Ação da Marcopolo salta 7,7% após manter liderança no programa Caminho da Escola, mas analistas seguem cautelosos

Companhia ganhou o direito de fornecer até 3.900 ônibus (das 7.000 unidades a serem fornecidas) para a nova rodada do programa do governo federal

Lara Rizério

Marcopolo - Caminho da Escola (Divulgação: Marcopolo)

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A Marcopolo (POMO4) conquistou na manhã desta quarta-feira (23) o direito de fornecer até 3.900 ônibus (das 7.000 unidades a serem fornecidas) para a nova rodada do programa Caminho da Escola, do governo federal. O programa objetiva renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares das redes municipal, do DF e estadual de educação básica pública.

Os 3.900 ônibus representam uma participação de 56% no total dos veículos, em linha com os níveis históricos de 50%, mas abaixo dos 77% alcançados na rodada de 2019. Das 3.900 unidades,1.400 serão fornecidas pela Volare (chassis e carroceria) e as 2.500 restantes serão fornecidas junto com a MAN.

Após a notícia, os ativos POMO4 dispararam na Bolsa: os papéis subiram 7,69%, a R$ 3,50, chegando a uma máxima de 9,23%, a R$ 3,55. No ano, os papéis avançam 22%.

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Os resultados do leilão ainda precisam ser oficialmente homologados, o que deve acontecer nos próximos dias, apontam analistas de mercado, com a confirmação oficial ainda pendente da apresentação dos documentos necessários pelas empresas vencedoras. As entregas dos novos ônibus devem ser entregues em 12 meses, a partir do primeiro trimestre de 2021.

O Bradesco BBI destacou que a notícia é positiva para a Marcopolo. Os analistas ainda destacam que, supondo que o resultado deste leilão seja confirmado, o programa “Caminho para a Escola” adicionará R$ 1,3 bilhão em receita para a companhia.

“No entanto, embora a ação tenha subido fortemente no intraday, estamos mantendo nossa recomendação underperform, pois o programa já foi incorporado ao nosso modelo de avaliação e continuamos esperando pedidos fracos de ônibus urbanos”, afirma o BBI. O preço-alvo para a ação POMO4 é de R$ 2,50, uma queda de 28,5% em relação ao fechamento desta quarta.

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Já o Itaú BBA mantém recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) para a ação no momento, com preço-alvo de R$ 3,20 para 2021, o que configura um valor 8,57% menor frente o fechamento desta quarta.

“Embora essa certamente seja uma notícia positiva e as perspectivas pareçam mais promissoras, nossas projeções atuais não implicam necessariamente em múltiplos muito atrativos. Os números de curto prazo provavelmente continuarão a ser pressionados pelos setores de mobilidade e turismo (que afetam indiretamente a produção de carrocerias de ônibus) e custos/ despesas de reestruturação. Pelo lado positivo, embora se espere que uma recuperação total dos volumes leve algum tempo, ela pode ser acompanhada por uma estrutura mais enxuta e eficiente, provavelmente tornando 2022 um bom ano para a empresa”, apontam os analistas do BBA.

Eles ainda ressaltam que o endividamento não é uma preocupação e o retorno sobre o capital investido (ROIC, na sigla em inglês) e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) tendem a melhorar à medida que os resultados operacionais voltem aos trilhos.

De acordo com dados compilados pela Refinitiv com casas que cobrem o papel, duas delas possuem recomendação de compra, quatro possuem recomendação neutra e três têm recomendação de venda. O preço-alvo médio é de R$ 3,17, queda de 9,43% em relação ao fechamento.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.