Por que a criptomoeda de uma empresa falida disparou 1.200% em dois meses?

Token da Celsius já valorizou 300% apenas contando da data de pedido de falência da empresa

CoinDesk

Publicidade

A criptomoeda da plataforma de empréstimos de criptomoedas Celsius Network (CEL), que pediu falência mês passado, saltou para US$ 1,63 ontem e é negociado na manhã desta terça-feira (9) a US$ 1,90 um preço mais alto do que antes da empresa entrar em crise e interromper saques de usuários.

Em 12 de junho, quando a plataforma anunciou que estava suspendendo saques, o token CEL caiu para US$ 0,15. Seu preço atual marca uma disparada de mais de 12 vezes em menos de dois meses, e um ganho de 300% desde 13 de julho, quando a Celsius pediu proteção contra falência, de acordo com dados da casa de análise cripto Messari.

“Parece que muitos ativos especulativos como o token CEL ou mesmo as ações de memes (meme stocks) estão se valorizando à medida que as as bolsas tentam se recuperar”, disse Brett Sifling, diretor da Gerber Kawasaki Wealth & Investment Management, ao CoinDesk.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Um short squeeze organizado pela comunidade no Twitter com a hashtag #CELShortSqueeze provavelmente contribuiu para a especulação sobre o preço do token.

Short squeezes são picos repentinos de preços de um ativo a ponto de forçar quem opera vendido a recomprar o item por um preço mais alto para cobrir suas posições, de forma a evitar liquidações.

No caso das criptomoedas, em que posições do tipo são liquidadas automaticamente por exchanges, short squeezes tendem a ser comuns quando traders apostam em massa contra um determinado ativo. O token [ativo=VGX] da exchange de criptomoedas falida Voyager Network é um exemplo recente dessa situação.

Continua depois da publicidade

Após os problemas da Celsius, muitos traders passaram a apostar em uma queda ainda maior no preço da cripto CEL, o que levou a maiores posições short (vendidas) na moeda em exchanges. No entanto, um grupo de pessoas viu uma oportunidade para um movimento semelhante ao short squeeze da GameStop do ano passado.

Pouca oferta de tokens

Com o congelamento das transferências da Celsius, uma grande parte da oferta da criptomoeda CEL está bloqueada na plataforma e apenas uma fração dos tokens é negociada em exchanges.

A corretora FTX, por exemplo, hospeda cerca de 4,4 milhões de tokens CEL, mais do que todas as outras exchanges combinadas, segundo dados da plataforma de análise de dados cripto Dune. Enquanto isso, as posições short abertas na exchange somam três milhões de tokens.

A comunidade tenta pressionar os vendedores a descoberto comprando tokens CEL na FTX, migrando a moeda digital da exchange para uma carteira privada e definindo uma ordem de venda a um preço altíssimo (alguns traders estão querendo vender a US$ 100).

“Como a oferta circulante é muito pequena, é tecnicamente possível criar um short squeeze, embora o impacto no mercado geral possa ser muito limitado e difícil de sustentar por um longo período”, afirmou ao CoinDesk Samir Kerbage, diretor de produto e tecnologia da Hashdex.

O preço subiu na segunda-feira de US$ 1,43 para US$ 1,63, fazendo com que cerca de 300 mil posições vendidas de CEL fossem executadas na FTX. As liquidações ultrapassaram US$ 480 mil nas últimas 24 horas, de acordo com dados fornecidos pela Coinglass.

Enquanto alguns analistas estão otimistas com a recuperação de longo prazo da CEL, Kerbage está cético em relação ao futuro da moeda.

“Investidores que tentam criar o squeeze têm pouca vantagem além do ativismo ou de mostrar apoio à Celsius, e há uma grande desvantagem: o token pode ir a zero ou a Celsius pode despejar mais tokens no mercado”, disse.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

CoinDesk

CoinDesk é a plataforma de conteúdos e informações sobre criptomoedas mais influente do mundo, e agora parceira exclusiva do InfoMoney no Brasil: twitter.com/CoinDeskBrasil