Por que o investidor deve acompanhar os ADRs nesta terça-feira de B3 fechada

Apesar de não haver pregão nos dias 15 e 16, o noticiário político e a agenda econômica internacional devem manter os investidores atentos

Ricardo Bomfim

(scyther5/Getty Images)

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*Notícia atualizada às 20h44 (horário de Brasília) para correção de informação

SÃO PAULO – Apesar de não haver pregão na B3 na segunda-feira (15), na terça-feira (16) e até às 13h (horário de Brasília) da quarta-feira (17), isso não significa que o investidor possa ficar de sábado até quarta desligado das notícias, pois os mercados lá fora, dentre os quais o mais importante é o dos Estados Unidos, continuarão funcionando pelo menos na terça-feira, já que segunda é feriado de Dia dos Presidentes (Washington’s Day) nos EUA.

Sempre que aqui não há pregão, mas em Nova York sim, é importante ficar atento ao movimento dos American Depositary Receipts (ADRs), que, na prática, são as ações de empresas brasileiras negociadas na NYSE.

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Como os ADRs têm seus preços atrelados aos ativos negociados na B3, se os ADRs caírem ou subirem na terça em NY, na quarta, quando abrirem as ações brasileiras devem replicar o movimento que ocorreu nesses dois dias.

Os principais benchmarks de ADRs para acompanhar durante os dias de B3 fechada são o índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, e o fundo do tipo Exchange Traded Fund (ETF, um fundo de investimentos passivo negociado em bolsa que segue um determinado índice) chamado EWZ iShares MSCI Brazil Capped.

Em um Carnaval atípico como o deste ano, que não terá samba na avenida nem bloco de rua por conta da pandemia de coronavírus, mesmo no Brasil podem ser esperadas notícias que fazem preço nos ativos de renda variável.

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Uma das informações pela qual os investidores mais anseiam é sobre como será feito o novo auxílio emergencial que o presidente Jair Bolsonaro disse que pode sair já em março.

“Está quase certo, ainda não sabemos o valor, com toda certeza, a partir… com toda certeza, pode não ser, né, a partir de março, 3, 4 meses, isso está sendo acertado, com o Executivo, e com o Parlamento também, porque temos que ter responsabilidade fiscal”, afirmou Bolsonaro.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), falou na última sexta-feira (12), que o benefício deverá ser retomado por ao menos três meses: março, abril e maio – com possibilidade de concessão em junho.

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“A prioridade absoluta é a vacina e o auxílio emergencial, e só deixarão de ser prioridades quando a pandemia acabar”, disse o parlamentar. O valor do benefício, no entanto, segue indefinido.

Um dos pontos a se monitorar é qual será a contrapartida orçamentária para retomar a distribuição do auxílio. O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Orçamento de Guerra para sua equipe não precisar cumprir a regra de ouro nem a meta de resultado primário, e não desistiu de condicionar a nova rodada do programa ao compromisso do Congresso de aprovar medidas de ajuste fiscal como as PECs Emergencial e do Pacto Federativo.

Já no exterior, devem prosseguir as discussões no Congresso dos Estados Unidos acerca do pacote de US$ 1,9 trilhão em estímulos que o presidente Joe Biden quer aprovar para combater os impactos econômicos do coronavírus.

Em um encontro com líderes empresariais na Casa Branca na semana passada, Biden disse que o governo está “em uma posição de pensar com grandeza” sobre os estímulos fiscais e defendeu o pagamento de US$ 1,4 mil para os beneficiários dentro de um limite de renda.

Neste sábado, o Senado dos EUA livrou mais uma vez o ex-presidente, Donald Trump, do impeachment, de modo que o republicano seguirá com seus direitos políticos e poderá se candidatar em futuras eleições.

Fora as questões relacionadas ao programa social, uma série de indicadores e resultados corporativos também devem movimentar o mercado na semana que vem.

Agenda de indicadores

No dia 15 haverá uma bateria de dados na Europa, inclusive a Balança Comercial da zona do euro e a produção industrial do bloco. Já o Japão, terceira maior economia do mundo, divulgará às 20h50 (horário de Brasília) seu Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre.

Já no dia 16 sai a segunda estimativa do PIB da zona do euro e o índice ZEW de sentimento econômico na Alemanha ambos às 7h00.

A quarta-feira, dia 17, trará aqui no Brasil o Relatório Focus do Banco Central às 12h00, com as expectativas dos economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos nacionais. Às 14h30 será a vez do fluxo cambial semanal no País e às 15h00 sai a Balança Comercial brasileira, também na base semanal.

Já os EUA divulgarão às 11h15 os dados de produção industrial e às 16h00 sai a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla inglês). A ata do Fomc é importante para captar indicações de quais serão os próximos passos do Federal Reserve, o banco central dos EUA.

A quinta-feira (18) traz no Brasil o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe às 5h00 e a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da FGV de fevereiro às 8h00. Os EUA, por sua vez, terão a divulgação semanal dos pedidos por seguro-desemprego às 10h30 e o Índice de Atividade do Fed da Filadélfia no mesmo horário.

Por fim, a sexta-feira (19) reserva os Índices Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) compostos da Alemanha, da zona do euro e do Reino Unido respectivamente às 5h30, 6h00 e 6h30.

Resultados mais importantes da próxima semana

A quarta (17) terá como destaque o resultado do Carrefour Brasil (CRFB3).

No dia 18, por sua vez, os principais balanços divulgados serão os da JHSF (JHSF3) e do IRB Brasil (IRBR3).

Fechando a semana, no dia 19 será divulgado o resultado de EDP Energias do Brasil (ENBR3).

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.