Ações da Natura (NTCO3) disparam mais de 16% e lideram alta da bolsa na véspera do balanço; veja o que esperar do resultado

Empresa deve sofrer pressão de custos por conta da inflação dos preços das matérias-primas e desaceleração de vendas por onda da ômicron

Rodrigo Petry

Loja da Natura (Divulgação)

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As ações da Natura (NTCO3) disparam 16,8% nesta quarta-feira (9), na véspera do balanço do quarto trimestre, que será divulgado nesta noite, após o fechamento do mercado, liderando as valorizações da bolsa, cotadas a R$ 24,06, às 12h45.

Segundo a Refinitiv, a Natura deverá registrar um lucro líquido de R$ 161 milhões e um resultado reportado de R$ 127,33 milhões no 4º trimestre deste ano. No mesmo intervalo de 2020, o lucro da empresa foi de R$ 175,70 milhões.

Para a receita líquida, a projeção para o 4º trimestre é de R$ 11,520 bilhões, o que representaria uma retração frente à receita de R$ 11,997 bilhões do 4T20. Já o Ebitda também deve desacelerar, com a Revinitiv projetando um resultado de R$ 1,175 bilhão, ante R$ 1,254 bilhão.

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O que esperar do balanço da Natura

Em relatório, a XP projeta um trimestre de resultados desafiadores para a Natura&Co. Entre as razões, estão as tendências macroeconômicas no Brasil que se deterioraram no 4º trimestre em relação ao 3º trimestre. Além disso, a XP destaca que ocorreram algumas iniciativas promocionais no quarto trimestre, que podem levar a uma pressão de margens no trimestre.

Adicionalmente, os surtos de ômicron devem ser um desafio para a retomada das operações internacionais (Aesop e TBS) que possuem maior exposição ao varejo físico. No mais, a corretora pontuou que o 4T20 possui uma base de comparação difícil para a operação do Brasil, dado que seu principal concorrente foi mais impactado pelas restrições do Covid no período.

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“No entanto, podemos ver alguma recuperação na base de consultoras, pois a empresa vem incentivando as mesmas a se tornarem mais ativas por meio de pedidos mínimos mais baixos, além do início da comunicação de venda cruzada entre Natura e Avon”, explicou a XP no relatórios.

Segundo a XP, os resultados de curto prazo devem ser pressionado ainda pelas iniciativas de reestruturação em curso que estão sendo postas de pé na Avon. Assim, projeta receita líquida de R$ 11,8 bilhões (+2,5% A/A), Ebitda sjustado de R$ 1 bilhão (-18% A/A) com uma margem EBITDA estável T/T.

Em relação ao resultado líquido, a projeção é de um prejuízo líquido de R$ 225 milhões, impactado por menores resultados operacionais aliados a maiores despesas financeiras com o recente aumento das taxas de juros.

Para o Itaú BBA, a Natura deverá registrar um crescimento de receita modesto e a rentabilidade deve ser pressionada devido a inflação global e ao processo de turnaround da Avon.

Nas suas projeções, o Itaú projeta uma receita de R$ 11,063 bilhões, com um Ebitda de R$ 1,142 bilhão e um lucro líquido de R$ 77 milhões.

Na avaliação do Bradesco BBI, a Natura deverá estar entre as empresas que devem mais sofrer pressão nas margens, por conta da inflação dos preços das matérias-primas.

Sobre essas pressões na rentabilidade, o BBI pontuou que já foi antecipado pela empresa durante a divulgação do 3T21, quando apresentou lucro líquido de R$ 269,6 milhões, queda de 28,6% na base anual.

Inclusive, as ações da Natura desabaram 17,5% após a divulgação do resultado do terceiro trimestre, em novembro do ano passado.

Adicionalmente, para a Natura, o BBI destaca que os investidores acompanharão de perto o crescimento no Brasil, sobretudo o desempenho de dois anos, para ver se houve evolução após a pandemia.

Por fim, o Bradesco BBI projeta uma receita de R$ 12,019 bilhões (+0,2%), com um Ebitda ajustado de R$ 1,248 bilhão (-15,9%), e margem de 10,4%, ante 12,4% de um ano antes.

Para o resultado líquido, a projeção é de um lucro líquido de R$ 116 milhões, ante R$ 177 milhões de um ano antes. Em termos ajustados, a expectativa é de ganhos de R$ 301 milhões, ante R$ 331 milhões de um ano antes.

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