Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Bolsonaro diz que saída de Guedes nunca foi cogitada e reforça apoio ao teto; bolsas mundiais buscam alta e mais destaques

Equipe InfoMoney

O presidente Jair Bolsonaro (Bruna Prado/Getty Images)

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O destaque mais uma vez no noticiário brasileiro é a política: o presidente Jair Bolsonaro apontou na noite de ontem que a saída de Paulo Guedes, ministro da Economia, nunca foi cogitada e possibilidade de furar teto é zero, segundo a CNN, após o risco fiscal levar dólar a superar R$ 5,50 e bolsa a perder os 100.000 pontos ontem.

Ministro diz contar com confiança do presidente e que orçamento será remanejado para elevar investimentos. Guedes ainda declarou contar com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e disse que a equipe econômica vai remanejar recursos orçamentários para fazer mais investimentos sem ferir o teto de gastos.

No cenário corporativo, o Magazine Luiza viu as vendas acelerarem no segundo trimestre do ano, mas registrou prejuízo. A Totvs ameaça ir à Justiça contra o acordo entre Linx e Stone e a Oi espera levantar R$ 2 bilhões para expandir a rede de fibra ótica.

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No exterior, a tensão geopolítica entre as duas maiores potências do mundo deixa os investidores em alerta. O governo dos Estados Unidos elevou às restrições para a atuação da empresa chinesa Huawei.

Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais 

Os principais índices acionários tentam se manter em terreno positivo apesar de mais um pregão marcado pelo acirramento das tensões entre Estados Unidos e China.

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Na segunda-feira à noite, o presidente americano, Donald Trump, aumentou as restrições à chinesa Huawei, tornando mais difícil para a empresa o assessor a componentes essenciais. Na semana passada, Trump já havia assinado uma ordem executiva para a Bytedance, dona do aplicativo TikTok, vender suas operações no país.

O Dow Jones opera com leve alta de 0,25% e o S&P 500 registra variação positiva de 0,16%.

E, em meio ao avanço das contaminações pelo novo coronavírus, os investidores esperam um acordo entre democratas e republicanos para a aprovação de um novo pacote de estímulo à economia.

“Muitos profissionais de investimento, bem como investidores de varejo, estão parados em parte porque aguardam este segundo pacote de estímulo”, disse, à Bloomberg, Erin Gibbs, diretor de investimentos da Gibbs Wealth Management.

Na Europa, o DAX, de Frankfurt, sobe 0,72%.

Na Ásia, o Shangai SE fechou em alta de 0,36%. O Hang Seng Index, de Hong Kong, ficou praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,08%. Em Tóquio, o Nikkei 225 recuou 0,20%.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h38 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,16%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,31%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,25%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,72%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,34%
*CAC 40 (França), +0,45%
*FTSE MIB (Itália), +0,95%

Ásia
*Nikkei 225 (Japão), -0,20% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,08% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,36% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,21%, a US$ 42,80 o barril
*Petróleo Brent, -0,07%, a US$ 45,34 o barril
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 3,48%, cotados a 863.000 iuanes, equivalente hoje a US$ 124,67 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,9220 (-0,16%)
*Bitcoin, US$ 12.250, +3,17%

2. Agenda

Hoje foi divulgada a segunda prévia do IGP-M, em um contexto em que a alta dos preços das matérias-primas têm pressionado os preços ao produtor. O IGP-M teve alta de 2,34% na segunda prévia de agosto, ante estimativa de alta de 1,93%, segundo estimativa do consenso Bloomberg.

Às 11h, os investidores acompanham a teleconferência de resultados do Magazine Luiza, que comentará os números divulgados na noite de ontem.

Na agenda do InfoMoney, a série Por dentro dos resultados – que traz lives com os CEOs e principais executivos de companhias da Bolsa, em que eles comentam os números do ano, detalham as estratégias dos próximos meses e respondem as perguntas de quem estiver assistindo – recebe duas empresas nesta quinta-feira. Para participar, basta se cadastrar, gratuitamente, na série, clicando aqui.

Hoje, participam da transmissão Sammy Birmarcker, CEO da d1000, e Marcus Santos, CFO e diretor de relações com investidores da companhia, às 13h30. Mais tarde, às 18h30, é a vez de Roberto Santoro, CEO da Hermes Pardini, Camilo de Lelis, CFO da empresa, e Matheus Torga, gerente executivo de relações com investidores.

Nos Estados Unidos, serão divulgados, às 9h30 (horário de Brasília), os números para licenças da construção. Às 17h30, saem os dados dos estoques de petróleo bruto da API.

Já o Japão divulga seus dados sobre a balança comercial às 20h50.

3. De olho no teto de gastos

No Brasil, o foco continua a ser o noticiário político-econômico. O mercado teme que o presidente Jair Bolsonaro aumente os gastos do governo, degradando ainda mais o cenário fiscal.

A crise na pasta da economia é um dos pontos que chama atenção. Ontem, mais um membro do Ministério da Economia deixou o cargo. Foi a vez do subsecretário de Política Macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles.

A informação foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (17), com data retroativa de 13 de agosto. Trata-se da oitava baixa no time econômico desde o início do governo Jair Bolsonaro.

A nova baixa na pasta ocorre menos de uma semana após os secretários especiais Salim Mattar (Desestatização, Desinvestimento e Mercados) e Paulo Uebel (Desburocratização, Gestão e Governo Digital) pedirem demissão.

Na imprensa, foi publicado que Bolsonaro já considera demitir Guedes e o principal cotado para substituí-lo seria o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto.

Ontem, Guedes disse ter a confiança do presidente e afirmou ter feito alertas sobre a necessidade de cumprir a lei ao avaliar novas despesas públicas.

Depois de reuniões para discutir medidas para liberar recursos do Orçamento, ele disse que é difícil que alguém fique “à vontade” no cargo de ministro da Economia.

“Existe muita confiança do presidente em mim e muita confiança minha no presidente”, disse, ao ser perguntado sobre sua situação no posto. “À vontade nesse cargo, eu acho difícil você encontrar alguém que vai estar sempre à vontade, é um cargo difícil”.

Ele não mencionou nomes, mas destacou que é natural haver pressão de ministros para maiores gastos e investimentos públicos. De acordo com Guedes, a equipe econômica está estudando o que poderá ser remanejado de recursos orçamentários para fazer mais investimentos.

Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem à noite, em entrevista à CNN Brasil, que a saída de Paulo Guedes nunca foi cogitada. Bolsonaro também disse que a possibilidade de furar o teto de gastos é zero: “o governo tem prioridade na questão da responsabilidade fiscal e irá procurar recursos, pois há várias alternativas como privatizações e possibilidade de remanejamento de recursos de fundos”.

“As falas reforçam a visão de que Guedes não está de saída imediata, mas não encerram as disputas no governo. Ainda falta resolver como viabilizar os R$ 5 bilhões para agora – o que o próprio Guedes admite ser uma decisão de Bolsonaro – , e como solucionar o aperto do orçamento de 2021. O que moveu as tensões até agora foi a disputa por esses recursos. Enquanto ela não estiver solucionada, as oscilações na relação da dupla também existirão”, destaca a XP Política.

4. Aprovação em alta

Apesar dos temores do mercado sobre a equipe econômica, a aprovação do presidente está em alta.

Em agosto, ele teve o maior salto em seus níveis de aprovação desde o início de sua gestão e se aproxima da melhor marca do mandato, amparado por um aumento do apoio dos eleitores com renda de até 5 salários mínimos. Foi o que mostrou a nova rodada da pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 13 e 15 e divulgada ontem.

De acordo com a pesquisa, 37% dos eleitores consideram a atual gestão como ótima ou boa – o que corresponde a uma alta de 7 pontos percentuais em relação a julho e um salto de 12 pontos em comparação com a pior marca, registrada em maio. Com isso, o presidente repete desempenho de seu terceiro mês de mandato.

Ao mesmo tempo, o governo do presidente prevê cortar o orçamento do Ministério da Saúde para R$ 125,75 bilhões em 2021, em meio à pandemia de covid-19.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o valor é menor do que o aprovado para o começo deste ano (R$ 134,7 bilhões) e do que o limite atual de gastos da pasta (R$ 174,84 bilhões, alcançado após liberação de créditos para enfrentar a crise sanitária).

5. Radar corporativo

No noticiário corporativo, destaque para os resultados do Magazine Luiza, divulgados na noite de ontem. No segundo trimestre, a empresa reverteu um lucro líquido ajustado de R$ 85,2 milhões registrado no segundo trimestre de 2019 em um prejuízo líquido ajustado de R$ 62,2 milhões no mesmo período deste ano.

Apesar do dado aparentemente negativo, o prejuízo ficou abaixo da mediana da estimativa compilada pelo consenso Bloomberg, de R$ 127,8 milhões (com variação nas expectativas entre dado negativo de R$ 122 milhões e R$ 136 milhões).

A receita líquida da companhia, por sua vez, teve alta de 29%, atingindo R$ 5,57 bilhões e também ficando acima do esperado, que era de R$ 5,02 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve queda de 62% entre abril e junho na comparação anual, enquanto a margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) passou de 8,8% para 2,6% na comparação ano a ano.

Já a Petrobras informou o início da oferta de troca de títulos não registrados emitidos em 18 de setembro de 2010 por títulos registrados na Securities and Exchange Commision (SEC, a CVM americana) de sua subsidiária integral Petrobras Global Finance.

Já a fabricante de softwares de gestão Totvs ameaçou nesta segunda-feira ir à Justiça contra os termos da proposta de compra da Linx pela empresa de meio de pagamento StoneCo. A Totvs também tem interesse na empresa de software.

A Stone anunciou na semana passada acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx, numa transação em dinheiro e ações que avalia a produtora de programas para varejo em R$ 6,4 bilhões.

Um dos pontos polêmicos da proposta é uma multa em caso de fracasso do negócio. A Stone deve pagar R$ 605 milhões de reais para a Linx, caso o Cade não aprove a transação, mas a Linx teria que pagar a multa se aceitasse uma proposta concorrente. Também está previsto punição se a assembleia da Linx não aprovar o negócio.

“Reafirma, assim, a Totvs, a sua intenção de, se concluída a transação objeto da sua proposta, questionar, pelos meios legais cabíveis, a legalidade do referido ônus e a lesão ao interesse e à soberania dos acionistas da Linx”, disse, em comunicado, a Totvs.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação sobre a transação anunciada, enquanto investidores criticaram os termos da oferta da Stone por oferecer termos diferenciados a executivos da Linx, o que configuraria conflito de interesses.

E em meio a um processo bilionário de recuperação judicial e da venda de ativos, a Oi espera captar R$ 2 bilhões para a expansão de sua rede de fibra ótica, segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”.

Essa operação deve ser feita no máximo até o início do ano que vem, segundo a reportagem, que deve ter os ativos da área de fibra ótica como garantia.

A captação só será feita, no entanto, se os credores aprovarem, em assembleia prevista para o dia 8 de setembro, as mudanças propostas pela direção da Oi no plano de recuperação judicial.

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