Marcopolo dá férias coletivas em unidades industriais em meio à falta de componentes eletrônicos

Com duração de 20 dias na planta San Marino e 30 dias nas plantas de Ana Rech e São Mateus, as férias coletivas começam a partir de 23 de agosto

Equipe InfoMoney

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A Marcopolo (POMO4) informou nesta sexta-feira (6) que, em função da falta de determinados componentes eletrônicos associados ao seu processo produtivo, vai conceder férias coletivas em suas unidades industriais do Brasil.

Com duração de 20 dias na planta San Marino e 30 dias nas plantas de Ana Rech e São Mateus, as férias coletivas começam a partir de 23 de agosto.

De acordo com o Bradesco BBI, a notícia é negativa para a Marcopolo, já que a paralisação da produção em agosto deve ter forte impacto nos volumes do terceiro trimestre, que já devem ser impactados negativamente pelo fim das entregas do programa social “Caminho da Escola”.

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A situação de falta de componentes não é exclusiva da Marcopolo. O setor automobilístico brasileiro tem enfrentado dificuldades em conseguir semicondutores para os veículos, levando ao fechamento de fábricas da Volkswagen e da General Motors, por exemplo.

Por causa da escassez de itens eletrônicos, em sistemas de segurança, aceleração, freios e iluminação, entre outros, a indústria global de veículos deve deixar de produzir entre 2,5 milhões e 4 milhões de veículos este ano. Antes, a previsão para o total da produção era de 84 milhões de unidades.

De acordo com estudo da KPMG, a indústria automobilística global terá prejuízo de US$ 100 bilhões em 2021 por conta das paradas de produção. O valor equivale a 80% da perda total de US$ 125 bilhões projetada para os principais setores que usam chips nos produtos

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Liderança no programa Caminho da Escola

Em junho, analistas do mercado já se preocupavam com os impactos da pandemia no setor automobilístico.

Tanto que o anúncio da Marcopolo de que conquistou o direito de fornecer até 3,9 mil ônibus para a nova rodada do programa Caminho da Escola, do governo federal, não foi suficiente para reforçar o call positivo para os papéis da companhia.

Apesar de o anúncio ter sido bem recebido pelos investidores, com alta de quase 10% na Bolsa após a notícia, analistas do mercado reforçaram uma posição cautelosa com a empresa.

A avaliação do Itaú BBA e do Bradesco BBI, na época, era de que, por mais que a notícia implicasse perspectivas promissoras, os números de curto prazo ainda deveriam continuar sendo pressionados pelos setores de mobilidade e turismo (que afetam indiretamente a produção de carrocerias de ônibus), bem como custos e despesas de reestruturação.

Resultados do 2º tri decepcionam

No segundo trimestre de 2021, a Marcopolo somou lucro de R$ 203,3 milhões, alta de 3.663% na comparação anual.

O dado, contudo, não animou o mercado financeiro, levando as ações a caírem 6,05% na B3 no dia da divulgação do balanço, a R$ 2,95.

Isso porque o salto do lucro ocorreu em boa parte por conta do resultado financeiro, motivado pelos créditos por conta da exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, enquanto dados operacionais vieram, mais uma vez, fracos.

Em relatório, o Itaú BBA apontou que a segunda onda da Covid-19 impediu uma recuperação mais forte na venda de carrocerias de ônibus no segundo trimestre, tanto no Brasil quanto no exterior. No mercado nacional, as vendas de modelos voltados para fretamento foram dominantes no segmento de intermunicipais, resultando em um mix pior.

Já a margem bruta ficou pressionada devido à demanda internacional fraca e ao cenário menos favorável de câmbio. Leia mais aqui.

A despeito dos resultados operacionais considerados fracos, a Marcopolo se mostrou confiante de que a demanda será retomada entre o fim do terceiro trimestre e o início do quarto trimestre deste ano.

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