Ibovespa sobe após teste bem-sucedido de vacina da Moderna e dados fortes de economias asiáticas; dólar cai a R$ 5,41

Mercado mostra ganhos em meio a bateria de notícias positivas no campo internacional

Ricardo Bomfim

(Austin Distel/Unsplash)

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (16) impulsionado por dados fortes da China e pelo anúncio da farmacêutica Moderna de que sua vacina contra o coronavírus tem mais de 94% de eficácia, acima dos 90% da profilaxia da Pfizer e da BioNTech. Vale lembrar que hoje é dia de vencimento de opções sobre ações, o que deve adicionar volatilidade à Bolsa.

Na Ásia, a China registrou um crescimento de 6,9% na sua produção industrial na base de comparação anual, número acima dos 6,5% projetados pelo Wall Street Journal. Ainda no continente, o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão avançou 5% no terceiro trimestre, o primeiro crescimento em quatro trimestres e a maior expansão desde 1980, período em que há dados comparáveis.

Também houve a assinatura da Parceria Econômica Regional Compreensiva entre 15 países asiáticos. É o maior acordo comercial do mundo, com uma população de 2,2 bilhões de pessoas e cerca de 30% do PIB mundial.

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Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump chegou a admitir que o democrata Joe Biden havia vencido as eleições, embora ainda sustentasse as acusações de fraude nas urnas. No entanto, Trump voltou atrás e disse que seu tuíte anterior não significava uma desistência.

A equipe do presidente eleito, Joe Biden, negou a possibilidade de um novo lockdown diante do avanço da segunda onda da pandemia nos EUA. Isso acalmou investidores que temiam uma postura mais dura do democrata, grande crítico da condução de Trump na crise.

Lá, segue o rali das ações de empresas que sofreram com o coronavírus e agora atraem compras nas apostas de que sairá logo uma vacina eficaz e de distribuição global contra a Covid-19. Os papéis da United Airlines subiam 4% em Nova York.

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Já por aqui, as eleições municipais ficaram marcadas pela vitória do DEM e pela derrota dos candidatos apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Às 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,79%, aos 105.549 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial cai 1,02% a R$ 5,418 na compra e a R$ 5,419 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava baixa de 0,63%, a R$ 5,428.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai cinco pontos-base a 3,29%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de quatro pontos-base a 4,88%, o DI para janeiro de 2025 recua cinco pontos-base a 6,63% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de cinco pontos-base a 7,38%.

Entre os indicadores, os economistas do mercado financeiro esperam uma queda menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, mostrou o Relatório Focus do Banco Central. De -4,8% na semana passada, agora os especialistas projetam uma contração de 4,66% na atividade econômica brasileira. Para 2021 a mediana das expectativas se manteve em um crescimento de 3,31%.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as expectativas foram elevadas de um aumento de 3,2% em 2020 para uma expansão maior, de 3,25% para este ano. Já para 2021 as estimativas são de que o IPCA suba a 3,22%, contra os 3,17% projetados na semana passada.

Em relação ao dólar a mediana das projeções caiu de R$ 5,45 para R$ 5,41 para o final de 2020. Para 2021 essas estimativas se mantiveram em R$ 5,20.

Por fim, para a taxa básica de juros, Selic, as expectativas mantiveram-se em 2,00% ao ano para 2020 e em 2,75% ao ano para 2021.

Eleições municipais

A eleição municipal de domingo foi marcada por um grande número de abstenções. Segundo o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, o índice de abstenção no primeiro turno atingiu a marca de 23,1%. Em 2016, a abstenção fora de 17,58%.

Em 2012, de 16,41%. Em 14 capitais, a abstenção chegou a 25%. Na disputa presidencial de 2018, a abstenção no primeiro turno foram de 20,33%. Barroso acredita que o índice foi impulsionado pelo temor de contaminação pela covid.

Sete capitais já escolheram seus prefeitos no primeiro turno. Alexandre Kalil (Belo Horizonte, PSD), Marquinhos Trad (Campo Grande, PSD), Rafael Greca (Curitiba, DEM), Gean Loureiro (Florianópolis, DEM), Álvaro Dias (Natal, PSDB), Cinthia Ribeiro (Palma, PSDB), se reelegeram; em Salvador, Bruno Reis (DEM), foi eleito.

No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), atual prefeito, vai disputará o segundo turno com Eduardo Paes (DEM); em São Paulo, a disputa é entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL); Em Porto Alegre, a disputa será entre Sebastião Melo (MDB) e Manuela d’Ávila (PCdoB). Veja a lista completa de resultados aqui.

De 13 candidatos a prefeito apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nove já estão fora do pleito, outros dois foram eleitos, e mais dois disputam o segundo turno.

Seu filho, Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi reeleito como vereador no Rio de Janeiro, mas com 35 mil votos a menos do que na eleição de 2016, quando foi campeão do estado. Ele ficou em segundo lugar, atrás de Tarcisio Motta (PSOL).

Investidores acompanham com atenção as chances de retomada da agenda do governo após o 1º turno das eleições municipais.

Sinais de aceleração da Covid no Brasil

Segundo dados da Info Tracker, uma ferramenta desenvolvida por pesquisadores de Unesp e USP que monitora o avanço da pandemia em São Paulo, entre 7 e 13 de novembro houve alta de 9% nas internações em hospitais de São Paulo.

Na Baixada Santista, a alta foi de 23%. Na região norte da Grande SP, a alta foi de 37%. Os dados são obtidos em boletins epidemiológicos municipais, e processados por meio de modelagem matemática e inteligência artificial.

Na semana passada, o noticiário acompanhou informações de que o número de contaminações vinha crescendo em hospitais particulares, em diferentes proporções.

Os dados divulgados pelo Info Tracker podem ser um sinal de aceleração do número de novos casos de covid. “Não é uma pequena oscilação. É uma alta consolidada, que envolve uma análise desde agosto. Pode ser um indício de que vamos acabar emendando [uma onda da Covid com a outra]”, afirmou no domingo (15) à Folha Wallace Casaca, professor da Unesp e pesquisador do CeMEAI-USP (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

Segundo dados coletados pelo consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registrou entre sábado e domingo 138 novas mortes relacionadas à covid-19, totalizando 165.811. Treze estados e o Distrito Federal apresentaram tendência de aceleração na média de mortes. Cinco tiveram tendência de queda, e outros oito permaneceram estáveis.

Foram contabilizados 12.489 novos casos no período. Esses dados não incluem Minas Gerais, que não atualizou as informações da pandemia até as 20h de domingo.

Radar corporativo

Na sexta-feira, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários decidiu que fundadores da empresa de software Linx SA poderão votar na assembleia de acionistas que decidirá, na terça (17), sobre uma oferta de aquisição feita pela StoneCo Ltd.

A decisão do colegiado reverteu uma decisão anterior tomada em outubro pela superintendência de relações com empresas da CVM que determinava que os três fundadores da Linx, incluindo o presidente Alberto Menache, não poderiam votar.

O grupo de energia e infraestrutura Cosan informou na sexta que o líquido somou R$ 303,8 milhões no terceiro trimestre, recuo de 62,9% em base anual. O lucro ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes, foi de R$ 272,8 milhões, recuo de 43,7% na mesma comparação.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia (Ebidta) em base ajustada foi de R$ 1,7 bilhão, aumento de 6,2% frente ao mesmo trimestre de 2019.

A elétrica estatal mineira Cemig registrou um lucro líquido de R$ 545,4 no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de quase R$ 282 milhões do mesmo período do ano anterior.

Segundo a concessionária CCR, o tráfego de veículos em estradas sob sua concessão entre 6 e 12 de novembro foi 2,3% maior do que em igual período de 2019, em bases comparáveis. A CCR administra o Sistema Anhanguera/Bandeirantes, que liga a capital paulista ao interior do Estado, e a Via Dutra, principal ligação terrestre entre Rio de Janeiro e São Paulo.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.