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Ibovespa salta 2,21% e fecha acima dos 130 mil pontos: o que explica a sessão de euforia?

Diversos fatores levaram a uma euforia do benchmark da Bolsa no pregão

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa teve uma sessão de forte alta nesta terça-feira (6) e se consolidou acima dos 130 mil pontos, com alta em quase toda a carteira. De um total de 86 papéis, só cinco cederam. Além disso, o benchmark abandanou a queda do mês, avançando até o momento 2,09%.

O índice fechou com alta de 2,21%, a maior desde o dia 13 de dezembro, aos 130.416,31 pontos e muito próximo da sua máxima do dia, quando tocou nos 130.416,95 pontos.

O otimismo é embasado em alguns fatores, como novos estímulos na China, notícias corporativas internas e o reforço de que o juro básico continuará caindo meio ponto porcentual à frente, conforme a indicação da ata do Copom, divulgada hoje cedo. Na semana passada, a Selic caiu de 11,75% para 11,25% ao ano.

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“O movimento segue contundente aqui, em meio ao ciclo de corte de juros previsível”, avalia Felipe Moura, sócio e analista da Finacap. Segundo ele, o avanço de algumas ações ligadas ao ciclo econômico deve-se mais a um repique, após quedas, do que algo relacionado a fatores estruturais.

A expectativa é que a taxa Selic continue cedendo 0,50 ponto porcentual, no sentido de “manter firme compromisso com a reancoragem e dinâmica inflacionária”, como destaca a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada mais cedo. Na semana passada, o juro básico caiu pela quinta vez seguida, de 11,75% para 11,25% ao ano. Segundo o economista André Perfeito, o tom da ata segue o plano de voo e “devemos seguir vendo cortes na taxa básica nas próximas reuniões.”

No noticiário do exterior, diante dos sinais de desaquecimento do gigante asiático, o governo chinês prometeu hoje que promoverá uma série de medidas para impulsionar o consumo doméstico de bens em 2024, com foco sobre o setor automobilístico e de eletrodomésticos. Além disso, o governo pretende estimular novas formas de consumo, como o comércio eletrônico internacional, veículos de energia limpa e produtos chineses de luxo.

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Voltando às notícias do Brasil, Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, acrescenta que o balanço do Itaú Unibanco do quarto trimestre “foi muito bom”, o que tende a elevar as expectativas positivas com o resultado do Bradesco, o próximo dos grandes a informar o resultado. O Itaú Unibanco (ITUB4) registrou lucro líquido de R$ 35,6 bilhões no ano passado, um aumento de 15,7% em relação ao resultado de 2022. No quarto trimestre, o ganho líquido do banco foi de R$ 9,4 bilhões, 22,6% maior na comparação anual e um avanço de 4% sobre o terceiro trimestre, em linha com as projeções.

Ao comentar o balanço do Itaú Unibanco, o presidente Milton Maluhy disse pouco que o banco vê como provável um cenário em que distribuirá dividendos extras no começo de 2025, quando fechar os resultados deste ano. Entretanto, ele disse que ainda não está definido qual o volume de resultado que será distribuído.

Os investidores avaliam ainda a decisão do Bradesco (BBDC4) e do Banco do Brasil (BBAS3) de realizar uma oferta unificada para tirar a Cielo da Bolsa, e a Natura (NTCO3) iniciando estudos para separar Natura Latam e Avon.

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Em Nova York, os índices tiveram leves ganhos, com atenção aos discursos de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, reiterou que a autoridade monetária deve cortar juros em algum momento neste ano, mas buscou alertar para o “erro” que seria reduzi-los cedo demais ou muito rapidamente. “Fazer isso prejudicaria todo o bom trabalho realizado para levar a inflação a este ponto”, afirmou.

Já o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que o banco central “ainda não acabou” com a inflação, embora tenha observado que ela caiu rapidamente, com os dados de inflação de três e seis meses “basicamente” na meta de 2% do Fed. Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,37%, 0,23% e 0,07%.

Entre ações de consumo, Grupo Natura liderou a lista das maiores elevações, ganhando e 6,79%, seguida por Bradesco PN, com alta de 6,21%. Itaú e Cielo, que divulgaram balanços avançaram, respectivamente, 4,29% e 3,98%. Vale (VALE3) subiu 1,77%, enquanto Petrobras ON (PETR3) subiu 1,51% e PETR4 teve alta de 0,92%, em meio ao avanço do petróleo no exterior. Já o minério de ferro em Dalian, na China, fechou em queda de 0,63%.

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O maior otimismo também fez o dólar cair frente ao real, com queda de 0,38%, a R$ 4,962 na compra e a R$ 4,963 na venda.

As taxas dos DIs fecharam em baixa firme, acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries, em um dia de ajustes após dados e comentários duros do Federal Reserve sobre inflação, nos dias anteriores, terem favorecido a abertura da curva de juros nos EUA e no Brasil, com a ata do Copom ficando em segundo plano durante a sessão desta terça-feira.

(com Estadão Conteúdo)