Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta quinta-feira

Obstáculos a acordo comercial e produção industrial chinesa mais fraca fazem bolsas caírem; no Brasil, IBC-Br é destaque

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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Os mercados operam hoje majoritariamente em queda, com os investidores monitorando o avanço das conversas entre EUA e China, que tentam fechar a primeira fase de um acordo comercial. O cancelamento das tarifas, porém, é uma condição importante para chegar a esse acordo, reafirmou, hoje, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, em um briefing regular, segundo a Reuters.

O grau de cancelamento de tarifas deve refletir completamente a importância de um acordo de fase um, acrescentou Feng, pontuando que os dois países mantêm discussões aprofundadas. Já o assessor de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro afirmou ontem à noite que as pessoas não devem prestar atenção a “rumores” sobre as dificuldades nas negociações e que está otimista sobre a perspectiva do acordo bilateral.

Como consequência direta da guerra comercial, a China registrou um crescimento da produção industrial de 4,7% em outubro na comparação anual, ficando abaixo das expectativas, que era de um avanço de 5,4%. Já no Japão, o PIB do terceiro trimestre teve alta de 0,2% na comparação anual, abaixo da previsão média do mercado de um aumento de 0,8%.

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No Brasil, destaque sobre as conversas entre Brasil e China para estabelecer uma área de livre comércio que, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão em fase inicial.

Já na agenda econômica, o Banco Central divulga o IBC-Br, considerada uma prévia do PIB, referente a setembro.

Confira os destaques desta quinta-feira:

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1. Bolsas Internacionais

Os futuros de Nova York operam em queda, acompanhando o sentimento de incertezas em relação à conclusão da fase um do acordo comercial sino-americano.

“Todos devem parar de ouvir os rumores”, afirmou Navarro, ontem à noite, durante entrevista à rede Fox Business sobre reportagem da agência Dow Jones Newswires sobre as dificuldades nas negociações comercias com a China.

Perguntado sobre a possibilidade de a China comprar US$ 50 bilhões em produtos agropecuários americanos como parte do acordo, Navarro disse que as duas partes negociam a portas fechadas, não pela imprensa.

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“Estamos a caminho de uma fase 1 no acordo comercial, vamos ver” se ela se concretiza, afirmou a autoridade, em linha similar a declarações de mais cedo do presidente americano, Donald Trump.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que um acordo comercial com a China estava “fechado”, mas não deu detalhes e alertou que ele aumentaria as tarifas “substancialmente” sobre produtos chineses sem esse acordo.

Ainda nos Estados Unidos, o foco está no inquérito de impeachment contra Trump, com a primeira audiência televisionada ligando o líder dos EUA diretamente aos esforços para pressionar a Ucrânia a anunciar uma investigação sobre seu rival político interno.

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Após afirmar ontem que é improvável que o caminho das taxas de juros do Fed mude enquanto a economia americana continuar crescendo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, voltará a falar, desta vez, no Comitê de Orçamento da Câmara sobre as perspectivas econômicas.

Na Europa, o PIB da zona do euro, ajustado sazonalmente, cresceu 0,2% durante o terceiro trimestre na comparação com os três meses imediatamente anteriores, enquanto em relação ao mesmo período do ano passado aumentou 1,2%. Já o número de pessoas ocupadas avançou 0,1% na comparação trimestral, com ajuste, e subiu 1% em um ano.

Já na Alemanha o país evitou uma recessão técnica, após o seu PIB subir 0,1% no terceiro trimestre, desempenho melhor do que o esperado pelo mercado, que era de queda de 0,1%. Na comparação anual, a alta foi de 0,5%. O ministro da Economia alemão Peter Altmaier disse, porém, o desenvolvimento econômico da região ainda é frágil.

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No Reino Unido, as vendas no varejo recuaram 0,1% em outubro ante setembro, frustrando as expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,2% nas vendas. Na comparação anual, as vendas avançaram 3,1% em outubro, também abaixo do previsto, de alta de 3,7%.

Confira o desempenho dos mercados, segundo cotação das 07h25 (horário de Brasília)

*S&P 500 Futuro (EUA), -0,05%
*Nasdaq Futuro (EUA), -0,02%
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,04%

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*DAX (Alemanha), -0,16%
*FTSE (Reino Unido), -0,30%
*CAC-40 (França), +0,09%
*FTSE MIB (Itália), +0,11%

*Hang Seng (Hong Kong), -0,99% (fechado)
*Xangai (China), +0,16 (fechado)
*Nikkei (Japão), -0,76% (fechado)

*Petróleo WTI, +0,84%, a US$ 57,59 o barril
*Petróleo Brent, +0,88%, a US$ 62,94 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com alta de 1,73%, cotados a 618,50 iuanes, equivalentes a US$ 88,07 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0223

*Bitcoin, US$ 8.723,99, -0,98%

2. Agenda Econômica

No Brasil, o destaque fica por conta da divulgação do IBC-Br – índice de atividade econômica – de setembro, medido pelo Banco Central, que traz uma prévia da estimativa do resultado do PIB do terceiro trimestre.

Entre os indicadores, destaque ainda, às 8h00, para a publicação do IGP-M 10 pela FGV. Já no corporativo, no último dia do calendário de balanços do terceiro trimestre saem os resultados de Sabesp, Cemig, Braskem, PDG, Indusval e Sabesp.

Nos EUA, às 10h30, saem os dados de pedidos de auxílio-desemprego semanal e o índice de preços ao produtor (PPI). No corporativo, são aguardados os resultados do Walmart.

3. Brics

O reforço do Novo Banco de Desenvolvimento (também conhecido como Banco do Brics), o fechamento de acordos e a discussão de recomendações do setor privado serão destaques no último dia da 11ª Reunião de Cúpula do Brics, grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul.

Às 8h50, o presidente Jair Bolsonaro e os quatro líderes do grupo – os presidentes Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e o primeiro-ministro Nahendra Modi (Índia) – chegarão ao Itamaraty. Às 9h30, os mandatários farão uma reunião fechada, de cerca de uma hora.

Em seguida, participarão da sessão plenária, onde apresentarão as conclusões da reunião e anunciarão acordos de cooperação. Às 12h, os presidentes e o primeiro-ministro terão uma reunião com o Conselho Empresarial do Brics.

A expectativa é de que os líderes empresariais dos países do grupo apresentem uma lista de 23 recomendações, que abrangem a facilitação de comércio, o fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento, o desenvolvimento de competências profissionais e acordos de cooperação em dez setores.

Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil conversa com a China sobre a possibilidade de estabelecer uma área de livre-comércio entre os dois países. Este tipo de acordo costuma prever uma fase de transição até o fim de todas as barreiras tarifárias na venda de produtos.

O jornal Estadão diz que as negociações estão em estágio inicial e que, formalmente, ainda não incluem a ideia de uma área de livre-comércio. Além disso, pelas regras do Mercosul, países membros do bloco não podem firmar individualmente acordos bilaterais que envolvam eliminação de tarifas.

Neste sentido, uma eventual negociação teria de acontecer entre a China e o Mercosul. É o que faz hoje o bloco em conversas com Coreia do Sul, Canadá, Líbano e Singapura.

Segundo fontes, neste momento o objetivo é aumentar os itens na pauta de exportação para a China, hoje concentrada em três produtos: soja triturada (34%), óleos brutos de petróleo (24%) e minério de ferro (21%).

4. Bolsonaro e PSL

A Folha de S.Paulo destaca que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou que o Banco Central enviasse uma cópia de todos os relatórios de inteligência produzidos pelo Coaf nos últimos três anos. Dessa forma, cerca de 600 mil pessoas – 412,5 mil físicas e 186,2 mil jurídicas poderão ter seus dados acessados pelo STF.

Em julho, o Toffoli determinou a suspensão de todas as investigações, que usaram dados do Coaf e Receita Federal sem autorização judicial prévia. O caso envolvia o filho do presidente, Flavio Bolsonaro, que era alvo da promotoria do Rio.

Segundo a publicação, a iniciativa gerou apreensão no governo, já que haveria integrantes da família Bolsonaro citados em relatórios. A Procuradoria-Geral da República estuda questionar a determinação.

Sobre o racha no PSL, o jornal O Globo traz que o novo partido do presidente Bolsonaro deve rachar a bancada na Câmara, com 24 dos 53 deputados abandonando a sigla.

Caso a tendência se confirme, a expectativa é de que vá acontecer um fortalecimento do chamado Centrão.

5. Noticiário corporativo

Na reta final da temporada de balanços, diversas companhias divulgam balanços entre a noite de ontem e esta manhã.

Em destaque, a JBS saiu de prejuízo para lucro líquido neste terceiro trimestre. A companhia de proteínas encerrou o período de julho a setembro de 2019 com lucro líquido de R$ 356,7 milhões, ante prejuízo de R$ 133,5 milhões no mesmo intervalo de 2018.

Já a Natura lucrou R$ 68,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, número 48,4% menor do que o reportado um ano antes. Já a Qualicorp lucrou R$ 119,1 milhões no terceiro trimestre deste ano – a cifra é 9% maior do que o valor registrado um ano antes (R$ 109,8 milhões).

A Hapvida, por sua vez, lucrou R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 13,5% sobre o mesmo período de 2018.

Além da temporada de balanços, o Conselho de Administração da CVC aprovou Mauricio Montilha para a diretoria de finanças.

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