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C-390 dá impulso à internacionalização da área de defesa da Embraer

Companhia brasileira acertou vendas e avança em negociações com cinco países europeus; também está de olho no mercado asiático

Mitchel Diniz

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Considerado “joia da coroa” no segmento de defesa da Embraer (EMBR3), o C-390 Millenium acaba de ganhar mais um potencial comprador estrangeiro. A República Tcheca anunciou o início de negociações para a aquisição de dois cargueiros, após uma análise de mercado e uma avaliação sobre o modelo, que, de acordo com as autoridades do país, mostrou ser menos dispendioso em termos de manutenção e custos de operação.

Atualmente, a empresa tcheca Aero Vodochody produz partes da fuselagem do C-390 e, segundo a Embraer, o anúncio feito pelo Ministério da Defesa do país vai fortalecer ainda mais a cooperação da companhia com as indústrias locais.

A República Tcheca é membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e vem aumentando seus gastos com defesa desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Foi o quarto país integrante da aliança militar com quem a Embraer avançou em negociações para a venda do C-390.

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A companhia já fechou negócio com Portugal, se comprometendo a entregar cinco cargueiros a partir deste ano. E vendeu ao menos duas aeronaves para a Hungria, com a primeira entrega prevista para o ano que vem.

No ano passado, o C-390 foi escolhido como novo avião de transporte da Força Aérea da Holanda, desbancando o C-130J, da Lockheed Martin, principal concorrente do cargueiro da Embraer e aeronave militar mais utilizada do mundo hoje em dia. O país expressou intenção de adquirir cinco unidades da fabricante brasileira, mas a venda ainda não foi oficializada em contrato.

Avião de transporte militar da Embraer (Divulgação)

Já em setembro deste ano, o Ministério da Defesa da Áustria, país que não faz parte da Otan, anunciou a troca de cargueiros Hercules pelo C-390, após uma série de testes com o modelo da Embraer. Os austríacos devem adquirir quatro aeronaves, a ser entregues em 2026 e 2027, e cada uma deve custar entre 130 milhões a 150 milhões de euros.

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A escolha da Áustria foi vista como estratégica pelo governo brasileiro, que pretende aproveitar a visibilidade da negociação e negociar a venda de três ou quatro unidades do C-390 à Suécia, de acordo com declarações recentes do ministro da Defesa, José Mucio. As conversas devem ocorrer em viagem oficial ao país nórdico prevista para ocorrer ainda este mês.

Na Ásia, o cargueiro da Embraer  participa de uma concorrência da Força Aérea da Coreia do Sul, que busca por um novo avião de transporte tático. A companhia também trabalha em uma proposta customizada para a Força Aérea da Índia, que está sondando opções no mercado para abrir uma concorrência. A Embraer chegou a fazer um “C-390 Millennium Day”, em Nova Déli, para promover sua aeronave militar.

Nos próximos 20 anos, a Embraer espera vender 490 unidades do C-390 Millenium. “Em termos de qualidade, é a única aeronave dentro do segmento de 10 a 30 toneladas, que é genuinamente multimissão, sendo 30% mais rápida que o Hercules da Lockheed Martin e com capacidade de peso de 15% a 20% maior”, escreveram os analistas do JP Morgan, após uma visita ao parque industrial da companhia em São José dos Campos, no final do mês passado.

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“Existem diversas campanhas de vendas em andamento e a aeronave deverá representar a maior parte da receita do segmento [de defesa] no médio e longo prazo”, complementou a equipe de análise do banco.

Por ora, o principal mercado do C-390 continua sendo o próprio Brasil, que já adquiriu 22 unidades do modelo da Embraer.

(com agências internacionais)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados