Ibovespa sobe mais de 2% e tem saldo semanal positivo; dólar recua para R$ 5,14 e perde 0,73% na semana

Ações de commodities e consumo ajudaram na recuperação da Bolsa brasileira durante o pregão de hoje

Mitchel Diniz

(Shutterstock)

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O Ibovespa terminou a sessão desta sexta-feira (9) com uma alta expressiva, tendo uma série de fatores favoráveis ao desempenho do índice. O índice de referência da B3 acompanhou a alta das Bolsas em Nova York e também foi impulsionado por ações de peso, que ganharam fôlego com a valorização das commodities no mercado internacional. Assim, a Bolsa termina não só o dia, mas também a semana com um saldo positivo.

Foi uma semana mais curta com dois feriados importantes e liquidez abaixo da média. Na segunda-feira (5), as Bolsas em Nova York não abriram em função do Dia do Trabalho. Por aqui, a B3 não funcionou na quarta-feira (7), com as comemorações do Dia da Independência. Mas os últimos dias também foram atribulados, com a notícia de corte de fornecimento de gás para a Europa pela estatal russa Gazprom, uma série de indicadores econômicos e novos discursos de dirigentes do Federal Reserve sobre o combate à inflação nos Estados Unidos.

“Fazia duas semanas que víamos um pessimismo no mercado porque o Fed tem mantido um discurso hawkish de que a inflação americana não está nem perto de ser controlada e os juros devem subir sim, de forma mais rigorosa. Esse continua sendo o tom dos mercados e o que vimos hoje foi mais uma correção dessas duas últimas semanas”, avalia Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.

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Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 2,17%, aos 112.300 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 24,42 bilhões. Na semana, o índice acumulou alta de 1,3%.

Dentre as ações de maior peso da carteira, destaque para os papéis da Vale (VALE3), que subiu 7,81% e fechou entre as maiores altas do índice. O papel refletiu a valorização do minério de ferro, que subiu quase 4% hoje na Bolsa chinesa de Dalian, depois que Pequim sinalizou com novas medidas de estímulo à economia. Siderúrgicas também foram destaque e CSN (CSNA3) foi a segunda maior alta do Ibovespa, subindo 8,87%.

O petróleo também subiu hoje no mercado internacional, mas não conseguiu dar fôlego à Petrobras (PETR3;PETR4), que fechou com ligeira baixa no pregão de hoje.

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“A Petrobras tem uma questão eleitoral que talvez esteja segurando o papel, mesmo com petróleo em alta”, afirma Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria. Segundo ele, estatais tendem a sofrer mais agora, com as eleições presidenciais se aproximando.

Ações do setor de consumo e serviços também lideraram os ganhos da Bolsa brasileira hoje. Os papéis reagiram à perspectiva de inflação mais baixa, após o IPCA de agosto apresentar deflação pelo segundo mês consecutivo. Americanas (AMER3) foi a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 9,31%. Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) também entraram no top 5, avançando 7,58% e 7,35%, respectivamente

Os juros futuros recuaram com a expectativa de afrouxamento do ciclo monetário. No after hours, os juros DIF25 e DIF27 recuavam 8 pontos, pra 11,66% e 11,31% respectivamente. O DIF29 caía 7 pontos para 11,42%.

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Já o dólar comercial fechou o dia em baixa de 1,13%, a R$ 5,147 na compra e R$ 5,148 na venda. Na semana, a moeda americana acumula queda de 0,73%.

As Bolsas em Nova York também fecharam o dia e a semana no terreno positivo. O Dow Jones avançou 1,19%, a 32.151 pontos, acumulando alta de 2,84% na semana. O S&P500 teve alta de 1,53%, a 4.067 pontos, e valorização semanal de 3,83%. A Nasdaq subiu 2,11%, a 12.112 pontos, com saldo positivo de 4,22% na semana.

O destaque na agenda americana da semana que vem é o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), a ser divulgado na terça-feira 13. “É a última peça do quebra cabeça para a gente conseguir ter uma leitura mais completa do cenário americano de inflação. Aqui no Brasil, continuam repercutindo os assuntos políticos que tomam mais o noticiário do que formam o preço [na Bolsa]. Acredito que o mercado já tenha precificado o primeiro turno e o segundo [das eleições]”, conclui Espinhel.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados