Pfizer se une a fundador do Ethereum e investe US$ 4,1 milhões em projeto que pesquisa longevidade

A VitaDAO, uma organização autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês) focada em arrecadar fundos para pesquisas sobre longevidade do ser humano, levantou US$ 4,1 milhões em uma rodada de investimento com a gigante farmacêutica Pfizer Ventures, além de outras empresas.

Uma DAO é uma entidade administrada por uma comunidade online com base em regras definidas por meio de smart contracts (contratos inteligentes) registrados na blockchain.

Segundo a VitaDAO, a Pfizer Ventures é a primeira do setor farmacêutico a votar nas propostas da DAO e participar da incubação e comercialização dos projetos.

Além da gigante dos medicamentos, participaram da rodada o fundo de risco Shine Capital; o grupo de investimentos L1 Digital; além de entusiastas da longevidade, como o ex-diretor de tecnologia da Coinbase, Balaji Srinivasan, e o CEO da Retro Biosciences, Joe Betts-LaCroix, entre outros. Investidores anteriores incluem o cofundador do Ethereum (ETH), Vitalik Buterin.

Os recursos da captação, segundo a plataforma, serão destinados para o financiamento de projetos de pesquisa em longevidade e para a construção da primeira startup de biotecnologia da VitaDAO, programada para ser anunciada no primeiro trimestre de 2023.

Além disso, o grupo planeja investir ainda mais na “comercialização e licenciamento” de seus tokens não fungíveis (NFTs) de propriedade intelectual por meio de sua parceria com a empresa Molecule.

A VitaDAO foi fundada em 2021 por Tyler Golato, do protocolo de biotecnologia descentralizado Molecule, para financiar pesquisas sobre o prolongamento de vida.

A organização diz que tem uma comunidade de mais de 9 mil “entusiastas, pesquisadores e colaboradores”, e que destinou em 2022 mais de US$ 3,5 milhões para projetos de pesquisa de doenças do envelhecimento, biologia celular e reparação de danos corporais relacionados à idade.

Laurence Ion, administrador da VitaDAO, disse ao CoinDesk que vários projetos financiados pela organização passaram para os próximos estágios de desenvolvimento, incluindo ensaios clínicos com a empresa Mantis Photonics, que busca diagnosticar a doença de Alzheimer por meio de imagens da retina.

“Há uma mudança na medicina, que quer resolver os sintomas do envelhecimento”, disse Todd White, administrador de operações da VitaDAO. “Há muita discussão sobre a possibilidade de ‘o envelhecimento ser uma doença’. Muitas pessoas pensam agora que o envelhecimento e muitas das doenças do envelhecimento podem realmente ser resolvidos.”

O grupo é governado por seu token nativo VITA e os detentores do ativo podem votar em quais projetos apoiar, enquanto um grupo de “administradores” ajuda a “facilitar” a execução dessas propostas, disse White.

Ion também falou que, com sua estrutura de governança democrática, o grupo pretende ir além das localizações físicas e está pensando em “uma futura rede de soberania”.

“Acho que precisamos de um novo paradigma”, disse ele. “Queremos ser uma comunidade tão grande e tão engenhosa quanto alguns países”.

Cripto e longevidade

Os entusiastas das criptomoedas há muito se dedicam à ciência da longevidade. O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, fundou uma empresa chamada NewLimit em dezembro de 2021 para “curar o envelhecimento”, enquanto o ex-diretor de tecnologia da Ripple e atual cofundador da Stellar, Jed McCaleb, fundou o Astera Institute para financiar estudos sobre o tema.

White diz que a sobreposição entre a indústria cripto e o campo de pesquisa da longevidade não é coincidência. “Se você pensar em como o setor cripto começou, verá que foi sobre quebrar barreiras e consertar um sistema que eles consideravam quebrado. O mesmo se aplica à longevidade.”

“Há muito mais inovação e muito mais entusiasmo para experimentar coisas novas vindas da comunidade cripto”, acrescentou.