Infracommerce (IFCM3): ação cai 13%, mas analistas veem pontos positivos no balanço

Com perda de valor do peso argentino, receitas cresceram apenas 2,6% e impactaram resultados, mas analistas reiteraram visão positiva

Ana Paula Ribeiro

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A Infracommerce (IFCM3), especializada em soluções para comércio eletrônico, a apresentou melhora em seus resultados no quarto trimestre, mas a desvalorização do câmbio argentino pressionou as receitas. As ações da companhia fecharam com queda de 13,33%, a R$ 1,04. Na mínima do dia, os papéis chegaram a R$ 0,96, negociando a menos de R$ 1, com queda de 20%.

A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 110,2 milhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 54% em relação a igual período do ano anterior. A receita líquida subiu 2,6%, para R$ 268,5 milhões. Segundo a Infracommerce, a desvalorização do peso argentino contribuiu com um efeito negativo de R$ 60 milhões. Sem considerar esse efeito, o crescimento teria sido de 25,5%.

Apesar da queda no pregão desta quarta-feira, analistas interpretaram o resultado como misto e reforçam perspectiva favorável para o papel.

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O BTG Pactual destacou que apesar de o resultado ter sido afetado pela desvalorização cambial no país vizinho a empresa mostrou um melhor controle de custos. Além disso, destaca o crescimento das receitas (excluindo Argentina) na América Latina devido à aquisição da Ecomsur, mas registrou despesas financeiras elevadas que afetaram o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).


“O Ebitda ajustado, conforme reportado pela empresa, totalizou R$64 milhões (crescendo 49% a/a e um pouco abaixo do 3T). Mas, se considerarmos as despesas financeiras relacionadas a antecipações de recebíveis de R$ 52,3 milhões no trimestre (que vieram muito acima do esperado), o Ebitda foi na verdade de R$11,7 milhões, ante R$ 30,7 milhões no último trimestre”, conforme relatório.

O destaque positivo foi o Capex (investimentos) de R$ 8,4 milhões, inferior aos R$ 23 milhões do trimestre anterior, indicando que a empresa está atenta aos custos. A dívida líquida passou de R$ 690 milhões no terceiro trimestre para R$ 364,2 milhões no último trimestre do ano passado. Esse recuo está relaciono ao follow-on feito pela companhia no final do ano passado, em que parte dos recursos foi utilizada para reforçar a estrutura de capital.

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O BTG afirmou que está mais otimista para a tese de investimento, mas os riscos de execução tendo como principais preocupações a estrutura de capital e a queima de caixa.

O Itaú BBA também destacou a redução dos investimentos, porque isso permitiu uma melhora no resultado operacional (Ebitda). Os analistas ainda viram como positivo a redução do endividamento medido pela relação dívida líquida/Ebitda. A alavancagem passou de 3,3 vezes no terceiro trimestre para 1,5 vez no quarto trimestre.

“Embora a impressão do quarto trimestre nos deixe com uma percepção neutra, principalmente devido ao impacto negativo da Argentina na receita (…), as margens sólidas combinadas com um forte controle de Capex reforçam nossa visão de que a estratégia da empresa de entregar um fluxo de caixa livre positivo permanece intacta”, explicaram.

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O Itaú BBA recomenda compra para o papel, com preço-alvo de R$ 3 ao final do ano, um potencial de valorização de 150% em relação ao fechamento da terça-feira, antes da divulgação dos resultados.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney