Ibovespa sobe 1,31% e volta a superar 128 mil pontos, com impulso de Vale e siderúrgicas

Notícias ligadas ao mercado interno também ajudaram na alta

Vitor Azevedo

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O Ibovespa subiu 1,31% nesta terça-feira (23), aos 128.262 pontos, auxiliado, principalmente, pelas ações da Vale (VALE3) e da siderúrgicas. 

As ações ordinárias da mineradora, com peso relevante no Ibovespa, ganharam 2,06% e as da CSN (CSNA3), 1,69%. Os ganhos seguem o alta do minério, com o contrato de maio da commodity mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,42%, a 965,5 iuanes (US$ 134,70) a tonelada, no nível mais alto desde 12 de janeiro. Os impulsos vêm após a notícia de que a China fará novos estímulos.

De acordo com a mídia estatal CCTV, a China tomará medidas mais enérgicas e eficazes para apoiar a confiança do mercado, informou a na segunda-feira, citando uma reunião do gabinete, após uma queda no mercado acionário chinês.

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“A China pretende soltar um pacote de até US$ 280 bilhões para ajudar o mercado financeiro no país, que cai há três anos seguidos. Isso está refletindo positivamente, principalmente, nas commodities metálicas, e ajudando as ações do setor aqui na nossa bolsa”, explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. 

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, menciona também que o anúncio ajudou a puxar os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), que subiram 1,25%, apesar da queda de 0,42% do barril de petróleo Brent. 

“Hoje foi um dia de alívio para os ativos brasileiros, que sofreram bastante em janeiro, mostrando um mês de ressaca após o rali de dezembro e novembro”, diz o especialista, explicando também que a alta do dia se dá em um movimento de correção. 

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“Temos acompanhado um mau humor do mercado com a questão fiscal. Temos a revisão da meta, que era esperada, sendo a escala da revisão a grande dúvida. Temos uma retórica meio estranha do governo, primeiro com um lobby das montadoras, depois com subsídios à indústria. Antes disso houve a questão da reoneração da folha. Isso tem prejudicado curva de juros”, acrescenta Spiess. 

O pregão, porém, foi de folga para as taxas dos DIs. A curva de juros brasileira teve uma realização e respondeu bem à falas do ministro da Fazenda Fernando Haddad no Roda Viva de ontem.

No programa da TV Cultura, ele reafirmou sua convicção na capacidade de o governo cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024 − objetivo que tem sido alvo de ceticismo no mundo político e no mercado. Além disso, disse que há negociações em curso entre executivo e Congresso Nacional tanto em relação à forma quanto ao conteúdo da medida provisória que trata da reoneração da folha de pagamentos.

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O anúncio de que dezembro contou com uma arrecadação recorde, de R$ 231,2 bilhões, também auxiliou em tirar pressão da curva de juros.

No fim da tarde desta terça-feira a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,09%, ante 10,086% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,79%, ante 9,816% do ajuste anterior. Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,97%, ante 9,989%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,225%, ante 10,244%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,63%, ante 10,655%.

Em Nova York, os treasuries yields para dez anos ganharam 4,6 pontos-base, indo a 4,14%. Com isso, o dólar caiu 0,66%, a R$ 4,955 na compra e na venda.

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Já as Bolsas em Nova York fecharam mistas, com o Dow Jones caindo 0,25% e S&P e Nasdaq subindo, respectivamente, 0,29% e 0,43%.