Medo das criptos faz investidores não entenderem oportunidades que estão na mesa, diz especialista

Segundo Helena Margarido, head de research cripto e cofundadora da Monett, Bitcoin ainda pode ir a US$ 14 mil, mas vai sobreviver à recessão

Paulo Barros

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O Bitcoin (BTC) caiu de novo na última sexta-feira (26) e, apesar do respiro de hoje, segue rondando uma área perigosa na região dos US$ 20 mil. A criptomoeda não empolga investidores, que, em momento de incerteza, preferem alocar em produtos de renda fixa enquanto esperam por um sinal mais claro de recuo da inflação nos Estados Unidos.

No entanto, é possível que a criptomoeda volte a ganhar espaço rapidamente nas carteiras de investidores assim que o mercado comece a enxergar um potencial platô nos juros.

Segundo Helena Margarido, head de research de cripto e cofundadora da Monett, esse momento pode demorar um pouco mais para chegar, dado que alguns investidores ficaram frustrados com as últimas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. No entanto, a guinada dos investimentos em ativos conservadores para as criptos, disse ela, é certo.

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“O investidor vai olhar o quanto a renda fixa está remunerando o capital dele e quanto é a inflação, vai fazer uma conta, e vai ver que uma coisa não repõe a outra”, disse Helena em entrevista ao Cripto+, o programa semanal do InfoMoney sobre o universo cripto.

“Ele vai ter que tomar risco para tentar proteger o capital dele. No momento em que isso acontecer, vai olhar para outros ativos e vai enxergar alguns ativos de bolsa extremamente descontados, e as criptomoedas, das quais o principal expoente é o Bitcoin“, explicou a especialista.

Para Helena, “as pessoas estão com muito medo dos criptoativos para entender as oportunidades que estão na mesa”. Uma delas seria a Chainlink (LINK), praticamente o único player focado em fazer a ponte de dados do mundo real para dentro do mundo cripto. Negociada atualmente por US$ 6,48, a criptomoeda LINK está 87% abaixo do seu topo histórico, de US$ 52, alcançado em maio de 2021.

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Outro token que merece atenção segundo ela é o ETH – e não apenas pela atualização Merge. Para a head de research de cripto da Monett, o Ethereum provou até aqui ter alcançado um tamanho que dificilmente será equiparado por rivais. Diante disso, as mudanças previstas para o projeto só deverão distanciá-lo dos concorrentes.

“Todas as outras iniciativas não estão chegando nem perto do que o Ethereum já entrega hoje, dentro de um mercado que está em expansão. Ele tem oportunidade de explodir com esteroides a partir do momento que o 2.0 seja concluído”, comentou Helena, em referência ao Ethereum 2.0, conjunto de mudanças que inclui a atualização de setembro, mas deve continuar, no mínimo, até 2023.

Segundo tempo do inverno cripto

Helena relembra que o momento de alta correlação do Bitcoin e das criptos com as bolsas é uma exceção, e que logo os ativos digitais voltarão a ganhar vida própria, atingindo um nível de correlação novamente atrativo para os investidores. No entanto, um segundo tempo do “inverno” do setor ainda pode fazer o preço do BTC recuar forte.

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Para ela, o BTC já está altamente descontado considerando seu preço de mineração, mas ainda corre o risco de cair porque os investidores ainda não têm conhecimento sobre a estrutura de custos do ativo digital. Em um cenário de nova queda, a região que marcou a máxima de 2019, perto dos US$ 14 mil, seria um possível fundo do poço, apontou.

Segundo o trader Vinícius Terranova, a criptomoeda deve buscar pelo menos o último fundo em US$ 17.500 no curto prazo, e de fato tem chances de cair até a faixa dos US$ 14 mil.

“Agora é um possível fundo do Bitcoin, mas eu não acho que [de fato] vá ser. Acho que a queda vai continuar até perto dos US$ 14 ou US$ 13 mil. Se não segurar, aí haveria a chance de irmos até a região onde historicamente houve o maior volume de trades, entre US$ 10 mil e US$ 9.200”, avalia o analista gráfico.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos