“O PIB não irá captar todo o ciclo de pujança do setor privado que vivemos hoje”, diz gestor da Verde Asset

Luiz Parreiras participou do evento Melhores Fundos, do InfoMoney, em painel com Felipe Campos (Navi Capital) e Carlos Woelz (Kapitalo)

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O ambiente interno favorável que conjuga o reformismo do Ministério da Economia com os juros mais baixos da história do Brasil não será totalmente captado pelo dado cheio do Produto Interno Bruto (PIB), disse Luiz Parreiras, gestor de estratégia multimercado da Verde Asset, nesta quarta-feira (19).

Para ele, há uma pujança no setor privado que acaba sendo ofuscada pelo menor investimento do governo. Parreiras falou durante o evento Melhores Fundos, do InfoMoney, que ocorre hoje em São Paulo.

“Temos uma visão otimista para Brasil nos últimos dois anos e estamos no primeiro ciclo de crescimento em décadas que é puxado pelo setor privado. A indústria de construção civil em São Paulo é o maior exemplo dessa pujança”, afirma.

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Na avaliação do gestor, o juro baixo é transformacional para a realidade econômica brasileira. “Os juros altos que eram praticados até pouco tempo atrás sustentavam os grandes monopólios e oligopólios deste País”, comenta.

Na mesma linha, Felipe Campos, gestor da Navi Capital, aponta que os juros baixos fortalecem o setor financeiro e a construção, mas alerta para os riscos internacionais. “Não achamos que o Brasil vai dar errado, porém o ciclo externo já dá sinais de esgotamento”, destaca.

Um dos riscos citados é a eleição presidencial nos Estados Unidos. Luiz Parreiras disse que o candidato do Partido Democrata Bernie Sanders será um foco de volatilidade caso cresça nas pesquisas, mas não vê chance de ele vencer o atual presidente Donald Trump nas eleições gerais.

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“Bernie Sanders faz o PT parecer um partido de direita, mas acho que o Trump sai vitorioso em um confronto entre os dois e o mercado já se acostumou com ele.”

Desafios no Brasil

Carlos Woelz, gestor do Kapitalo, avaliou no evento que o resultado positivo do fundo vem da diversificação do risco, com uma escolha criteriosa dos ativos a serem investidos. Por outro lado, ele lembrou que nem sempre é possível ter ganhos. “Investimento é insistência. Você deve sempre questionar seu processo de investir. A solução para posições menos bem-sucedidas é uma redução gradual, não sair de uma vez”, defende, lembrando do investimento que seu fundo fez em câmbio.

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Campos, por sua vez, entende que o principal desafio atualmente é que não é tão fácil fazer long & short no Brasil porque não existem ações o bastante para mantermos uma ação long e uma short na mesma estratégia.

Wolz, Parreiras e Campos foram os gestores dos melhores fundos multimercados de 2020. O Kapitalo Zeta ficou em primeiro lugar, seguido pelo Verde AM Scena Advisory e pelo Navi Long Short.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.