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As ações da Natura (NATU3) recuam forte nesta terça-feira (12), após alta de mais de 5% na véspera, quando investidores aguardavam a divulgação do balanço. A companhia reportou lucro líquido consolidado de R$ 195 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 859 milhões registrado um ano antes. Às 10h47, os papéis caíam 4,47%, cotados a R$ 8,98.
A XP avaliou que, embora a Natura tenha apresentado resultados novamente de difícil leitura, o desempenho veio melhor do que o esperado.

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Entre os principais pontos destacados pela casa estão: (i) a reclassificação da Avon International e da operação CARD (América Central) como ativos mantidos para venda; (ii) o desempenho da Natura América Latina impulsionado pelas eficiências da Onda 2; (iii) a redução significativa, trimestre a trimestre, da queima de caixa livre da Avon International; (iv) a solidez da Natura Brasil; e (v) a queda de 30% nos custos de transformação da Natura América Latina.
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Por outro lado, a XP observou que a empresa adotou uma postura mais cautelosa para os próximos meses, citando desaceleração acentuada no Brasil a partir de junho, cenário mais desafiador no México e possível desvalorização na Argentina.
No geral, a casa considera que os resultados reforçam a visão construtiva sobre a Onda 2, enquanto a reclassificação da Avon International sustenta o cenário base de desinvestimento até o fim de 2025.
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Apesar dos resultados operacionais mais fracos, o Morgan avalia positivamente a contabilização da Avon International como “mantidos para venda”, interpretando o movimento como um sinal de que os planos de desinvestimento estão avançando.
A receita da Natura &Co na América Latina recuou 2% na comparação anual, ficando 11% abaixo da estimativa do Morgan Stanley, refletindo os impactos da implementação da Onda 2 no México e na Argentina. Já a operação da Natura Brasil registrou alta de 10% no mesmo período, apesar de um desempenho mais fraco em junho.
O Morgan Stanley manteve classificação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 11,50.
O Bradesco BBI avaliou que, embora os resultados do 2º trimestre de 2025 tenham sido negativos, as mensagens mais enfáticas sobre uma possível venda da Avon podem animar os investidores. Para a casa, a indefinição sobre o futuro da Avon levou mais tempo que o esperado para ser resolvida e se tornou uma questão do tipo “mostre-me primeiro”. No entanto, diante das baixas expectativas do mercado em relação à Natura no momento, essa sinalização pode ter maior impacto sobre as ações NATU3.
Nos números do trimestre, o banco destacou decepção principalmente com a revisão para baixo da receita, refletindo vendas consolidadas fracas e ventos contrários indicados pelo desempenho de junho nas operações no Brasil, principal pilar da tese da companhia, além do consumo de caixa elevado e persistente, com dívida líquida de R$ 4 bilhões no 2T25.
Apesar disso, o BBI pondera que, do ponto de vista estrutural, uma solução para a Avon pesa mais na tese de investimento do que o resultado trimestral. Embora tenha havido um sinal sugestivo sobre a venda, ainda não há evidências concretas sobre potenciais compradores, prazos ou termos.
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O banco reforçou que, olhando para além do 3T25 — quando se espera a conclusão da implementação da Onda 2, com a Avon ainda impactando o caixa na primeira metade do trimestre —, as mensagens do 2T25 indicam boas perspectivas para a tese de desbloqueio de valor. Essa visão sustenta a recomendação de compra, desde que o resultado consolidado e o fluxo de caixa convirjam para os números da Natura Cosméticos, condição considerada essencial para uma reclassificação dos múltiplos.
Para a Ativa Investimentos, a Natura Cosméticos reportou um resultado misto. “O top line segue impactado negativamente pela marca Avon e pela Casa & Estilo, que ainda estão em processo de recuperação e seguem impactando negativamente o resultado.”