Itaú (ITUB4): analistas destacam solidez de margens, mas atenção para qualidade de ativos; ação fecha em alta de 2,6%

A margem financeira do banco foi amparada por uma maior receita com juros, vinda de produtos como cartão de crédito e empréstimo pessoal

Mitchel Diniz

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Os resultados do Itaú (ITUB4) no segundo trimestre vieram acima do esperado pelo consenso do mercado e, diante de uma revisão de guidance, as casas de análise também estão revendo suas projeções. Após a divulgação dos números, os analistas destacaram as melhores margens financeiras do banco em relação aos seus competidores, mas também fazem uma ressalva quanto à qualidade dos ativos que ampararam esse crescimento em segmentos como cartões de crédito e empréstimos pessoais.

“O crescimento da carteira, combinado com o aumento das taxas de juros beneficiou a margem com clientes e levou a um forte NII [receita com juros] de R$ 22,6 bilhões, acima da nossa estimativa”, destacam os analistas da XP. A casa manteve recomendação de compra para ITUB4, após o resultado, com preço-alvo de R$ 31.

O Credit Suisse observa que o Itaú teve desempenho superior ao de seus pares no segundo trimestre. A casa afirma que o resultado aponta um ambiente de margens líquidas fortes para o banco. “Achamos interessante ver a habilidade do banco em crescer no crédito ao varejo com qualidade”, diz a análise do Credit.

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As ações ITUB4 reagiram bem ao balanço, fechando com ganhos de 2,61%, a R$ 25,90.

Ainda que as provisões do Itaú tenham sido revisadas no guidance para 2022 (de R$ 25 bilhões a R$ 29 bilhões para R$ 28 bilhões a R$ 31 bilhões), os analistas apontam que o custo de risco líquido ficou em níveis inalterados.

O Credit Suisse prevê que o Itaú encerrará o ano com lucro líquido gerencial de R$ 31,1 bilhões. “Reiteramos nossa avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para Itaú Unibanco, que permanece um top pick, assim como Banco do Brasil (BBAS3), diz a análise. O preço-alvo da casa para ITUB4  é R$ 30.

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Já o Goldman Sachs mantém avaliação neutra sobre o papel, com preço-alvo de R$ 25. O resultado do Itaú no segundo trimestre ficou abaixo do esperado pelo banco – o Goldman projetava lucro líquido recorrente de R$ 7,755 bilhões. Mesmo assim, os analistas esperam uma reação positiva do mercado à revisão do guidance da companhia.

Na avaliação do Goldman, o Itaú apresentou receitas sólidas, graças a melhores margens líquidas com clientes. O banco acompanhou a mudança de guidance da instituição financeira e revisou suas projeções. Agora, o Goldman Sachs prevê que o Itaú encerre 2022 com lucro líquido recorrente entre R$ 28,3 bilhões e R$ 35,7 bilhões e retorno sobre patrimônio líquido entre 19,3% e 23,9%.

O JP Morgan classificou como “impressionante” o fato do Itaú ter conseguido manter as margens líquidas com mercado no terreno positivo, em R$ 650 milhões. Tanto o Bradesco quanto o Santander registraram perdas nessa linha do balanço.

“No lado da qualidade de ativos, o Itaú também se saiu melhor que os seus pares, com a taxa de inadimplência de 90 dias piorando apenas 10 pontos-base”, escreveram os analistas do JP. O volume de renegociações, por sua vez, foi inferior ao dos seus concorrentes.

Contudo, o JP Morgan afirma que o crescimento de empréstimos em produtos de risco, como cartões de crédito e empréstimos pessoas, pode se tornar uma preocupação se não houver uma desaceleração.

O JPMorgan tem classificação overweight (exposição acima da média do mercado) para ITUB4 e preço-alvo de R$ 25,24.

Na avaliação do Bradesco BBI, as melhores margens financeiras com clientes compensaram um maior custo de risco. “No lado negativo, destacamos um crescimento relevante com custos de provisões diante de uma deterioração na qualidade de ativos para indivíduos”, escreveram os analistas.

Segundo eles, o Itaú apresentou um trimestre “decente”, com tendências sólidas. O principal destaque, para o BBI, foi a revisão do guidance da companhia, que levou o mercado a rever, para cima, suas expectativas. “Contudo, notamos que provisões mais altas poderiam acender uma luz amarela sobre preocupações com a qualidade dos ativos, especialmente considerando o ritmo de crescimento em linhas mais arriscadas”, diz o relatório do BBI.

A casa mantém avaliação outperform para ITUB4, justificando que o papel é negociado com valuation atrativo, e tem preço-alvo de R$ 32 para a ação.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados