Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta segunda-feira

Eleições na Argentina, Brexit e avanços nas negociações comerciais dão o tom aos mercados; no Brasil, investidores acompanham Focus

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os investidores vão monitorar os desdobramentos nos mercados do resultados das eleições na Argentina, com vitória em primeiro turno do candidato peronista Alberto Fernández. Em declaração sobre o pleito no país no vizinho, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não vai cumprimentar o peronista Alberto Fernández pela vitória. “Lamento. Não tenho bola de cristal, mas acho que a Argentina escolheu mal.”

No exterior, pelo Twitter, às 6h23, o presidente da Comissão do Conselho da União Europeia, Donald Tusk, escreveu que os 27 países do bloco concordaram em aceitar o pedido de extensão da saída do Reino Unido da UE. Assim, o Brexit foi postergado, mais uma vez, agora para o dia 31 de janeiro.

Em semana que começa com expectativas sobre os juros americanos, os mercados futuros nos EUA operavam com tendência de alta hoje pela manhã, animados com os sinais de avanços das conversas para a chegada de um acordo comercial entre as duas maiores economias globais.

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Nos EUA, os investidores também vão monitorar ainda a enxurrada de resultados, com mais de 140 empresas com divulgações previstas para essa semana. Hoje, o destaque fica, para após o fechamento do mercado, com Alphabet, controladora do Google. Antes da abertura, os investidores vão monitorar os números da AT&T e Spotify.

Confira os destaques desta segunda-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os índices futuros de Nova York apontam para uma abertura em alta hoje, diante dos sinais de avanços nas conversas entre EUA e China para finalização da fase um do acordo, que poderá ser assinado em meados de novembro, durante cúpula de países no Chile.

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A pré-abertura dos mercados refletiu as informações de sexta-feira de que os países fizeram progressos no objetivo de finalizar a fase um do acordo, após as conversas entre o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

Na Ásia, o avanço das conversas levou os mercados a fecharem em alta e o yuan a se valorizar frente ao dólar. O Ministério do Comércio da China disse, no sábado, que os dois lados concordaram em tratar adequadamente as questões centrais da disputa, segundo a Reuters.

Entre os indicadores, o lucro das grandes empresas industriais da China recuou 5,3% em setembro, na comparação anual, e se somou ao declínio de 2,0% registrado em agosto. Segundo informou neste domingo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

O resultado industrial chinês reflete aprofundamento da deflação dos preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e vendas mais lentas. Ao longo dos primeiros nove meses deste ano, o lucro industrial caiu 2,1% em base anual. O setor automotivo, no período, registrou queda de 16,6%, afetado principalmente pela desaceleração econômica.

Na Europa, os principais mercados operam, em sua maioria, em baixa, mesmo após a confirmação da extensão do prazo do Brexit para 31 de janeiro. Dessa forma, o Reino Unido poderá deixar a UE a qualquer momento antes da nova data.

Agora, o primeiro-ministro, Boris Johnson, precisa que o Parlamento britânico aprove o acordo de saída costurado com a União Europeia. Johnson aumentou a pressão sobre os líderes da oposição para realizar uma eleição geral antecipada em dezembro.

Além do Brexit, as bolsas europeias estão pressionadas pela safra de resultados corporativos, principalmente do HSBC, maior credor europeu, que viu seus lucros antes de impostos recuarem 18% no terceiro trimestre, levando as ações do banco a recuarem cerca de 4,7%.

Entre as commodities, os futuros do minério de ferro fecharam em leve queda, assim como os preços do petróleo.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h21 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,18%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,29%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,25%

*DAX (Alemanha), +0,19%
*FTSE (Reino Unido), -0,42%
*CAC-40 (França), -0,08%
*FTSE MIB (Itália), -0,21%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,84% (fechado)
*Xangai (China), +0,85% (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,30% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,42%, a US$ 56,42 o barril
*Petróleo Brent, -0,26%, a US$ 61,86 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com queda de 0,08%, cotados a 627 iuanes, equivalentes a US$ 88,81 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,06 (-0,04%)

*Bitcoin, US$ 9.391,56, +0,76%
R$ 36.737, +7,4% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda Econômica

No Brasil, a FGV divulga, às 8h00, o Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) de outubro e a Sondagem da Construção. Às 8h25, o Banco Central publica o boletim Focus.

No corporativo, destaque para a publicação do balanço da Klabin, antes da abertura do mercado, e da concessionária CCR, após o fechamento da bolsa.

Entre os indicadores americanos, às 9h30, saem os dados de atividade econômica do Fed de Chicago e o índice de produção manufatureira do Fed de Dallas, às 11h30.

Hoje, o destaque fica, para após o fechamento do mercado, com Alphabet, controladora do Google. Antes da abertura, os investidores vão monitorar os números da AT&T e Spotify.

3. Argentina e Bolsonaro

Os argentinos foram às urnas e decidiram dar uma nova chance ao kirchnerismo quatro anos após a derrota de Cristina Kirchner para o atual presidente Mauricio Marcri, candidato à reeleição no pleito atual. Com 97,13% das urnas apuradas, o candidato opositor Alberto Fernández, 60, da Frente de Todos (chapa que conta com a ex-presidente na vice), liderava a disputa com 48,10% dos votos. O candidato à reeleição, da chapa Cambiemos, aparecia na segunda posição, com 40,37%.

O resultado já coloca a esquerda matematicamente de volta ao poder no país vizinho, sem necessidade de disputa em segundo turno. A disputa contou com elevada taxa de comparecimento dos argentinos: 80,86%. Pelas regras eleitorais argentinas, se um candidato alcança 45% dos votos ou 40% e uma vantagem de pelo menos 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado no primeiro turno, ele já está eleito sem necessidade de uma nova votação.

O presidente Jair Bolsonaro reprovou o resultado do pleito argentino. A jornalistas, antes de deixar Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente brasileiro disse que os argentinos “escolheram mal” seu novo chefe de Estado.

Mesmo assim, destoando do tom adotado nos últimos dias, Bolsonaro afirmou que pretende “ampliar qualquer comércio com a Argentina” e diz esperar que Fernández “reveja” posição dita no passado sobre eventualmente deixar o Mercosul.

“Da nossa parte pretendemos ampliar qualquer comércio com a Argentina, mas, obviamente, como integrante do Mercosul, as cláusulas democráticas têm que se fazer valer”, disse. “Esperamos que aquilo que ele (Fernández) falou há pouco, quando visitou (o ex-presidente) Lula no Brasil, sobre rever a questão do Mercosul, que ele volte atrás”, acrescentou Bolsonaro.

Ainda em relação a Bolsonaro, o jornal Folha de S.Paulo traz que, em áudios de WhatsApp, Fabricio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, considera que a investigação do MP do Rio contra ele pode gerar um problema do “tamanho de um cometa”.

Nas gravações, o policial aposentado se diz abandonado e aponta falhas na condução do governo. O jornal o Globo acrescenta, também citando gravação por meio de WhatsApp, declaração de Queiroz, de que “não vejo ninguém mover nada para me ajudar”.

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4. Economia

Diante de uma plateia de empresários brasileiros e emiráticos, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou a sua confiança no ministro da Economia, Paulo Guedes: é “100%”. Bolsonaro pediu desculpas pela ausência do seu Posto Ipiranga, mas afirmou que o governo “não pode mais perder tempo”. Segundo ele, Guedes ficou no Brasil para cuidar das reformas administrativa e tributária.

Ainda na economia, o Estadão destaca que a melhora em alguns indicadores importantes, como criação de empregos e aumento no crédito, vem transformando o humor dos analistas. Desde o início do ano, com a chegada do novo governo, de orientação claramente liberal na economia, a previsão do PIB de 2,5%, foi minguando, até recuar para abaixo de 1%.

Agora, porém, esse quadro parece que começa a mudar mais uma vez. Há duas semanas, o Itaú, por exemplo, elevou sua estimativa de crescimento da economia este ano de 0,8% para 1% – havia pelo menos três anos que o banco não elevava o número projetado.
Também no começo deste mês, o Safra alterou sua projeção de 0,8% para 0,9%. “Pode parecer pouco, mas é uma diferença significativa. No fim de julho, esperávamos 0,8%, mas achávamos que podia ser até 0,5%. Agora, temos 0,9%, mas pode ser mais que isso”, diz o economista-chefe do banco, Carlos Kawall.

Votorantim e Bank of America também dão sinais de que reverão seus números para cima. Hoje, eles têm 0,7% e 0,8%, respectivamente. O Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, indica que o mercado estima alta de 0,88% para 2019. Em agosto, a previsão era 0,8%. Os números mostram que, embora ainda distante de uma arrancada forte, a economia pode estar começando a ganhar tração.

5. Noticiário Corporativo

A Samarco conseguiu todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações, segundo informa a Vale em fato relevante. Nesta sexta, a companhia recebeu a Licença Operacional Corretiva (LOC) para o Complexo Germano, em Minas Gerais. A licença foi aprovada pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A Petrobras Distribuidora informou que vai realizar o pagamento de R$ 2,469 bilhões em dividendos na próxima terça-feira, 29 de outubro. O montante refere-se à segunda parcela de dividendos do exercício de 2018, segundo informou a companhia em aviso aos acionistas, divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No radar de resultados, a Hypera teve lucro líquido de R$ 267,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 10,3% sobre um ano antes, influenciado pela redução do imposto de renda, devido ao aumento dos juros sobre capital próprio. Já a Enel registrou lucro líquido de R$ 345,6 milhões no terceiro trimestre de 2019, ante R$ 2,8 milhões registrado em igual período em 2018.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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