O metaverso é a próxima evolução da internet, diz Amy Webb

"Vai demorar muito tempo antes que o sistema do metaverso chegue a massa crítica, nós estamos nos primórdios disso", diz a futurista

Rodrigo Tolotti

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Olha para o que será a próxima tendência tecnológica não é simples. Enquanto todos pensam em como criar um carro voador, por exemplo, poucos avaliam como os seres humanos irão se transportar no futuro, que pode não ser via carro. Foi como olhar para essas novidades que a futurista Amy Webb ganhou renome mundial no estudo de cenários prospectivos.

Em sua primeira vez no Brasil, Amy falou durante a Expert XP nesta quinta-feira (4) que o Brasil pode ser o país do futuro, mas que ainda precisa trabalhar muito para isso.

“Essas tecnologias emergentes demandam uma estratégia de longo prazo, o Brasil precisa pensar no longo prazo, o governo precisa pensar assim, precisa investir em tecnologia. O Brasil tem um futuro brilhante”, avalia ela, que é professora da Universidade de Nova York.

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Segundo Amy, o que se vê muito quando se fala em pensar no futuro é o chamado FOMO (sigla em inglês para “medo de ficar de fora”), com investidores e empresas olhando para o que já está acontecendo e querendo entrar de qualquer forma nesses negócios.

Além disso, no Brasil ela avalia que ocorre também o chamado VUCA (acrônimo em inglês para “Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade”), com um país que sofre com um mercado volátil e incerteza política, por exemplo.

E a melhor forma de superar essas questões, segundo a futurista é que as pessoas comecem a fazer perguntas “e se”, para então conseguir distinguir o que é uma tendência real do que é apenas uma moda passageira.

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É assim que ela volta no exemplo do carro voador. Enquanto há mais de 100 anos o homem tenta fazer um carro voar, a questão é que o futuro pode estar em um trem super rápido, elevadores magnéticos que se movem em diferentes direções ou outras formas.

Metaverso e biologia

Para Amy existem duas principais categorias em tendências emergentes, uma que liga Inteligência Artificial, criptoativos e metaverso e outra que une tudo isso com biologia.

Ela coloca um foco grande no metaverso, apesar de ressaltar que esse ainda é um conceito e não uma tecnologia prática. Segundo a futurista, o que se vê hoje quando se fala em metaverso são jogos digitais e não uso real.

“Vai demorar muito tempo antes que o sistema do metaverso chegue a massa crítica, nós estamos nos primórdios disso. Precisamos prestar atenção, a infraestrutura do metaverso é que o está sendo desenvolvido agora e é isso que vai ser a base da próxima evolução da internet”, afirma.

Amy diz que hoje as pessoas olhando para o que chama mais atenção, como tokens não fungíveis (NFTs) e avatares virtuais, mas o que realmente importa é algo mais profundo, que não parece tão legal no início, mas que realmente será importante no futuro.

Diante disso, ela projeta que “descentralizado” será a palavra do ano em 2023, com a evolução de diversas áreas, como Finanças Descentralizadas (DeFi), Redes Sociais Descentralizadas (DeSo) e uma Ciência Descentralizada (DeSci).

Porém, para um futuro ainda mais distante – mas que já está sendo desenvolvido – a biologia entra nessas questões, com estudos já em andamento de projetos que unem DNA humano com NFTs e aplicações descentralizadas.

Além do impacto na forma como as pessoas interagem, essa evolução pode ter grandes impactos na saúde de cada um. Em sua apresentação Amy mostrou ideias de “fazendas” que podem ser armazenadas em pequenos espaços, com tanques produzindo carne para toda uma população a partir de pequenos fragmentos de proteína animal. “O DNA pode ser o NFT do futuro”, conclui.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.