Ibovespa sobe 0,61% na sessão, mas cai 1,6% na 1ª semana de 2024 com atenção aos juros nos EUA

Semana foi marcada pela divulgação de dados do mercado de trabalho nos EUA e ata do Fomc

Equipe InfoMoney

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Depois de chegar a apresentar ganhos de mais de 1%, o Ibovespa desacelerou e fechou com alta de 0,61%, aos 132.022 pontos, valor insuficiente para deixar a primeira semana do ano positiva: o acumulado ficou em menos 1,61% no período.

Houve um sobe-e-desce tanto por aqui, quanto em Nova York, que encerrou o dia com leves quedas. O principal motor foi a divulgação do payroll de dezembro nos EUA, que veio acima do esperado na manchete, mas que analistas enxergaram com um dado que mostra maior equilíbrio do mercado de trabalho local. Entretanto, foi um relatório que diminui chance de cortes de juros pelo Fed já no primeiro trimestre.

Os mercados só ganharam tração com a divulgação de um PMI de serviços, pelo ISM, mais fraco, mostrando uma economia em desaceleração. O equilíbrio entre os dois dados resultou em índices sem ímpeto em Wall Street. Os principais índices lá fora fecharam próximos da estabilidade, com Dow Jones caindo 0,01%, S&P 500 subindo 0,06% e Nasdaq perdendo 0,03%.

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“Os dados de emprego vieram acima do esperado, tanto dados de vagas quanto ganho médio por hora. Isso mostra uma economia forte. Só que, em contrapartida, se for analisar o histórico, há uma queda progressiva nos últimos meses, o que é positivo. Além disso, foi divulgado uma revisão dos dados dos últimos dois meses que foi positiva reduzindo 71 mil vagas. Então, isso reforçou, na mesma hora, as apostas da Bolsa de Chicago, a Bolsa de Aposta CME, em que 65% acreditam que a queda dos juros permanece para iniciar em março de 2024 desse ano, mesmo com esses dados vindo acima do esperado, mas por causa da queda progressiva.”, afirma Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Por aqui, ainda vimos os dados da produção industrial brasileira, quase inalterada e com crescimento desigual. Ainda assim, o Brasil segue sendo país preferido para alocação em mercados emergentes, segundo investidores institucionais.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8720 na venda, em baixa de 0,72%. O movimento veio na mesma direção de outras moedas globais, com o DXY em leve baixa de 0,03%. Na primeira semana do ano, no entanto, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,42%. e ficou em alta na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY com 0,27%.

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Os preços do petróleo subiram diante da crise cada vez mais aguda no Oriente Médio, com as principais potências mundiais temendo uma escalada na guerra entre Israel e o Hamas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2024 o fechou em alta de 2,24%, a US$ 73,81 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,51% a US$ 78,76 o barril.

No mercado de Treasuries, os principais yields se mantiveram no patamar de 4%. o retorno do título de dez anos subiu 6 pontos-base (pb), a 4,051%. O título com vencimento de 2 anos avançou de 1,3 pb em seus rendimentos, a 4,395% e com vencimento de 5 anos desceu 4,2 pb em seus retornos, 4,015%.

No mercado de juros, a taxa do DI para janeiro de 2025 se manteve em 10,08% e a taxa do DI para janeiro de 2026 caiu para 9,69%, ante 9,71% do ajuste anterior.

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Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 9,81%, ante 9,84%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,04%, ante 10,08%.

No Ibovespa, os ganhos chegaram a ser amplos, mas minguaram com o passar da sessão, o que foi um retrato inclusive da principal ação do dia, Magazine Luiza (MGLU3), que chegou a subir mais de 7%, mas desidratou e fechou com mais 2,07%.

Os demais varejistas também subiram, em um momento que já projetam as liquidações de final de ano: Grupo Soma (SOMA3) e Lojas Renner (LREN3) avançaram 6,85% e 2,53%. Os bancos terminaram o dia com ganhos e ajudaram na alta da Bolsa, com destaque para Itaú Unibanco (ITUB4), com mais 2,34% e na máxima do dia. Bradesco (BBDC4) subiu 2,18%. B3 (B3SA3), uma das mais negociadas do dia, terminou com valorização de 1,82%.

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A Vale (VALE3) teve uma queda ampla de 1,28%, a quinta seguida. A última alta da mineradora foi em 27 de dezembro, quando subiu 0,97%. Hoje, o minério de ferro em baixa contribuiu, mas nas três sessões anteriores a commodity avançou e nem isso impulsionou as ações.

(com Reuters)