Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Ibovespa testa ânimo em dia balanço de Vale e Petrobras; no exterior, investidores monitoram resultados corporativos e BCE

Equipe InfoMoney

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Após três dias com o Ibovespa renovando máxima histórica, atingindo na véspera os 107.543 pontos, os investidores se debruçam, agora, na intensa agenda de divulgação de resultados corporativos deste terceiro trimestre, que se intensifica a partir desta semana – sobretudo, após o texto da reforma da Previdência tendo sido aprovado, em definitivo, e com a economia prevista de R$ 800 bilhões em dez anos garantida.

Hoje, após o fechamento do mercado, saem os resultados de Vale, que devem vir com números sólidos de volumes e preços fortes de minério de ferro, parcialmente ofuscados pela alta no custo do frete, e da Petrobras, com expectativa de bons resultados impulsionados pelo aumento da produção, mesmo com a queda do preço médio do petróleo.

No exterior, os futuros de Nova York operam em alta, no dia mais agitado da safra de resultados no exterior, com 45 empresas listadas no S&P fazendo a divulgação – com destaque para Amazon. Na Europa, as atenções saem um pouco do Brexit, que entrou na fase de aguardo da confirmação – o que poderia ocorrer ainda hoje – por parte de líderes europeus, de sua prorrogação.

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Já o Banco Central Europeu publica, 8h45, a sua última decisão de juros sob o comando de Mario Draghi, que será substituído por Christine Lagarde, ex-FMI. Após os cortes e os estímulos nas taxas de juros do mês passado, não são esperadas grandes surpresas, dizem analistas.

Ainda no Brasil, o jornal Folha de S.Paulo traz que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer extinguir os patamares mínimos que Estados e municípios são obrigados por lei a aplicar em saúde e educação. A mudança está prevista na minuta de uma PEC prestes a ser enviada ao Congresso.

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No STF, o plenário segue julgamento que se discute a possibilidade de cumprimento da pena antes de serem esgotadas todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado). Até o momento, o placar do julgamento está em 3 votos a 1 a favor da prisão em segunda instância.

Confira os destaques desta quinta-feira:

1. Bolsas Internacionais

Os mercados operam de forma positiva nesta manhã no aguardo da intensa agenda de resultados corporativos nos Estados Unidos e na Europa. Serão 45 empresas listadas no S&P que apresentam hoje os seus números. Na parcial da safra americana, até agora, das 124 que reportaram seus números, 82% superaram as estimativas de lucro por ação e 63% de receita, segundo estimativas da Refinitiv, citada pela CNBC.

Após o fechamento, o mercado estará de olho na Amazon, com investidores atentos à atualização dos resultados de sua operação nas nuvens (AWS), principalmente depois que Microsoft e a Alphabet acirraram a concorrência no segmento. As ações da gigante da tecnologia caíram 12% nos últimos três meses, com o aumento dos gastos e a crescente regulamentação tecnológica pressionando a empresa.

Na Europa, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro subiu marginalmente de setembro para outubro, de 50,1 a 50,2, permanecendo bem próximo da marca de 50, que indica estagnação da atividade econômica, segundo dados preliminares divulgados hoje pela IHS Markit.

Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam alta um pouco maior do PMI composto do bloco, a 50,3. Segundo a Markit, a economia da zona do euro permaneceu quase estagnada no início do quarto trimestre, com a demanda por bens e serviços caindo pelo segundo mês consecutivo.

“Um declínio acentuado na produção industrial foi acompanhado por uma das expansões mais fracas do setor de serviços desde 2014. As expectativas futuras caíram para as mais sombrias desde 2013 e o crescimento de empregos atingiu o menor desde 2014. Enquanto isso, a inflação nos preços de venda ficou em uma baixa de quase três anos em meio a pressões de custo reduzidas”, afirmou a Markit.

Apenas o PMI industrial da zona do euro ficou em 45,7 em outubro, no mesmo nível de setembro, frustrando projeção do mercado, que era de avanço a 46. Já o PMI de serviços do bloco aumentou de 51,6 em setembro para 51,8 em outubro, mas a previsão de analistas era de avanço a 51,9.

Sem novidades sobre as negociações comerciais entre EUA e China, os mercados fecharam em alta, em sua maioria – apenas com Shangai perto da estabilidade. Por lá, o destaque ficou com a desaceleração do ritmo de crescimento da Coreia do Sul, atribuído aos efeitos colaterais da guerra comercial sino-americana.

Entre as commodities, os preços futuros do petróleo caem, nesta manhã, em meio às perspectivas de uma redução da demanda global. Já os futuros de minério de ferro em Dalian fecharam em alta.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h21 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,10%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,38%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,07%

*DAX (Alemanha), +0,53%
*FTSE (Reino Unido), +0,86%
*CAC-40 (França), +0,50%
*FTSE MIB (Itália), +0,66%

*Hang Seng (Hong Kong), +0,87% (fechado)
*Xangai (China), -0,02% (fechado)
*Nikkei (Japão), +0,55% (fechado)

*Petróleo WTI, -0,63%, a US$ 55,62 o barril
*Petróleo Brent, -0,41%, a US$ 60,92 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 0,96%, cotados a 628,00 iuanes, equivalentes a US$ 88,85 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0675 (+0,07%)

*Bitcoin, US$ 7.506,36, -6,67%
R$ 30.398, -0,10% (nas últimas 24 horas)

2. Agenda Econômica

O destaque da agenda fica por conta dos balanços da Vale e da Petrobras, além de Lojas Renner e Fleury – todos após o fechamento do mercado. No Brasil, a agenda se completa com a divulgação da nota do setor externo, às 9h30. O consenso da Bloomberg é que o Ebitda (lucro antes de juros, depreciações e amortizações) da Petrobras seja de R$ 32,1 bilhões, com o balanço podendo ser impulsionado pela alta na produção.

Já os mercados em NY vivem hoje o dia mais agitado da safra de balanços, com a publicação do resultados de 45 empresas listadas no S&P. O destaque fica com a Amazon, que divulga após o fechamento, assim como Visa e Intel. Antes do sino, saem os balanços de Twiiter, 3M, Dow e American Airlines.

Nos Estados Unidos saem os dados de auxílio-desemprego e pedidos de bens duráveis, às 9h30; do Índice de Gerente de Compras (PMI), às 10h45; e de vendas de casas novas, às 11h00.

3. Governo e Congresso

Com a reforma da Previdência aprovada em definitivo e economia prevista de R$ 800 bilhões em dez anos garantida, os investidores aguardam, agora, os desdobramentos das novas regras das aposentadorias dos militares e da PEC que tramita no Senado sobre a possibilidade de Estados e municípios aderirem às reformas.

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que a PEC paralela da Previdência (PEC 133/2019) deve ser votada no colegiado no dia 6 de novembro. O principal ponto do texto busca incluir estados e municípios na reforma da Previdência, aprovada na terça-feira em segundo turno no plenário do Senado.

O relatório apresentado hoje pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) assegura a estados, Distrito Federal e municípios o acesso a recursos da União, mesmo que eles descumpram regras do regime próprio de previdência social. Após leitura do texto, a presidente da CCJ concedeu vista coletiva por 15 dias.

Ao todo, senadores apresentaram 168 emendas à PEC paralela. Tasso Jereissati acolheu seis, além de ajustes ao texto. A medida modifica trechos da reforma da Previdência, cuja tramitação foi concluída hoje.

Já o relator do projeto de reforma da Previdência dos militares, deputado Vinícius Carvalho (Republicanos-RJ), disse que as mudanças feitas por ele em seu relatório não alteram a economia prevista pelo governo, de R$ 10,4 bilhões em dez anos. Para os Estados, a economia esperada é de R$ 53 bilhões em dez anos. O relator chegou a falar em R$ 59 bilhões na semana passada, mas disse que se equivocou e o valor sempre foi R$ 53 bilhões.

Ontem, a Comissão Especial que analisa o projeto na Câmara dos Deputados aprovou o texto-base. Três destaques serão analisados na próxima terça-feira, 29. O relator disse acreditar que os destaques não serão aprovados, já que os parlamentares tiveram várias discussões sobre o parecer, que foi alterado três vezes antes da votação. O projeto tem caráter conclusivo na comissão.

Já a Folha traz que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer extinguir os patamares mínimos que Estados e municípios são obrigados por lei a aplicar em saúde e educação. A mudança está prevista na minuta de uma PEC prestes a ser enviada ao Congresso. A Constituição determina que governos estaduais têm de destinar 12% da receita à saúde e 25% à educação, e os municípios, 15% e 25%, respectivamente.

Segundo a publicação, com a adoção do teto de gastos, em 2016, o mínimo a ser aplicado é o montante do ano anterior mais a inflação. A intenção do governo seria tirar, ao menos, a correção, o que eliminaria a elevação anual. A Folha acrescenta que o Planalto já prevê resistência dos congressistas. Uma sugestão dos técnicos seria conceder um porcentual mínimo somado, à saúde e educação.

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4. STF

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) prosseguirá, na sessão de hoje o julgamento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, nas quais se discute a possibilidade de iniciar o cumprimento da pena antes de serem esgotadas todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado).

Até o momento, três ministros – Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Roberto Barroso – consideram que o início da execução da pena após decisão de segunda instância é constitucional. O relator das ações, ministro Marco Aurélio, entende que essa possibilidade ofende o princípio constitucional da presunção de inocência. A análise será retomada hoje com o voto da ministra Rosa Weber.

O ministro Marco Aurélio votou pela constitucionalidade do dispositivo do CPP e, como consequência, pela suspensão da execução provisória de penas que tenham sido determinadas antes do trânsito em julgado, com a libertação dos que tenham sido presos após o julgamento de apelação.

Para o ministro Alexandre de Moraes, uma decisão condenatória de segunda instância fundamentada afasta o princípio constitucional da presunção de inocência e autoriza a execução da pena. Já para o ministro Edson Fachin, é coerente com a Constituição Federal o início da execução da penal quando houver confirmação da condenação em segundo grau de jurisdição, salvo quando for expressamente atribuído efeito suspensivo ao recurso cabível. O ministro Luís Roberto Barroso destacou que os fundamentos contra a possibilidade de execução provisória “não resistem ao teste da realidade”.

5. Noticiário Corporativo

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que, ao contrário do que vem sendo especulado, o pagamento de US$ 9 bilhões da União à Petrobras referente à revisão do contrato da cessão onerosa será feito ainda este ano. Ou seja, assim que a União receber o pagamento pelos blocos vendidos no leilão do excedente da cessão onerosa, previsto para 6 de novembro, será feita a transferência para a Petrobras.

A primeira parcela do bônus total de R$ 106 bilhões, referente à venda dos quatro blocos ofertados no leilão, no valor de R$ 70,5 bilhões terá que ser paga em 27 de dezembro. O restante, ou R$ 35,5 bilhões, poderá ser pago até junho de 2020. “A realização do leilão dos volumes excedentes da cessão onerosa possibilitará prontamente o pagamento à Petrobras”, disse o MME em nota oficial.

O Valor Econômico traz que a BR Distribuidora pretende estender sua atuação para além da distribuição de combustíveis. O plano, segundo o presidente da empresa, Rafael Grisolia, é criar comercializadoras (tradings) de etanol, energia e gás natural. Também estão em curso a revisão de contratos assinados quando a Petrobras era controladora e reduzido o quadro de empregados.

Na safra de resultados, a CSN registrou prejuízo líquido de R$ 871 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 752 milhões de igual período do ano passado – impactado pelo aumento das despesas com variações monetárias e cambiais. O Ebitda ajustado registrou redução de 4%, para R$ 1,567 bilhão, ficando abaixo do consenso da Bloomberg, de R$ 1,77 bilhão. A receita líquida consolidada somou R$ 6,006 bilhões, queda de 3%.

Já a Localiza apresentou um Lucro líquido no terceiro trimestre, sem os efeitos do IFRS 16, de R$ 205,9 milhões, representando aumento de 28,8% em relação ao mesmo período – puxado pelo aumento do Ebtida, que somou R$ 545,1 milhões (+26,8%) e menores despesas financeiras. A receita líquida consolidada somou R$ 2,671,1 bilhões, expansão de 28,8%.

A TIM entrou com um recurso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a aprovação, sem restrições, da compra da Nextel pelo grupo América Móvil, dono da Claro. A compra foi anunciada em março, pelo valor de US$ 905 milhões, e o aval do órgão regulador foi concedido em setembro.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou uma proposta de membros do Conselho de Administração da Qualicorp envolvendo multa à autarquia de R$ 1,2 milhão. O caso remete ao pagamento de um contrato de não competição proposto ao fundador da empresa, José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, em outubro de 2018, de R$ 150 milhões.

A Caixa Econômica Federal pretende concluir até meados do ano que vem a abertura de capital de ao menos duas subsidiárias – a Caixa Seguridade e a Caixa Cartões. Esse é o plano, mas, para que saia do papel, depende ainda de aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) e da B3, afirmou o presidente do banco, Pedro Guimarães.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado, Agência STF e Bloomberg)

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