros da OKX, ao CoinDesk.

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Lai apontou que os tempos de transação e processamento mais curtos, quando comparados ao Bitcoin, tornaram-no uma jogada de diversificação para muitos traders.

Há também a narrativa do halving, processo que corta em 50% a oferta de moedas. Como no caso do Bitcoin, do qual o protocolo Litecoin foi originado, espera-se que as recompensas entregues aos mineradores de LTC diminuam de 12,5 para 6,5 LTC em agosto de 2023. Por sua vez, isso reduz a oferta de Litecoin à medida que o processo de mineração despeja menos ativos no mercado.

Os halvings anteriores em agosto de 2015 e agosto de 2019 também impulsionaram uma tendência de alta.

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“Pode-se argumentar que a trajetória de preços da criptomoeda está exibindo um m0delo de stock-to-flow (fluxo sobre estoque), semelhante aos halvings anteriores quando ocorreram altas de preços nos meses que antecederam o evento”, disse Andrey Stoychev, gerente de projetos da Nexo, ao CoinDesk.

Stoychev acrescentou que a existência de mais de uma década da Litecoin no mercado significa muito para os traders, que continuam a segurar o ativo nos bons e maus momentos.

No momento da publicação deste texto, a Litecoin era negociado a US$ 87,50, com uma queda de 3,5% nas últimas 24 horas. Em 2023, a LTC tem valorização acumulada de 23%, mas ainda se encontra 79% abaixo da máxima histórica de US$ 413 atingida em maio de 2021.

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