Itaú (ITUB4) divulgará resultados do 2º trimestre hoje: o que esperar?

Saiba o que os analistas projetam para lucro, receitas, retorno sobre patrimônio e inadimplência do "bancão"

Mitchel Diniz

Publicidade

O Itaú (ITUB4) é o terceiro grande banco listado na Bolsa a reportar resultados do segundo trimestre de 2023. Os números serão divulgados após o fechamento do pregão desta segunda-feira (7) e as expectativas, mais uma vez, são positivas. Os analistas preveem mais um período de forte crescimento de lucro por ação entre os “bancões”, amparado por maiores receitas financeiras.

“O Itaú mantém seu balanço sólido, com uma qualidade de carteira invejável aos pares privados incumbentes, vindo do seu mix mais elevado que os competidores ao público de alta renda”, diz a equipe de análise do Inter.

Leia mais:

Continua depois da publicidade

O consenso Refinitiv prevê lucro líquido de R$ 8,652 bilhões no segundo trimestre, cifra 12,67% maior que a registrada um ano antes e 2,57% superior a dos três primeiros meses de 2023.

“Esperamos por mais um trimestre consecutivo que o Itaú Unibanco apresente crescimento de dois dígitos em sua carteira de crédito, impulsionado pelas linhas relacionadas ao consumo”, escreveram os analistas da XP.

A casa prevê um aumento apenas marginal da inadimplência, para 3,5%, nível considerado ainda saudável. O índice de cobertura deve ficar em 217%.

Continua depois da publicidade

“Isso reforça a solidez de seu balanço e reduz o risco de um aumento abrupto do provisionamento pressionar seus resultados no curto prazo”, escreveram os analistas. Segundo eles, o ROE do Itaú deve ficar estável em 20% no trimestre.

Essa também é a previsão do Goldman Sachs para o retorno sobre patrimônio do Itaú. Os analistas esperam ainda um crescimento moderado da carteira de empréstimos do banco, da ordem de 7% em bases anuais e de 1% na comparação trimestral. Ainda que a margem financeira do banco siga crescendo, é possível que apresente alguma perda de tração.

O Goldman acredita que o Itaú deve continuar entregando retornos acima dos seus pares. Calcula que a margem financeira do banco tenha crescido 13% ano a ano, para R$ 25,538 bilhões, mas acredita que esse crescimento comece a dar sinais de desaceleração. As provisões do banco devem ficar em R$ 9,2 bilhões, 3% acima do registrado no trimestre anterior e 22% maior que a de um ano antes. Ainda assim, os índices de inadimplência do banco devem seguir estáveis.

Continua depois da publicidade

“As taxas podem melhorar de um primeiro trimestre sazonalmente mais fraco, ainda que o mercado de capitais continue sendo um vento contrário”, escreveram os analistas, que também esperam por um crescimento de despesas operacionais sob controle.

Saiba mais:

Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2023 da Bolsa brasileira

Continua depois da publicidade

O que esperar da temporada de resultados do 2º trimestre? Confira ações e setores para ficar de olho

O Credit Suisse acredita que o banco vai constituir mais capital que os seus pares, com payout mais baixo e ROE em alta. “Isso deve abrir espaço para discussões em torno de um excesso de capital em meio a um cenário de crédito conservador, em função de um consumidor mais alavancado”, afirmam os analistas. Segundo eles, há chances de que o payout – a parte dos lucros que é distribuída aos acionistas – aumente no segundo semestre do ano.

O banco suíço prevê crescimento de 14,3% nas receitas financeiras do Itaú e provisionamento na casa de US$  9,55 bilhões. A taxa de inadimplência deve ir a 3,3%.

Continua depois da publicidade

O Santander espera que o Itaú reporte mais um trimestre de resultados saudáveis. A casa prevê lucro líquido de R$ 8,734 bilhões, com o respaldo de índices de inadimplência sob controle. Na visão dos analistas, a inadimplência do banco atingiu seu pico no primeiro trimestre de 2023 e isso deve resultar em índices estáveis no segundo trimestre.

“Por outro lado, estimamos aumento nas provisões mais uma vez, já que a base de comparação do ano passado foi mais fraca”, dizem os analistas, acreditando que há chances de normalização na parte de atacado, impactada pela Americanas (AMER3) nos últimos trimestres.

Os analistas do Santander também preveem um crescimento positivo de receitas, o que deve compensar a desaceleração do crescimento de carteira.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados