Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta sexta-feira

Principais índices mundiais têm leve alta após novos recordes da véspera; dados de emprego nos EUA e da indústria no Brasil em destaque

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – 2021 tem sido promissor para o Ibovespa, que renovou na véspera máxima histórica acima dos 122 mil pontos ao saltar 2,76%, impulsionado principalmente por commodities em meio a expectativas de maiores gastos dos EUA com o controle do Partido Democrata no Senado e após confirmada pelo Congresso a eleição de Joe Biden após a turbulência com a invasão do Capitólio na quarta-feira.

O noticiário sobre vacinas também animou os investidores por aqui, com o Butantan divulgando uma eficácia de 78% da CoronaVac. Por outro lado, as preocupações fiscais continuam e guiaram um novo dia de forte alta para o dólar na véspera, que chegou a R$ 5,40.

Na sessão desta sexta, os investidores estarão atentos aos dados de produção industrial do Brasil e de emprego nos EUA, que podem dar mais sinais sobre o ritmo de recuperação da economia, enquanto os índices seguem em alta moderada.

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1. Bolsas mundiais

As bolsas europeias e os índices futuros americanos têm altas nesta sexta-feira (7), à medida que o Partido Democrata assegura nos Estados Unidos controle sobre a Presidência, a Câmara e o Senado.

O índice Eurostoxx sobe 0,55%; o Dax, da Alemanha, sobe 0,71%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 0,05%; o CAC 40, da França, sobe 0,36%; e o FTSE MIB, da Itália, sobe 0,48%.

Com a eleição na quarta (6) dos candidatos Jon Ossoff e Raphael Warnock como senadores pelo estado da Geórgia, o Partido Democrata terá 50 assentos no Senado, enquanto o Partido Republicano terá outros 50.

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Nesta situação, caberá à vice-presidente eleita, Kamala Harris, o voto de minerva, dando, na prática, controle dos democratas sobre o Senado, em adição à Câmara e à Presidência.

Esse cenário é visto como positivo por parte dos investidores. Democratas vêm defendendo pacotes de estímulos à economia mais amplos do que aqueles que foram aprovados.

Nos Estados Unidos, as bolsas tiveram altas recordes na quinta (7), marcada pela confirmação formal no Congresso da vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais, um dia depois de apoiadores de Trump invadirem o Capitólio, sede do Legislativo.

O índice S&P 500 Futuro sobe 0,29%; o Nasdaq Futuro sobe 0,37%; o Dow Jones Futuro sobe 0,28%.

Trump admitiu pela primeira vez na quinta-feira (7) que a administração de Biden assumirá no dia 20 de janeiro, apesar de continuar afirmando “discordar totalmente do resultado da eleição”. O presidente vinha questionando o resultado das eleições desde o início de novembro.

Mesmo com o aceno favorável ao rito democrático, continua a haver pressão pelo impeachment de Trump pela invasão do Capitólio, já que o presidente vinha instando seus apoiadores a marcharem no Congresso. Quatro pessoas morreram durante a invasão do Capitólio.

Também no radar, um novo estudo laboratorial indica que a vacina desenvolvida pela parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNTech é eficaz também contra as novas mutações altamente transmissíveis do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul.

As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em alta, mas ações da China continental tiveram tendência de queda, após a Bolsa de Nova York anunciar que vai deixar de listar ações das gigantes de telecomunicações China Telecom, China Mobile e China Unicom.

A Bolsa de Nova York obedece a uma ordem executiva do atual presidente americano Donald Trump, que diz buscar impedir que americanos invistam em empresas da China que supostamente prestam apoio a militares do país.

O índice Nikkei, do Japão, fechou em alta de 2,36%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 1,2%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 3,97%; o Shanghai SE, da China, caiu 0,17%.

Veja o desempenho dos principais índices às 6h30 (horário de Brasília):

Estados Unidos
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,29%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,37%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,28%

Europa
*Dax (Alemanha), +0,71%
*FTSE 100 (Reino Unido), +0,05%
*CAC 40 (França), +0,36%
*FTSE MIB (Itália), +0,48%

Ásia
*Nikkei (Japão), +2,36% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong) +1,2% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +3,97% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,17% (fechado)

Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +0,73%, a US$ 51,2 o barril
*Petróleo Brent, +0,88%, a US$ 54,86 o barril
*Bitcoin, +8,92%, a US$ 40.972,60
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 2,35%, cotados a 1067,5 iuanes, equivalente hoje a US$ 165,06 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,47

2. Agenda de indicadores

Às 9h o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga dados sobre produção industrial em novembro no Brasil.

Às 10h30 são divulgados dados sobre a folha de pagamento, taxa de desemprego, média de ganhos por hora, horas medias semanais, taxa de participação na força de trabalho e taxa de subdesemprego nos Estados Unidos em dezembro.

Às 12h são divulgados dados de estoques, vendas no atacado e crédito ao consumidor nos Estados Unidos em novembro.

3. Covid no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de quinta (7), o avanço da pandemia em 24h no país. A média móvel de casos confirmados em 7 dias foi de 36.452, queda de 10% frente o período encerrado 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 56.404 casos. A média móvel de mortes em 7 dias foi de 741. Com isso, houve alta de 7% frente a média móvel do período encerrado 14 dias antes.

Em apenas um dia foram registradas 1.120 mortes por covid. Assim, o país atingiu a marca de 200.163 mortos.
Na quinta, o Instituto Butantan, de São Paulo, anunciou que a vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, apresentou eficácia de 78% nos estudos conduzidos pela instituição no Brasil, acima da taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde, de 50%. Segundo anúncio do presidente do Butantan, Dimas Covas, nenhum dos voluntários morreu, desenvolveu formas graves de covid, ou precisou ser hospitalizado.

A apresentação trouxe, no entanto, menos dados do que aqueles apresentados por outras grandes farmacêuticas em relação a suas vacinas. Covas não soube dizer o número exato de pessoas infectadas por covid durante os testes, o número exato de participantes, diferenças da eficácia da vacina de acordo com a idade dos participantes ou detalhes sobre efeitos colaterais.

Não é possível, dessa forma, compreender o método de cálculo que determinou a eficácia de 78% da vacina para casos leves, e de 100% para casos graves. O Butantan deve encaminhar o pedido para uso emergencial da vacina nesta sexta. A partir daí, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) terá dez dias para se manifestar.

Também é esperado para hoje o pedido de autorização para uso emergencial da vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, que no Brasil é testada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Na quinta, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que o governo tem um acordo de compra de 100 milhões de doses da Coronavac, que no Brasil será produzida pelo Butantan a partir de insumos importados. Como a vacina tem duas aplicações, a quantidade seria o suficiente para imunizar 50 milhões de brasileiros. Pouco depois, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) negou a existência do acordo.

O Ministério da Saúde conta também com a produção de 210 milhões de doses da AstraZeneca pela Fiocruz, o suficiente para imunizar 105 milhões de brasileiros. Mas o início da vacinação vai depender de doses importadas deste imunizante.
Pazuello confirmou também que a União Química negocia a possibilidade de fabricar em suas unidades a vacina russa Sputnik. O ministro disse que a Anvisa está empenhada em realizar rapidamente a análise das vacinas.

E disse que o governo negocia a compra de vacinas da Pfizer, mas as negociações estariam difíceis por conta de exigências da empresa e da baixa capacidade de entregas no país. O ministro disse que o governo também negocia com a Jansen. Mas afirmou que a vacinação no país dependerá de fabricação nacional. “Se não for fabricado no Brasil, as quantidades sempre serão ínfimas se comparadas à demanda”, afirmou.

Em sua live semanal nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se apresentou ao lado de Pazuello, e afirmou que não pretende criar dificuldades para que clínicas privadas importem vacinas contra o vírus.

“Eles podem conseguir por outros meios essa vacina (…) Eu não vejo problema nenhum nisso aí (…) “Então a gente não vai criar problema no tocante a isso daí. Quem quiser… Se uma empresa quiser comprar lá fora a vacina e vender aqui, quem tiver recursos vai tomar vacina lá. Agora, nós vamos oferecer de forma universal, e da nossa parte não obrigatória”, disse.

4. Carteira Verde Amarela e disputas no Congresso 

Segundo o Estadão, a proposta da Carteira Verde Amarela, um modelo de contratação com menos encargos e benefícios, voltou ao radar da equipe econômica para ser apresentada após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado. O tema está em discussão pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para atender os informais, um contingente de trabalhadores vulneráveis que passaram a ser notados com a crise econômica provocada pela covid-19.

Trata-se de um regime simplificado de contratação sem encargos trabalhistas e impostos, como a contribuição previdenciária. A inspiração agora para a nova versão do programa vem do Benefício Emergencial para Preservação do Emprego e da Renda (BEm), concedido no ano passado como complemento de renda para os trabalhadores formais que tiveram o salário reduzido ou o contrato suspenso. Na avaliação da equipe econômica, o “sucesso” do BEm pode ser medido pela preservação de milhões de empregos durante a recessão econômica provocada pela pandemia.

Sobre a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, segundo o jornal Valor, preocupada com a possibilidade de perder cargos estratégicos em comissões no Senado, a bancada do PT decidiu antecipar o debate sobre o posicionamento do partido pela Presidência da Casa. De acordo com o jornal, a tendência é que os seis senadores do partido apoiem a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apadrinhado do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Mas há integrantes do grupo que defendem esperar mais alguns dias para chegar a um consenso.

Segundo o Valor, o PT está antecipando as discussões visando garantir espaços em comissões como a Comissão de Assuntos Sociais.

De acordo com o jornal, na Câmara apoiadores da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), promovida pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), têm argumentado que a recente invasão do Capitólio nos Estados Unidos reforça a necessidade de um Congresso independente da Presidência nacional. Rossi enfrentará o candidato Artur Lira (PP-AL), líder do centrão apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, que apresentou na quinta uma lista de dissidentes do PSL que o apoiam.

Na quinta, Bolsonaro afirmou que a eleição de 2022 poderia gerar uma crise ainda maior do que a que ocorreu nos Estados Unidos, caso o Brasil não adote o voto impresso. Maia criticou o presidente pela fala.

5. Radar corporativo

Na quinta-feira, a Petrobras informou que registrou recordes em sua produção anual de petróleo e na produção total de 2020, que considera tanto óleo quanto gás natural. Segundo a estatal, no ano passado foram produzidos, respectivamente, 2,28 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo e 2,84 milhões de barris de óleo equivalente por dia (bpd), superando o recorde anterior, de 2015.

Já a Camil teve alta de 96% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2020 na base de comparação com igual trimestre de 2019, para R$ 129 milhões. Na base de comparação com o segundo trimestre, contudo, houve queda de 6,6%.

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