IRB (IRBR3): analistas veem mais um trimestre difícil e reiteram cautela com companhia; ação cai quase 6%

Negócios seguiram impactados pelos negócios descontinuados, em que a companhia deixou de operar, mas que permanecem no balanço.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ainda um cenário desafiador para a companhia e que inspira cautela entre os analistas, o IRB (IRBR3) vê as suas ações caírem após o resultado do terceiro trimestre de 2021, em que registrou queda de 27,8% no prejuízo líquido. Com isso, as ações IRBR3 fecharam em queda de 5,79%, a R$ 4,72.

As perdas foram R$ 155,7 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante dado negativo de R$ 215,6 milhões de um ano atrás, devido a sinistros (que são as indenizações que a empresa precisa pagar pela cobertura dos seguros), muito elevados. A empresa informou ainda que, na visão recorrente, registrou lucro líquido de R$ 44,5 milhões.

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Em relatório, assinado pelo Marcelo Telles, Daniel Vaz e Bruna Amorim, o Credit Suisse destacou que o ressegurador teve mais um “trimestre difícil”.

O banco vê os resultados como negativos para as ações devido à deterioração do índice de sinistralidade para 119,3%, levando a resultados de subscrição negativos e a um prejuízo líquido recorrente de R$ 285 milhões, abaixo do segundo trimestre de 2021 e do terceiro trimestre de 2020.

Houve uma baixa de 12,4% nos prêmios totais (receita), a R$ 2,6 bilhões, principalmente nos negócios da companhia no exterior.

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O prêmio efetivamente teve alta de 8,1%, para R$ 1,7 bilhão, com o menor volume de operações cedidas, mas houve um avanço de 33,9% nos sinistros, para R$ 1,992 bilhão no terceiro trimestre.

Segundo o IRB, “as provisões de sinistros a liquidar cresceram por conta do reconhecimento de sinistro de contrato descontinuado no segmento de vida no exterior”.

Para os analistas do Safra, a boa notícia foi a geração de caixa positiva e forte no trimestre, para R$ 605 milhões, cerca de 2 vezes maior que no trimestre anterior.

Contudo, a ainda inconsistência no lucro traz incertezas sobre a velocidade de recuperação do ressegurador, já que aparentemente as perdas com contratos em descontinuidade parece mais longa do que os analistas da casa esperavam anteriormente.

Já os analistas do Credit avaliaram ainda que o terceiro trimestre não reflete ainda o impacto de maiores perdas na parte rural em função da safra de inverno e que deve ter algum impacto também no quarto trimestre deste ano.

Eles avaliaram ainda que os resultados financeiros tiveram uma contribuição bastante em linha com o segundo trimestre e abaixo das expectativas do banco suíço, enquanto que o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 4%, considerado fraco.

Assim, o Credit reiterou recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado, ou equivalente à venda) com preço-alvo de R$ 5 por ação, praticamente estável em relação ao fechamento da véspera, de R$ 5,01.

Já o Safra segue com recomendação neutra para os papéis com preço-alvo de R$ 7,80 (ainda um upside expressivo de 56%). “esperando ver números melhores à frente para mudar a visão” sobre a companhia.

A cautela se destaca entre as casas de análise que cobrem o papel: de acordo com compilação da Refinitiv, de 8 casas que cobrem o ativo, 1 recomenda compra, 3 recomendação manutenção e 4 recomendam venda. O preço-alvo médio, por sua vez, é de R$ 6,56, ainda uma alta de 31% em relação ao fechamento de quinta-feira.

Recentemente, contudo, a tese de investimentos da companhia foi ganhando defensores, como o megainvestidor Luiz Barsi, que tem reiterado o otimismo com a ação no longo prazo, levando em conta o patamar atrativo dos ativos, na sua visão, além do processo de reestruturação da companhia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.