Índice de ADRs fecha em alta de 1,5% em NY puxado por commodities, o que indica quarta-feira positiva na B3

Apesar dos índices americanos terem perdido força ao longo do pregão o otimismo do investidor estrangeiro com as companhias brasileiras persistiu

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – Os ADRs, na prática as ações de empresas brasileiras negociadas na bolsa de Nova York, fecharam em alta nesta terça-feira (16), indicando que amanhã o Ibovespa deve subir, uma vez que os preços dos ADRs são atrelados à cotação dos seus ativos correspondentes na B3.

Hoje, o índice Dow Jones Brazil Titans subiu 1,46% a 19.016 pontos e o ETF (um tipo de fundo passivo negociado em bolsa) EWZ iShares MSCI Brazil Capped registrou alta de 0,56% a US$ 36,23.

Dentre os principais ADRs brasileiros, Petrobras avançou 1,42% a US$ 10,70, Vale teve ganhos de 3,03% a US$ 18,03, Itaú Unibanco registrou leve ganho de 0,19% a US$ 5,18 e Bradesco teve alta de 0,64% a US$ 4,72.

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Esse dia positivo para os ADRs de empresas ligadas a commodities refletiu a valorização dessas mercadorias no âmbito internacional. O barril do petróleo tipo Brent – usado como referência pela Petrobras – subiu 0,3% a US$ 63,48, enquanto o barril do petróleo WTI avançou 1,23% a US$ 60,19.

Segundo a Reuters, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) devem aliviar as restrições à oferta devido ao aumento dos preços desde abril do ano passado, mas qualquer incremento será modesto, pois a dificuldade em se combater a pandemia de coronavírus segue como uma fonte de preocupação para os países que são membros do bloco.

Os futuros do minério de ferro não foram negociados porque as bolsas chinesas estão fechadas pelo feriado de Ano-Novo Lunar.

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Entretanto, o índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou alta nesta terça após a agência internacional de notícias Reuters reportar recordes de bilheteria em cinemas na semana de 11 de fevereiro, em mais um indicador da volta da normalidade após os piores momentos da pandemia. Ações das redes de cinema IMAX China e Alibaba Pictures tiveram altas de mais de 30%.

No radar internacional, as bolsas dos EUA encerraram entre perdas e ganhos, sucumbindo a uma correção depois de baterem máximas históricas na semana passada. O índice Dow Jones subiu 0,2% a 31.522 pontos, ao passo que o S&P 500 ficou próximo da estabilidade, com leve variação negativa de 0,06% a 3.932 pontos e o Nasdaq caiu 0,34% a 14.047 pontos.

Um dos motivos para o desempenho misto de Wall Street foi o salto de nove pontos-base no treasurie (título público do governo dos EUA) de 10 anos a 1,3%, maior valor desde fevereiro de 2020. Como esses títulos são considerados os ativos mais seguros do mundo há preocupação de que esse avanço torne o mercado de ações menos atrativo.

Também causou má impressão o artigo publicado pelo Federal Reserve de São Francisco destacando que o fechamento de escolas devido ao coronavírus pode atrapalhar o crescimento da maior economia do mundo a longo prazo ao reduzir o número de trabalhadores com ensino superior e aumentar a quantidade de desistentes do ensino médio.

Apesar disso, continuou no radar a queda do índice CBOE (Chicago Board Options Exchange) de Volatilidade, que mede a expectativa de volatilidade do mercado com base em cálculos realizados pela CBOE a partir de papéis listados no índice S&P 500. Ele é usado como referência para medir o otimismo ou temor dos investidores.

Em 16 de março de 2020, nos primeiros momentos do recrudescimento da pandemia, o índice chegou a 82,69 pontos no fechamento. Na última sexta (12), ficou abaixo de 20 pontos, antes de fechar em 21,13.

O comentarista da rede americana de notícias CNBC escreveu que a queda abaixo do patamar de 20 pontos indica que “o medo está deixando o mercado”, e que esse fenômeno pode ser seguido por uma forte alta das bolsas.

Na Europa, as bolsas fecharam perto da estabilidade com as altas de papéis de mineração e bancos sendo ofuscada pelas quedas de ações de companhias de outros setores em um dia marcado por uma bateria de dados no continente.

O índice ZEW de percepção econômica da zona do euro veio em 69,6 pontos, acima do patamar anterior, de 58,3 pontos.

Já os empregos na região tiveram um aumento de 0,3% no quarto trimestre, frente à alta de 1% no trimestre anterior. No ano de 2020, houve queda de 2% na ocupação, menos que os 2,3% da medição anterior.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, por sua vez, recuou 0,6% no quarto trimestre de 2020 frente às expectativas dos economistas em queda de 0,7%. Na comparação anual, o PIB recuou 5%, quase em linha com as projeções de retração de 5,1%.

Por fim, na Alemanha, o Zew subiu a 71,2 pontos em fevereiro. O resultado surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda do indicador a 59,8 pontos, e sugere que a confiança na maior economia europeia melhorou fortemente neste mês.

Vale lembrar que a B3 esteve fechada hoje e ontem por conta do recesso bancário de Carnaval e só volta a ter negociações na quarta-feira (16) a partir das 13h.

Noticiário doméstico

Segundo reportagem do jornal O Globo, parlamentares da oposição e mesmo de siglas que compõem o chamado Centrão, debatem como agir frente a quatro decretos editados na sexta-feira (12) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para flexibilizar as regras para compra e uso de armas no país sem passar pelo Congresso.

A reação aos decretos será um teste sobre a base de apoio cortejada pelo presidente com promessas de emendas e cargos para eleger o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), como presidente da Câmara dos Deputados no lugar de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fazia oposição a Bolsonaro. Segundo o jornal, deputados de siglas como PL e PSD, as duas maiores do centrão, além do MDB, já se manifestaram de forma contrária aos decretos.

Além disso, na segunda (15), o presidente Jair Bolsonaro criticou, em vídeo transmitido via redes sociais pelo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Facebook, e defendeu o aumento da tributação das redes sociais, além da retirada de circulação de jornais.

“Com todo o respeito (…) eu sou qualquer um do povo: proibir anexar imagens a título de proteger fake news. O certo é tirar de circulação -não vou fazer isso, porque sou democrata- tirar de circulação Globo, Folha de S. Paulo, Estadão, Antagonista, fábricas de fake news (…) Agora deixa o povo se libertar, porque tem liberdade. Logicamente que se alguém extrapolar alguma coisa, tem a Justiça para recorrer. Agora o Facebook bloquear à população é inacreditável. E não há uma reação da própria mídia, ela se cala. Falam tanto da liberdade de expressão para eles em grande parte mentir com matérias. Agora para a população é uma censura que não se admite”

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.